F1: Jenson Button completa GP Nº 300 na Malásia

Jenson Button mostra-se confiante face aquele que vai ser o seu 300º Grande Prémio como piloto de Fórmula 1. O Campeão do Mundo de 2009, que se estreou em 2000 com a BMW-Williams, vai na próxima temporada fazer um ano sabático, dando o lugar a Stoffel Vandoorne. Curiosamente, Button tem um triunfo em Sepang, precisamente no ano de 2009, em que se sagrou Campeão com a Brawn GP: “Estou preparado e entusiasmado para ir para a pista e começar o meu Grande Prémio Nº 300. Espero ter mais sorte que em Singapura!”, disse o piloto britânico, de quem vamos recordar aquele que foi o seu ponto mais alto, o triunfo no Mundial de 2009:

A caminhada de Button para o título

Custou mas foi! Um quinto lugar no Brasil foi suficiente para conquistar um título que parecia querer escapar-lhe

O estilo não foi empolgante, o resultado da corrida não foi particularmente entusiasmante, mas o que conta mesmo é que Jenson Button é o novo Campeão do Mundo, como não se cansou de cantar no final do GP do Brasil. O inglês colocou-se em posição complicada ao falhar na qualificação, pois arrancando da 14ª posição da grelha com o seu companheiro de equipa e rival Rubens Barrichello na pole, encontrava-se face ao pior cenário possível antes da corrida.

Button admitiu isso mesmo no final da prova de Interlagos: “Depois de ter ficado de fora do Q3, fechei-me no quarto que tinha na zona destinada á equipa e assisti ao pior que me podia acontecer: ver o meu companheiro de equipa fazer a pole! Óptimo para ele, frente ao seu público, mas admito que fiquei doente com o resultado da qualificação.”

O apoio da equipa mudou tudo e com pista seca o inglês foi bastante mais agressivo do que tinha prometido antes do inicio do fim-de-semana: “Quando sai do quarto as pessoas que trabalham comigo estavam com mentalidade positiva e contagiaram-me. À noite bebemos uns copos, dormi bem e acordei convencido que iria ganhar o Mundial aqui no Brasil. E foi isso mesmo que aconteceu.”

“ATAQUEI MUITO!”

Falando da corrida de domingo, em Interlagos, Button garantiu que, “estive sempre ao ataque até ao segundo reabastecimento. Fiz algumas boas ultrapassagens, mas o Kobayashi foi complicado de passar, porque mudava de trajectória na zona de travagem e acho que ele é meio doido. Mas acabei por o colocar no seu lugar e ainda tive tempo para ganhar uns segundos preciosos antes do primeiro reabastecimento.

Depois acabei por estabilizar no sexto lugar e como o Rubens estava só em terceiro e o Vettel mesmo à minha frente, sabia que tinha feito o suficiente para garantir o título. Depois o Rubens teve um problema e a coisa ficou mesmo decidida, mesmo se até cortar a meta nunca se pode ter a certeza de nada.”

Mas Button recusou ter mudado de estratégia em relação ao que se viu nas últimas corridas: “Cometi erros foi em qualificação, pois não consigo fazer os pneus funcionar como deve ser e isso tem-me tirado das primeiras posições da grelha desde há muito tempo, mas nas corridas tenho sido sempre muito rápido e ganho muitas posições.”

“MEREÇO O TÍTULO!”

Apesar das críticas que lhe foram sendo feitas nos últimos quatro meses, Jenson Button não tem dúvidas quanto ao mérito da sua conquista: “Se eu tivesse começado mal o ano e ganho seis das últimas sete corridas toda a gente ia dizer que eu era um grande campeão, mas como as coisas aconteceram ao contrario, têm memoria curta e esquecem que um campeonato tem 17 corridas, eu ganhei seis e mais ninguém ganhou mais do que três. Sei que mereço este título e vou festejar como deve ser.”

Ainda sem contrato para 2010, o novo Campeão do Mundo despachou este assunto com humor: “É claro que quero ficar na Brawn e eles querem que eu fique, mas só depois de me passar a ressaca com que vou ficar depois da festa desta noite é que vou começar a pensar em 2010!”

BARRICHELLO DIGNO NA DERROTA

Contrariando a imagem de ‘chorão’ que tem no Brasil, Barrichello fez boa cara na derrota e foi um digno vencido, sendo dos primeiros a felicitar Button: “Fui cumprimentá-lo e ele disse-me que eu o tinha forçado a dar o máximo e a encontrar o ritmo que lhe deu o título. E disse também que eu sou um verdadeiro campeão. É bom ouvir isso, vindo de alguém como ele, que mereceu o seu título por tudo o que fez este ano, sobretudo nas primeiras sete corridas do ano. Nas últimas nove a vantagem foi minha, mas não foi o suficiente.”

Falando do furo que lhe tirou o terceiro posto, o brasileiro explicou que, “não queria entrar nas boxes pois não estava a sentir grande diferença, mas a equipa tomou a decisão certa porque o pneu cedeu já na zona das boxes. Mas foi uma pena porque queria agradecer ao público todo o apoio que me deu.”