F1: Erros de Sebastian Vettel estão a ‘tramá-lo’…

Por a 6 Setembro 2018 12:20

Estamos a assistir a um dos Campeonatos do Mundo de Fórmula 1 mais disputados dos últimos anos, com a vantagem a passar da Mercedes para a Ferrari e vice-versa, situação em que os erros poderão ser determinantes para o desfecho dos títulos. E na primeira metade de temporada houve uma tendência que parece agudizar-se no arranque pós-verão…

Quando uma temporada é tão disputada como a deste ano, com dois pilotos verdadeiramente na luta e três equipas com capacidade para vencer, existe uma linha de pensamento que aponta para que os candidatos ao ceptro maximizem as capacidades do seu material nos dias em que têm entre mãos o carro mais competitivo e não se envolvam em riscos desnecessários nas tardes de domingo em que claramente não têm a possibilidade de vencer.

É claro que isto é muito mais fácil dizer que fazer e, por vezes, existem aparentes oportunidades que levam a excessos ou a pequenos erros com resultados catastróficos. Para além do impacto dos pilotos, também as equipas são responsáveis pelos resultados, não só por que constroem e operam os monolugares que entregam aos pilotos, mas também por que são as principais agentes de decisão nas estratégias escolhidas.

Já deixámos a pausa de verão, com 14 corridas disputadas e sete por realizar, a fase decisiva aproxima-se e por isso é o momento certo para analisar os erros de cada um dos principais intervenientes na luta pelos títulos

GP da Austrália

Safety-Car Virtual baralha Mercedes

Quando Hamilton assegurou a pole-position para o Grande Premio da Austrália, o primeiro da temporada, todos os observadores ficaram em estado de choque – mais de seis décimos de segundo separaram o inglês de Kimi Raikkonen, que assegurou o segundo posto.

Após os testes de inverno, era esperado que os Mercedes tivessem algum ascendente sobre a Ferrari e a Red Bull, mas nunca uma diferença tão grande.

Com uma supremacia tão evidente a favor do Campeão do Mundo em título, aguardava-se que este pudesse protagonizar uma caminhada triunfal rumo à sua primeira vitória da temporada e, na verdade, no dia da corrida, o inglês tinha tudo sob controlo, até que ambos os pilotos da Haas saíram das boxes com rodas mal apertadas, tendo Romain Grosjean obrigado a uma situação de Safety-Car Virtual.

O inglês estava no segundo posto com pneus frescos e seguia Sebastian Vettel, que tinha ainda de parar, a menos de 13,6 segundos, distância que a Mercedes considerava ser suficiente para a eventualidade de o alemão parar nas boxes durante uma situação de Safety-Car Virtual… Mas não era eram esses os números da Ferrari, que apontavam para que, se o seu piloto detivesse uma vantagem superior a dez segundos, se a troca de pneus corresse bem, sairia das boxes no comando.

Quando Hamilton viu o seu rival a regressar à pista à sua frente a sua primeira reacção foi de espanto – “o que foi que aconteceu”, perguntou ele à equipa através do rádio.

O Mercedes W09 EQ Power+ nas mãos de Hamilton era evidentemente mais rápido que o Ferrari SF71-H de Vettel, mas num circuito em que as ultrapassagens são praticamente impossíveis sem uma diferença considerável de vida nos pneus – de apenas sete volta a favor do germânico – o inglês nada pôde fazer para além de colocar o seu rival sobre pressão e segui-lo de perto até à bandeirada de xadrez, assistindo em primeira mão ao triunfo do piloto da “Scuderia”.

Com um erro de estratégia da Mercedes, Hamilton perdia sete pontos e Vettel ganhava outros tantos, uma diferença de catorze pontos a favor do alemão.

Grande Prémio da China

Falta de agilidade da Mercedes trama Hamilton

A Ferrari parecia estar um passo à frente da concorrência, o que foi provado com a primeira linha monopolizada por Vettel e Raikkonen durante a qualificação.

O SF71-H era de facto o carro mais competitivo em Xangai, mas um “Iceman” demasiado agressivo na primeira curva, quando lutava pela liderança com o seu colega de equipa, abriu a porta para que Bottas ascendesse ao segundo posto e perseguisse o alemão da “Scuderia”.

