F1: Entrada de Albon na Red Bull foi precoce, mas agora a situação é diferente, admite Horner

A gestão da Red Bull não foi bem sucedida nas temporadas seguintes à saída de Sebastian Vettel rumo à Ferrari, havendo algumas escolhas erradas ou fora do tempo ideal na escolha dos pilotos para competirem pela equipa de Milton Keynes e pela Toro Rosso (agora AlphaTauri). Nessa altura, entre os jovens pilotos que faziam parte da sua seleção, os responsáveis da Red Bull acreditavam que um seria um fenómeno. Max Verstappen prometia ser um novo caso de sucesso para a equipa austríaca, mas haviam outros jovens que tinham dado nas vistas e que podiam ser uma escolha válida para a Fórmula 1. Alexander Albon foi um desses casos, mas ficou “queimado” na sua primeira completa aos comandos do carro da equipa, tendo que dar um (ou mais) passo atrás, batalhando para regressar à competição e poder mostrar todo o seu valor. Agora, já fora do universo da Red Bull, Albon é visto por Christian Horner como um dos melhores ativos na competição. Poderá estar de novo na equação da Red Bull?

Depois da saída de Vettel, a Red Bull ficou órfã de uma dupla forte, ficando apenas com Daniel Ricciardo como piloto mais experiente. Tomou a decisão de colocar Daniil Kvyat como companheiro de equipa do australiano, enquanto Max Verstappen e Carlos Sainz eram dois dos estreantes em 2015, ocupando os lugares na Toro Rosso. No ano seguinte, Kvyat trocou de lugar com Verstappen com a temporada a decorrer, numa primeira de algumas substituições que foram ocorrendo entre a Red Bull e Toro Rosso nessa altura conturbada.

Passando para 2019, Daniel Ricciardo iniciou funções na Renault, enquanto Pierre Gasly, que tinha entrado na F1 em 2017, foi o escolhido para o lugar de companheiro de equipa de Verstappen. O piloto francês não aguentou toda a temporada e entrou em cena Alexander Albon. Gasly retornou à Toro Rosso, com Albon a passar para a equipa “principal”. No entanto, completando a temporada de 2019, os resultados de 2020 não foram do agrado dos responsáveis da Red Bull, que escolheram um piloto fora do seu universo – Sergio Pérez – para o lugar de Albon em 2021, ficando o tailandês sem espaço na F1. Foi piloto de reserva e desenvolvimento no ano seguinte, juntando-se à presença no DTM com as novas máquinas GT3, mas o objetivo era regressar à F1. 

Foi decisivo na conquista do título de Max Verstappen em 2021, com o trabalho de simulador a ser elogiado por toda a estrutura da Red Bull e a Williams olhou para Albon e viu um bom candidato a substituir George Russell, que estava de saída para a Mercedes, e não se terá arrependido da escolha. Albon fez esquecer Russell na equipa de Grove e tem sido parte do sucesso de uma equipa que recupera a sua forma, ainda longe dos sucessos do passado com Frank Williams ao leme. 

Albon tem estado tão bem que, segundo algumas notícias e especulação, há equipas de topo interessadas nos seus serviços. Pode a Red Bull ser uma delas? Com certeza.

Em entrevista no podcast ‘eff won with DRS’, Christian Horner explicou que Albon “é brilhante, é fantástico e fez um trabalho fantástico para nós quando passou a ser piloto de testes”. Segundo o responsável da Red Bull, o piloto tailandês “nunca se queixou, nunca reclamou, dedicou horas e fiquei muito feliz por ter conseguido arranjar-lhe um lugar na Williams e encontrou a sua forma, tem agora a experiência, está mais forte e é, novamente, um dos mais procurados pilotos”. 

A Red Bull mantém Pérez ao lado de Verstappen, agora tricampeão do mundo de Fórmula 1, mas, e depois de mais uma troca na AlphaTauri, designação que vai mudar na próxima temporada, fez voltar Daniel Ricciardo à competição, depois das passagens muito mal sucedidas pela McLaren e Renault. Yuki Tsunoda completa o quadro das equipas ‘Red Bull’. Muito se falou sobre a possível troca do australiano pelo piloto mexicano, estando Tsunoda também nessa equação. Muito se tem especulado, mas é possível que a Red Bull venha a adiar esta decisão para poder trazer algum piloto fora das suas duas equipas para ser companheiro de equipa de Verstappen. 

Lando Norris foi apontado, sabendo-se da boa relação que tem com o neerlandês, mas o piloto da McLaren está otimista com o que pode fazer a sua atual equipa, depois de uma excelente evolução durante esta temporada. Por seu turno, o progresso da Williams tende a ser mais lento, ainda para mais, depois do percalço com a liderança de Jost Capito, antecessor de James Vowles, por isso, Albon pode ver com bons olhos uma mudança para a Red Bull, a equipa que domina no presente e que tem vantagem, pelo menos teórica, até ao final de 2025, último ano antes da chegada de um novo regulamento para as unidades motrizes e técnico, um momento muito importante para a competição mundial. 

“Lembro-me que na altura estávamos a ter dificuldades com o Alex Albon, porque tinha entrado demasiado cedo e precisávamos de alguém”, disse Horner sobre a substituição do tailandês por Sergio Pérez. No final de 2024, ano em que o contrato de Albon termina com a Williams, pode acontecer o contrário? Talvez até porque Alexander Albon é um dos mais interessantes pilotos da grelha.