F1, GP de Abu Dhabi: AlphaTauri ‘morre na praia’

Por a 27 Novembro 2023 19:14

A AlphaTauri deu um passo competitivo evidente nas últimas provas, colocando-se em condições de se poder bater com a Williams pelo sétimo lugar do Campeonato de Construtores, mas no Grande Prémio de Abu Dhabi acabou por ‘morrer na praia’.

A equipa de Faenza chegava à última prova da temporada a sete pontos a sua rival de Grove, mas face à competitividade que vinha a evidenciar, parecia apresentar condições para poder bater a formação inglesa.

Na qualificação, Yuki Tsunoda confirmou que a AlphaTauri poderia estar na luta pelos pontos, registando o sexto tempo da sessão, mas Daniel Ricciardo desapontava e não ia além de décimo quinto, imediatamente atrás de Alex Albon, que era o melhor representante da Williams – Logan Sargeant era último sem tempo, dado ter violado os limites da pista em qualquer uma das voltas lançadas que realizou na Q1.

A AlphaTauri estava numa boa posição para ameaçar o lugar da Williams, mas, para suplantar a sua rival com apenas com um carro, Tsunoda teria de terminar em sexto, o que atendendo às más qualificações de Sergio Pérez, Lewis Hamilton e Carlos Sainz, para lá de Fernando Alonso, cujo Aston Martin, habitualmente, é mais competitivo em corrida que em qualificação, seria uma tarefa hercúlea.

A formação, portanto, precisava que Ricciardo marcasse alguns pontos para poder bater a Williams, mesmo que esta não estivesse em condições de se bater pelas posições entre os dez primeiros.

Para o piloto japonês a formação de Faenza delineou uma estratégia que passava por iniciar a corrida com pneus duros, abrindo flexibilidade táctica, e quando os estrategas da equipa perceberam que o desgaste era menor que o esperado, decidiram parar apenas por uma vez.

Já com Ricciardo a equipa foi obrigado a reagir, uma vez que uma ‘tear-off’ alojou-se numa conduta de arrefecimento dos travões, tendo sido chamado às boxes para a primeira troca de pneus logo na sétima volta.

Enquanto, Tsunoda esteve sempre entre os dez primeiros, chegando mesmo a liderar a corrida (a segunda vez que um japonês comandou um Grande Prémio de Fórmula 1), o australiano nunca se conseguiu guindar aos pontos, em parte devido à sua precoce paragem nas boxes, uma vez que teve de estender os seus segundos e terceiros ‘stints’, deixando-o exposto a pilotos com pneus mais frescos.

Para alem disso, após a sua segunda paragem nas boxes saiu no tráfego, impedindo-o de aproveitar os pneus novos para realizar o ‘undercut’ aos pilotos que estavam imediatamente à sua frente antes de realizar a sua segunda troca de pneus da noite.

No final, Ricciardo era apenas décimo primeiro, não somando qualquer ponto, muito embora tenha ficado muito próximo de suplantar Lance Stroll, o décimo, que, com um derradeiro ‘stint’ com pneus médios, estava a passar por dificuldades na gestão das borrachas marcadas a amarelo, apesar de serem onze voltas mais novos que o jogo de duros do australiano.

Enquanto o seu colega de equipa realizava uma prova ao ataque, depois da paragem nas boxes precoce, Tsunoda passava uma noite a gerir os seus pneus.

Foi com naturalidade que se viu suplantado por Sergio Pérez e Fernando Alonso, muito embora o espanhol o tenha ultrapassado apenas quando faltavam duas voltas para a bandeira de xadrez, mas Hamilton acabou mesmo por ser batido pelo japonês.

O inglês tudo tentou para desfeitear o piloto da AlphaTauri, tendo lançado um ataque ao oitavo posto deste na entrada à Curva 9. Porém, o recruta da Mercedes deixou escorregar a traseira do seu monolugar e Tsunoda aproveitou para recuperar a sua posição, caminhando definitivamente até ao oitavo lugar, o que seria sempre insuficiente para bater a Williams na luta pelo sétimo posto no Campeonato de Construtores.

A formação de Faenza precisava de um sexto lugar ou, então, de um sétimo e de um nono para poder bater a sua rival nesta contenda.

No final, os responsáveis da AlphaTauri admitiram que apostar numa estratégia de apenas uma paragem com Tsunoda foi um erro, podendo com uma de duas passagens pelas boxes alcançar, no mínimo, um sétimo lugar, e, talvez até, o desejado sexto posto que lhe permitiria assegurar a sétima posição no Campeonato de Construtores.

A equipa de bandeira italiana acabou por ficar a três pontos da Williams, que não pontuou com nenhum dos seus pilotos, uma prenda que todos os membros da AlphaTauri teriam gostado de oferecer à Franz Tost, que terminou assim a sua passagem como chefe de equipa da estrutura de Faenza, função que desempenhava desde 2005.

No entanto, o austríaco sai com uma subida de forma impressionante da equipa que liderou por tantos tanos, que começou a temporada com o carro mais lento do plantel e terminou-a com o sexto mais rápido do pelotão.

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