Apesar de ter o monolugar mais performante em pista, construindo uma boa vantagem para o finlandês da Mercedes, Vettel viu a Ferrari enganar-se nos cálculos do “undercut” e ao parar uma volta mais cedo que líder, Bottas assumiu a liderança, parecendo caminhar para a sua primeira vitória da temporada.

No entanto, a corrida acabaria por se virar do avesso, quando na vigésima nona volta os dois pilotos da Toro Rosso se tocaram, lançando detritos ao longo de toda a Curva 14. Era inevitável a entrada do Safety-Car em pista, mas este surgiu demasiado tarde para que Bottas ou Vettel pudessem entrar nas boxes e montar pneus novos, ao passo que Raikkonen tinha trocado as suas borrachas na vigésima sétima volta, sendo preferível ganhar posição a voltar a passar pelas boxes.

Mas Verstappen, Hamilton e Ricciardo, terceiro, quarto e quinto, respectivamente, tinham a oportunidade para ficar em vantagem quanto aos pneus, relativamente aos dois da frente, mas curiosamente, apenas os homens da Red Bull aproveitaram.

Enquanto o holandês se envolvia em toques e saídas de pista, Ricciardo guindava-se ao comando, conquistando a sua primeira vitória da temporada seguido de Bottas e de Raikkonen, ao passo que Hamilton, que seguia à frente do australiano antes do Safety-Car, terminava num desapontante quarto lugar. Vettel, que sofrera um toque de Verstappen terminava apenas em oitavo.

É difícil quantificar quantos pontos o alemão perdeu devido à falha estratégica da Ferrari, dado que o incidente com o holandês não nos deixa perceber em que lugar terminaria, mas Hamilton tinha a possibilidade de vencer se espelhasse a estratégia dos pilotos da Red Bull, mas ao permanecer em pista perdeu treze pontos que estavam ao seu alcance.

Grande Prémio Azerbaijão

Ganância de Vettel trai-o…

Uma vez mais, o Ferrari SF71-H era o carro a ter em Baku e Sebastian Vettel usou-o bem para assegurar a pole-position e para liderar confortavelmente a corrida de cinquenta e uma voltas, abrindo uma vantagem expressiva para Lewis Hamilton, que arrancara da segunda posição da grelha de partida.

No entanto, e apesar de a Pirelli ter levado para a prova azeri borrachas bastante macias – ultramacias, supermacias e macias – as temperaturas baixas ofereceram aos compostos uma vida que não era esperada, permitindo esticar cada um dos stints.

Vettel, com uma liderança confortável para Hamilton, parou apenas na trigésima volta, oito depois do inglês, mantendo a sua posição relativa face ao seu arqui-rival, mas Bottas, com um stint bastante longo, manteve-se em pista rodando no comando virtualmente, mas que teria de ceder assim que parasse para realizar a sua planeada passagem pelas boxes.

No entanto, quarenta segundos atrás do finlandês, os pilotos da Red Bull digladiavam-se e, na quadragésima volta, o inevitável aconteceu – desentenderam-se na travagem para a Curva 1, batendo para se imobilizarem na escapatória, deixando um rastro de detritos.

O Safety-Car era inevitável e Bottas estava do lado da sorte, dado que poderia realizar a sua paragem nas boxes de “borla”, mantendo o comando, até por que os restantes pilotos atrás de si decidiram também colocar borrachas mais frescas.

Com uma neutralização bastante longa, dado que Romain Grosjean enviou o seu Haas para as barreiras durante o período de Safety-Car, as voltas passavam e as oportunidades de Vettel lançar um ataque ao comando de Bottas ia escasseando.

Quando a quatro voltas da bandeirada de xadrez a prova foi retomada, o alemão deixou a travagem para a primeira curva para o último momento, não conseguindo manter a liderança e danificando seriamente o seu pneu dianteiro/esquerdo.

O piloto da Ferrari caiu imediatamente para o quarto lugar, perdendo outro para Sérgio Pérez até à meta.

