F1, GP de Abu Dhabi: Ferrari mais forte, mas perde para a Mercedes

Por a 27 Novembro 2023 18:18

Max Verstappen venceu o Grande Prémio de Abu Dhabi, mas o grande ponto de interesse da última etapa da temporada era verificar quem ficaria com o segundo posto do Campeonato de Construtores, acabando a Mercedes por levar a melhor, apesar de a Ferrari ter o segundo carro mais performante em pista.

As duas equipas chegavam à derradeira etapa do ano separadas por apenas quatro pontos, podendo a vice-liderança pender definitivamente para qualquer um dos lados, muito embora, no papel, o circuito de Yas Marina não favorecesse as características do carro de Maranello, devido ao esforço que pede aos pneus, sendo esta uma das pechas do SF-23, a gestão das borrachas.

Para preocupar ainda mais os responsáveis da formação de Maranello, o fim-de-semana começou de uma forma menos positiva para a ‘Scuderia’, que viu Carlos Sainz sair de pista logo na segunda sessão de treinos-livres, ao passar por um ressalto na pista na Curva 2.

Os danos no monolugar do espanhol foram extensos, mas pior que isso, pareceu que Sainz nunca mais se encontrou ao longo do fim-de-semana.

Enquanto Charles Leclerc se qualificou na segunda posição, o espanhol era eliminado logo na Q1, ficando na décima primeira posição da grelha de partida para a corrida.

A Mercedes, por seu lado, não tinha uma preparação para o Grande Prémio tão dramático, mas ainda assim Lewis Hamilton não passava da Q2, ficando no décimo primeiro lugar, ao passo que George Russell ficava em quarto, colocando-se em boa posição para defender os interesses da Mercedes face aos avanços da Ferrari protagonizados por Leclerc. Ainda assim, com as posições de arranque para a corrida dos carros das duas equipas, a ‘Scuderia’ levasse a melhor no duelo com a sua rival.

A partida correu de feição à formação transalpina, com o monegasco a manter o segundo posto e, inclusivamente, ameaçando a liderança de Max Verstappen, que arrancou da pole-position, ao passo que Russell perdia uma posição para Lando Norris, tendo entre ele e Leclerc os dois McLaren, que em Yas Marina voltavam a ser muito competitivos, tendo o inglês da formação de Woking assumido que cometera um erro na qualificação que o impedira, pelo menos, de lutar pela pole-position.

Hamilton conseguia subir a nono, entrando nos pontos, e Sainz ganhava duas posições, rodando em décimo quarto.

Para o espanhol, a Ferrari delineara uma estratégia que passava por um primeiro ‘stint’ longo com pneus duros – a grande parte dos restantes pilotos arrancava com borrachas médias – apostando na competitividade do SF-23 para o seu piloto ganhar posição em pista, aquando das paragens dos carros com pneumáticos marcados a amarelo.

No entanto, Sainz nunca mostrou um ritmo parecido ao do seu colega de equipa que geria com algum conforto as ameaças de Russell e dos dois pilotos da McLaren.

Quando o espanhol parou, na vigésima terceira volta, muito mais tarde que a maior parte dos pilotos, voltou a montar duros, assumindo uma estratégia de duas trocas de pneus, mas uma vez mais, não mostrou o andamento necessário para se guindar aos pontos.

A Ferrari ainda tentou alongar ao máximo o ‘stint’ do seu piloto na esperança de um Safety-Car que o colocasse em contenção pelos pontos. No entanto, este cenário nunca se verificou e a ‘Scuderia’ acabaria por retirar o carro na penúltima volta, depois de uma segunda troca de pneus.

Todas as esperanças da equipa italiana recaiam no segundo posto de Leclerc e na eventualidade de outro piloto impedir que Russell chegasse ao pódio.

No entanto, Oscar Piastri continuou a evidenciar a sua inexperiência, natural na sua temporada de estreia, e voltou a desgastar em demasia os pneus, ficando fora da luta pelos lugares do pódio.

Norris parecia ser capaz de poder contrariar as intenções do inglês da Mercedes, mas teve uma péssima primeira paragem nas boxes e perdia a sua posição para o seu conterrâneo, ficando com uma desvantagem da qual não conseguiria recuperar, cruzando na linha de meta no quinto posto.

A única esperança da Ferrari seria Sergio Pérez, que com mais uma má qualificação, alinhava do nono posto para a corrida de cinquenta e oito voltas.

O mexicano estava fora da sua posição natural e seria óbvio que iria recuperar ao longo da prova, no entanto, chegar ao segundo lugar de Leclerc, com o desenrolar da corrida, apesentava-se cada vez mais como uma impossibilidade. Já o terceiro posto de Russell estava claramente ao seu alcance.

Porém, quando realizava a sua recuperação, numa primeira tentativa de ultrapassar Norris, acabou por embater no McLaren do inglês, o que lhe levaria a receber uma penalização de cinco segundos, dificultando a sua chegada ao terceiro posto.

O mexicano ainda ultrapassou Russell e, na última volta, Leclerc deu o seu cone de aspiração ao piloto da Red Bull, cedendo-lhe, inclusivamente, a posição em pista, mas no final, Pérez cruzava a linha de meta com apenas 3,9s de vantagem para o inglês, o que o atirava para quarto e promovia o piloto da Mercedes a terceiro.

A Mercedes nem sequer precisou do nono posto de Hamilton para selar o segundo posto no Campeonato de Construtores, apesar do segundo lugar de Leclerc no Grande Prémio de Abu Dhabi.

Verstappen, longe de todas estas movimentações, terminava a temporada tal e qual como a tinha começado – a vencer – garantindo o seu décimo nono triunfo do ano sem grandes sobressaltos.

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