F1: Em dois anos foram substituídos oito dos 10 chefes de equipa

Por a 22 Janeiro 2024 12:39

Desde janeiro de 2022 até ao início do corrente ano, apenas Christian Horner e Toto Wolff mantêm o seu lugar como responsáveis de equipa, enquanto oito das dez equipas da grelha mudaram os seus líderes, algumas delas até mais do que uma vez. 

Christian Horner é o responsável de equipa que ocupa o cargo há mais tempo. O britânico lidera a Red Bull desde 2005, o ano de estreia da equipa austríaca na Fórmula 1 depois de adquirida a antiga Jaguar, e não parece ter o seu lugar em risco, especialmente depois da equipa ter conquistado mais dois títulos mundiais consecutivos.

Segue-se Toto Wolff, que se vai manter em funções durante, pelo menos, mais três anos, depois de ter renovado o seu acordo com a empresa já durante este mês de janeiro. Wolff detém parte da empresa, juntamente com a Daimler, INEOS, liderando na prática a equipa desde 2013, sendo ainda responsável pelas atividades desportivas da Mercedes-Benz, sucedendo a Norbert Haug. 

Depois dos dois rivais da Red Bull e Mercedes, o mais ‘antigo’ dos recentes chefes de equipa é Mike Krack. O luxemburguês substituiu em janeiro de 2022 Otmar Szafnauer na liderança da Aston Martin, numa altura em que a equipa de Silverstone cresceu bastante, tanto em termos de funcionários como de espaço físico das suas instalações, até em termos desportivos. Mike Krack não é responsável por todas as melhorias da Aston Martin, mas durante a sua liderança a equipa conquistou pódios e surpreendeu ao começar a temporada passada como a segunda força do pelotão, só atrás da Red Bull.

Antes de se tornar chefe de equipa da Aston Martin, Krack trabalhou na BMW desde 2014, tendo sido responsável pelos programas Fórmula E, GT e IMSA, bem como pela sua expansão prevista para os LMDh no IMSA e WEC. Foi ainda funcionário da Porsche e da Sauber, durante a parceria dos suíços com a BMW. 

Confirmada a saída de Andrea Seidl da McLaren no final de 2022, passando a ser em janeiro do ano seguinte o CEO do grupo Sauber, a estrutura de Woking confirmou que Andrea Stella passaria de director executivo – liderava a toda a parte de competição da McLaren – para chefe de equipa F1 ainda durante o último mês desse ano. Desde 2015 que trabalha na McLaren, tendo antes exercido funções na Ferrari, e à frente da equipa alterou a sua organização interna, substituindo James Key, então diretor técnico da McLaren, por Peter Prodromou, que passou a ser diretor técnico para a aerodinâmica; David Sanchez, como novo diretor técnico para conceito e performance; e Rob Marshall, que deixou a Red Bull, na função de diretor técnico para a engenharia e design. 

Durante o ano passado, começaram em funções quatro dos atuais chefes de equipa.

Ainda sob a designação de Alfa Romeo, a equipa suíça apresentou Alessandro Alunni Bravi para o novo cargo de representante, preenchendo a lacuna pela falta de existência de um diretor de equipa com a saída de Frédéric Vasseur para a Ferrari – iniciando também em 2023 o cargo na equipa italiana depois de Mattia Binotto deixar o cargo – e a entrada de Andreas Seidl como diretor executivo do grupo Sauber, para organizar e colocar em marcha o plano da Audi na Fórmula 1. 

Após duas temporadas à frente da Williams, foi anunciado em dezembro de 2022 que Jost Capito deixaria o seu papel de chefe de equipa em Grove, juntamente com o diretor técnico que ele tinha trazido, François-Xavier Demaison. Algumas semanas mais tarde, a Williams anunciou a contratação daquele que era até então o responsável da estratégia da Mercedes, James Vowles, como seu novo chefe de equipa. Depois de ter feito parte das estruturas que venceram por nove temporadas consecutivas o mundial de F1 – com a Brawn GP e depois a Mercedes – Vowles liderou a Williams no ano em que alcançou a melhor classificação desde 2017. O sétimo lugar em 2023 abre boas expectativas para a próxima temporada, que avaliará o trabalho de Vowles e que conta ainda com um dedo, e não com a mão, do novo diretor técnico Pat Fry, que veio da Alpine. 

Em julho do ano passado, a Alpine anunciou a saída de Otmar Szafnauer da equipa, que depois de deixar a Aston Martin, não aguentou muito tempo na estrutura francesa. Alan Permane também foi despedido, enquanto Pat Fry saiu da Alpine para depois rumar para a Williams, cumprida a licença acordada entre as partes. Bruno Famin, vice-presidente da Alpine Motorsports, assumiu o papel de chefe de equipa interino por pouco tempo, até que os responsáveis da estrutura francesa decidiram mantê-lo naquele posto. Com um passado ligado à Peugeot Sport, com vitória em Le Mans como um dos pontos mais altos da sua carreira, Famin passou a exercer funções na FIA em 2019, voltando a uma equipa francesa em 2022, passando a liderar a divisão de unidades motrizes da Renault até se tornar vice-presidente da Alpine Motorsports. 

Ainda em abril de 2023, a Scuderia AlphaTauri anunciou a reestruturação interna na gestão da equipa, levando à saída de Franz Tost, chefe de equipa desde 2005, e à entrada de dois nomes sonantes da Fórmula 1: Peter Bayer e Laurent Mekies. O antigo diretor da FIA, Peter Bayer, passou a ser o diretor executivo da AlphaTauri ainda durante esse ano, enquanto Franz Tost deixou o cargo de chefe de equipa no final da temporada. Laurent Mekies, que era diretor desportivo da Ferrari na altura do anúncio, assumiu funções como novo chefe de equipa já em janeiro deste ano, depois de passar pela obrigatória licença ao deixar a Ferrari no verão passado. O engenheiro francês partilha com Peter Bayer a responsabilidade de liderar a equipa italiana numa altura de muitas mudanças em termos de processos internos, com uma maior ligação à Red Bull e uma nova designação. 

Surpreendente foi o anúncio da saída de Günther Steiner, uma das principais figuras da Haas, da estrutura. A confirmação aconteceu a 10 de janeiro, depois de Simone Resta, diretor técnico da equipa, ter deixado a equipa após o seu período de empréstimo pela Ferrari e, ao que parece, em desacordo sobre a filosofia a usar para o carro norte-americano deste ano.

Gene Haas não perdeu tempo e na mesma altura nomeou Ayao Komatsu como o seu novo chefe de equipa, com Günther Steiner a deixar a organização com efeito imediato. Komatsu trabalha na equipa desde a sua época de estreia em 2016, tendo começado como engenheiro-chefe de corrida, passando a diretor de engenharia antes de subir a responsável máximo dentro da Haas, o mais recente de todo o pelotão.

Foto: Jared C. Tilton/Getty Images/Red Bull Content Pool

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