A vitória poderia ser difícil, mas com o furo de que Bottas foi vítima, esta cairia no colo do Vettel, que terminou em quarto, enquanto Hamilton assegurava a sua primeira vitória da temporada.

O alemão via assim escapar-lhe treze pontos, ao passo que o inglês somava mais sete graças ao erro do seu rival… Uma diferença de vinte pontos a favor do Campeão Mundial em título.

Grande Prémio de França

Vettel não cede e paga por isso…

Tirando o intenso calor que se fez sentir em Paul Ricard no fim-de-semana que marcou o regresso do Grande Prémio de França ao calendário da Fórmula 1 desde 2008, então tendo Magny-Cours como palco, tudo parecia indicar que a Mercedes teria vantagem na pista “banhada” pelo vento Mistral e desde cedo se percebeu que era essa a realidade, uma vez que o traçado exigia um carro aerodinamicamente eficiente, e não com apoio aerodinâmico absoluto, e a Pirelli levou a sua gama de pneus com um piso menos espesso, tão de agrado do W09 EQ Power+, que então estreava a Fase 2.1 do V6 turbohíbrido idealizado em Brixworth.

A vantagem entre os “Flechas de Prata” e os Ferrari não era muito vincada, mas era decisiva e na qualificação Lewis Hamilton liderou a ofensiva prateada, que monopolizou a primeira linha, relegando Sebastian Vettel para o terceiro posto da grelha de partida.

Era evidente que a “Scuderia” estava em desvantagem e na Q2, quando se define a escolha de tipo de pneus com que os dez primeiros arrancam para a corrida, tanto o alemão como Kimi Raikkonen apostaram nos mais performantes ultramacios, ao passo que os homens dos Flechas de Prata escolhiam os mais duráveis supermacios, dando-lhes mais flexibilidade estratégica.

Vettel tinha de se apoiar na vantagem de performance ao nível dos pneus para apostar tudo no arranque para, pelo menos, colocar-se entre os Mercedes e conseguir colocar sob pressão Lewis Hamilton.

De facto, o piloto da Ferrari arrancou melhor que Bottas e conseguiu colocar-se ao lado deste, mas o finlandês não baixou os braços e, numa defesa robusta mais legítima, colocou o alemão numa situação em que, para fazer a primeira curva teria de levantar o pé. Vettel não cedeu e acabaram os dois na escapatória para rumarem às boxes para repararem os danos nos respectivos carros.

Vettel, depois de ter passado pela cauda do pelotão, recuperou até quinto, assistindo à terceira vitória da temporada de Hamilton.

Num dia em que poderia ter terminado, na pior das hipóteses no terceiro posto, o alemão pagou a sua ousadia com os cinco pontos que diferenciam o degrau mais baixo do pódio do quinto lugar em que terminou.

Grande Prémio da Áustria

Erros nos dois campos…

A Mercedes apresentou no Red Bull Ring uma nova evolução aerodinâmica com flancos inspirados pela filosofia introduzida pela Ferrari em 2017, o que rapidamente alterou o comportamento do carro, normalmente com o centro de pressão aerodinâmico muito à frente, criando ocasionalmente comportamentos inconsistentes. Ambos os pilotos estavam satisfeitos com a evolução do comportamento do carro de Brackley, sobretudo Valtteri Bottas que assegurou a pole-position para o Grande Prémio da Áustria, batendo o seu colega de equipa por dezanove milésimos de segundo.

Sebastian Vettel nada podia fazer quanto ao poderio dos “Flechas de Prata”, assegurando o terceiro crono, mas a uns expressivos três décimos de segundo do duo que fechou a primeira linha da grelha de partida.

A vida não estava fácil para o alemão, que teria de se aplicar a fundo se quisesse intrometer-se entre os pilotos da Mercedes, mas ele próprio acabaria por colocar-se numa situação ainda mais difícil.

Depois de ter realizado uma volta lançada durante a Q2, Vettel manteve-se na trajectória ideal à saída da primeira curva para surpresa de Carlos Sainz, numa volta lançada, que teve de ir para a escapatória para não entrar pela traseira do Ferrari adentro. Resultado – três lugares de penalização na grelha de partida para o alemão.

Podemos argumentar que o tetracampeão mundial deveria ter sido avisado pela sua equipa da aproximação do espanhol da Renault, mas Vettel não tinha qualquer necessidade em se manter na trajectória depois de terminada a sua volta lançada, sendo, portanto, sensato fugir desta para a eventualidade de existir uma falha de comunicação.

Tudo parecia correr de feição à Mercedes, a primeira linha garantida, e Sebastian Vettel no sexto lugar da grelha de partida, tendo apenas de se preocupar com Kimi Raikkonen, que arrancava de sexto.

Apesar das muitas escaramuças na primeira volta, Hamilton e Bottas mantiveram os “Flechas de Prata” no comando, enquanto o finlandês lutava e perdia uma posição para Max Verstappen, que se assumiu como o perseguidor aos monolugares de Brackley.

No entanto, as coisas começavam a correr mal à Mercedes, curiosamente, na décima terceira volta, quando Valtteri Bottas se viu obrigado a abandonar com problemas hidráulicos no seu carro, deixando Hamilton sozinho no comando face a dois Red Bull e dois Ferrari.

Estrategicamente, os homens de cinzento estavam em desvantagem, apesar de continuarem a liderar a corrida e isso foi determinante para o desfecho da corrida para uma equipa que, desde 2014, ano em que começou a exercer o seu domínio na Fórmula 1, normalmente não tinha de se preocupar com as restantes formações, tal era a sua vantagem técnica.

Para agravar a situação dos homens da Mercedes, os comissários de pista precisavam de arrumar convenientemente o carro de Bottas e, para isso, foi necessário introduzir uma situação de Safety-Car Virtual, o que abria a possibilidade de realizar uma paragem nas boxes menos dispendiosa em termos de cronómetro.

Na Mercedes, com tempo para decidir, a discussão prolongou-se, centrando-se naquilo que os seus adversários poderiam fazer, decidindo manter Hamilton em pista, ao passo que Ferrari e Red Bull mandaram os seus pilotos parar para trocar de pneus.

A partir de então o inglês ficou sem argumentos para lutar pela vitória, sofrendo ainda a afronta de ter de desistir devido a problemas de alimentação de combustível quando estavam cumpridas sessenta e duas voltas.

O erro estratégico acabou por não custar nada a Hamilton com a sua desistência por questões técnicas – o abandono seria sempre o destino do inglês mesmo que tivesse parado durante a situação de Safety-Car Virtual – o mesmo não se passando com Vettel.

A falha pessoal do alemão na qualificação ter-lhe-á custado, no mínimo, um segundo lugar, o que representa uma perda de três pontos.

Grande Prémio da Alemanha

A distração de Vettel…

Quando um piloto tem uma vantagem clara numa determinada situação, o seu desejo é que esta se prolongue o máximo possível e a consistência seja uma constante para que possa traduzir a sua supremacia em resultados.

Sebastian Vettel estava nessa situação no Grande Prémio da Alemanha, a sua prova, que regressava este ano tendo como palco Hockenheim, um circuito onde nunca vencera.

Desde o Grande Prémio da Grã-Bretanha, com a introdução de um novo fundo plano que coadjuvou a nova versão do V6 turbohíbrido de Maranello estreado em Canadá, mas cujo potencial só foi revelado mais tarde, que o Ferrari SF71-H era o carro mais competitivo em pista e o alemão mostrou isso mesmo na qualificação, assegurando uma pole-position suada, mas em que a sua superioridade ficou vincada.

Para melhorar ainda mais a situação de Vettel, Hamilton não passava sequer à Q2 devido a problemas hidráulicos, o que obrigava a arrancar da décima quarta posição da grelha de partida.

Tudo parecia correr às mil-maravilhas às Ferrari e ao seu piloto de ponta, que se preparava para vencer pela segunda vez no seu Grande Prémio e pela primeira vez em Hockenheim.

Chegado o dia da corrida, Vettel não esteve com meias medidas e executou o plano que tinha em mente – impor a sua lei, deixando todos os seus adversários para trás… No entanto, a chuva era uma ameaça à consistência da situação, deixando no ar a possibilidade de tudo mudar.

Talvez por isso, o alemão apertou mais o andamento, mesmo com a chuva já a fazer-se sentir, chegando a deter mais de nove segundos de vantagem para os seus perseguidores.

Contudo, na chuva, qualquer distracção paga-se caro, e na zona do circuito cuja escapatória é mais pequena, a Sachskurve, Vettel deixou as rodas traseiras bloquear, tendo o seu Ferrari escorregado até afagar gentilmente as barreiras de protecção. O impacto foi fraco, mas o abandono era inevitável.

Para escurecer a situação, que inicialmente parecia azul como um céu limpo de verão, Hamilton, apesar de arrancar de décimo quarto, com uma performance notável conquistava a sua quarta vitória da temporada, reassumindo o comando do Campeonato de Pilotos.

No fundo, uma pequena distracção num fim-de-semana que estava a raiar a perfeição, custou trinta e dois pontos a Vettel.

Grande Prémio da Hungria

Chuva tramou Ferrari

A prova magiar parecia ter tudo para que Sebastian Vettel pudesse recuperar da sua decepção germânica – altas temperaturas, um circuito sinuoso onde habitualmente o Mercedes tem dificuldades.

Nos treinos-livres de sexta-feira foi evidente que a Ferrari era a equipa mais forte em pista, seguida de perto pela Red Bull, ao passo que os “Flechas de Prata” não conseguiam ir além da dúbia posição de espectadores interessados naquilo que se passava à sua frente.

Contudo, uma vez mais, as condições climatéricas teriam uma palavra dizer no desfecho do fim-de-semana.

Depois do calor excruciante de sexta-feira, a chuva realizava a sua aparição no sábado para a hora da qualificação.

Novamente, quando tinha o carro mais forte no seco, Vettel e a “Scuderia” viam “S. Pedro” a trocar-lhes as voltas e a, pelo menos, nivelar a situação entre as duas equipas que têm vindo a dominar as duas últimas temporadas.

Os homens dos carros de Maranello, no molhado, nada conseguiram fazer contra Hamilton e Bottas, que assumiram primeira linha da grelha de partida para a corrida de domingo, dia em que o sol e as temperaturas elevadas voltavam a fazer-se sentir.

Tecnicamente a vantagem estava do lado dos carros de vermelho, mas numa pista em que as ultrapassagens são quase impossíveis, estrategicamente a superioridade estava do lado dos monolugares cinzentos.

A partir do muro das boxes, a Ferrari fez de tudo para poder desequilibrar a Mercedes, tendo colocado os seus pilotos com misturas de pneus diferentes para o arranque – macios para Vettel, que arrancara de quarto, mas ultrapassara o seu colega de equipa na segunda curva, e ultramacios para Raikkonen – e promoveu a entrada madrugadora do finlandês nas boxes para obrigar a Mercedes a reagir com Bottas e permitir que o alemão ficasse com a pista livre para perseguir Hamilton, que mantivera o comando a partir da pole-position.

No entanto, e depois de ter conseguido cavar a vantagem suficiente para o finlandês de cinzento para parar e manter o segundo posto – com intuito de usar os seus ultramacios frescos contra os macios já com catorze voltas de Hamilton para ir buscar o líder -, Vettel viu a sua equipa realizar uma troca de pneus demasiado lenta, o que o atirou novamente para o escape do Mercedes número setenta e sete.

Numa pista em que as ultrapassagens são bastante difíceis, só quando os pneus traseiros do monolugar de Bottas se degradaram, o alemão conseguiu ascender a segundo, mas então e com a meta já à vista e com uma desvantagem considerável, era demasiado tarde para poder ter qualquer impacto na corrida de Hamilton, que venceu confortavelmente, ampliando a sua vantagem no Campeonato de Construtores.

No fundo, o erro da Ferrari pouco impacto poderá ter tido no resultado de Vettel, dado que chegar à traseira do inglês seria uma coisa e ultrapassá-lo seria outra completamente diferente, mas ficará para sempre a dúvida de como os dois lidariam com a situação.

GP de Itália

Hamilton derrota Ferrari

Tudo parecia correr bem à Ferrari no histórico circuito de Monza frente aos frenéticos tifosi – a mais rápida em todas as sessões de treinos-livres (com pista seca), conquista da primeira linha da grelha de partida – mas na segunda travagem da corrida, a Variante della Roggia, tudo se precipitou. A Scuderia acabou a tarde com uma pesada derrota, privando os seus adeptos de celebrarem um triunfo que já lhes escapa desde 2010, frente a um Lewis Hamilton que está num nível estratosférico.

Com Raikkonen na pole-position e Sebastian Vettel ao seu lado, os tifosi esperavam uma tarde de celebração e a corrida até começou bem para os homens da Scuderia, que mantiveram as suas posições até à primeira chicane – Rettifilo.

No entanto, seria neste momento que Vettel começava a decidir o seu futuro imediato, ao levar demasiado longe o seu esforço na tentativa de desfeitear o seu colega de equipa, comprometendo a sua saída.

O alemão ficou exposto a Hamilton, no seu escape, e quando chegou a Variante della Roggia, voltou a optar de forma errada ao escolher a trajetória interior, a mesma de Raikkonen, que, sem se sentir ameaçado, travou de forma conservadora, obrigando o germânico a fazer o mesmo. O inglês da Mercedes atacou por fora, deixando a travagem para muito tarde, colocando-se lado a lado com o seu rival na luta pelo título, e quando este não cedeu, acabou por embater no ‘Flecha de Prata’, entrando em pião e caindo para último – o seu destino estava traçado e o quarto lugar final era o máximo a que poderia aspirar.

Hamilton tinha ganho a primeira batalha, impondo uma pesada baixa na Ferrari. Mas havia mais por parte da Mercedes.

Lewis Hamilton não tinha o melhor o carro em Monza, mas a sua resiliência e rapidez são extraordinárias, ultrapassando as limitações do Mercedes W09 EQ Power+ cujo potencial ficou demonstrado pela prestação de Bottas.

Hamilton atacou de forma incisiva Vettel, que voltou a errar, e pressionou Räikkönen, beneficiando da superior estratégia da Mercedes para bater o finlandês e conquistar uma vitória improvável, depois da qualificação de sábado.

O que custaram os erros?

Ao olharmos para as falhas que apontámos, verificamos que do lado da Mercedes é a estratégia que está a impedir Hamilton de ir ainda mais além, ao passo que no canto da Ferrari, as falhas pessoais de Vettel estão a tornar a luta pelo ceptro cada vez mais difícil.

O inglês perdeu já vinte pontos devido a decisões erradas tomadas no muro das boxes e não são mais porque na Áustria abandonou devido a problemas mecânicos. Caso contrário, teria terminado no quarto posto depois de ter sido colocado numa situação difícil, quando comandava, devido a um erro estratégico. Nesse caso, as más decisões da equipa de Brackley ter-lhe-iam custado mais treze pontos.

Já o seu grande rival na luta pelo ceptro é o principal responsável pelos resultados aquém do esperado. O alemão cometeu erros de pilotagem em cinco corridas que lhe custaram mais de 50 pontos, isto sem levar em consideração o impacto que as suas falhas tiveram nos resultados de Hamilton.

Os mais evidentes foram os que protagonizou no Grande Prémio da Alemanha, quando se despistou sozinho no comando e agora em Monza,

quando, com um pouco mais de paciência, no mínimo tinha ficado a lutar pelos lugares da frente.

Somando e subtraindo os pontos resultantes das falhas verificadas desde o início da temporada, neste momento Sebastian Vettel liderava claramente o Campeonato de Pilotos. Mas quem o lidera com essa mesma clareza é Lewis Hamilton.

Podemos concluir que, claramente, o alemão está a perder o campeonato por demérito próprio, ao passo que o inglês, apesar dos erros da sua equipa, está bem na liderança…

Faltam sete corridas, logicamente pode haver situações anormais que reequilibrem a luta, mas em condições normais, se os pilotos puderem lutar metro a metro nas sete corridas, duvidamos que Vettel tenha classe para recuperar trinta pontos a Hamilton.

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