F1, Daniele Audetto: “Não é bonito de dizer, mas as pessoas gostam de ver acidentes”
Daniele Audetto, antigo chefe de equipa da Super Aguri e HRT, criticou a decisão da FIA de introduzir o Halo em 2018. Esta é apenas mais uma das muitas vozes contra a decisão da FIA, onde se incluem, por exemplo, nove das 10 equipas da da Fórmula 1. Os próprios adeptos estão maioritariamente contra, como se pode ver e ouvir um pouco por todo o lado, o que fez com que a FIA tivesse de vir defender a sua decisão.
“A segurança no desporto motorizado é uma das maiores preocupações da FIA. Muitas melhorias foram feitas em várias áreas, mas para a cabeça não existe nada nos monolugares, o que nos preocupa há muitos anos”, disse fonte da FIA.
Mas Audetto veio dizer que o risco faz parte de ser piloto de competição: “No meu tempo era uma grande honra, e ao mesmo tempo, um grande risco, pilotar um Fórmula 1. Perdi alguns amigos, mas na realidade é que um piloto da F1 tem de aceitar os riscos. A maioria dos circuitos agora são em desertos, é quase impossível ter um acidente grave lá, é como um simulador com alguém a controlar a partir da box, existe muita tecnologia e segurança, a Fórmula 1 assim perdeu muita da sua essência, torna-se inclusive menos interessante para os adeptos. Não é bonito de dizer, mas as pessoas gostam de ver acidentes, tanto como de lutas aguerridas em pista”, disse antigo chefe de equipa de 74 anos.
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NOTEAM
25 Julho, 2017 at 18:31
O acidente faz parte do imaginário da competição automóvel, o risco de se rodar no limite é atractivo, por vezes traz consigo consequência terríveis, mas este é o ADN da F1, querer mudar isso é acabar com a competição. Eu julgo que o que mais incomoda os adeptos é o facto de o Halo tornar o carro mais feio, esta é verdade. Crescemos a olhar para os carros de F1 e ver os carros mais rápidos e bonitos do planeta, quando tens isso não queres ter outra coisa. A f1 com Halo ou outra coisa qualquer, deixa de ser F1. Continuo a achar que se devia continuar a trabalhar noutras áreas por forma a tornar a competição ainda mais segura ( porque segura ela já o é)!
Jaguar R3
25 Julho, 2017 at 18:43
100% de acordo.
F1_4ever
25 Julho, 2017 at 19:03
Daniele Audetto tem razão quando diz que as pessoas gostam de ver acidentes. E basta ver como nos telejornais a maior parte das vezes só dão notícias de automobilismo porque aconteceu um acidente grave que provocou mortos ou feridos ou então é um acidente “espectacular”.
Quantas vezes eu próprio já ouvi outras pessoas que não sendo aficionados de F1 como eu dizerem que só gostam de ver a partida dos GP’s porque ás vezes há grandes acidentes e depois não têm pachorra para ver os carros andarem ali ás voltas.
E tem razão também quando diz: “A maioria dos circuitos agora são em desertos, é quase impossível ter um acidente grave lá.” Temos visto alguns acidentes violentos nestes últimos anos sem consequências para os pilotos, tal é a protecção que os actuais F1 proporcionam, com excepção á cabeça do piloto como no caso do Jules Bianchi. Esta imposição do Halo ou de outra coisa que venham a aprovar só vem desvirtuar o aspecto dos carros, e mesmo com eles nunca haverá segurança a 100%.
MVM
25 Julho, 2017 at 19:35
Para os mais jovens, Daniele Audetto foi muito mais que o chefe de equipa da Super Aguri e HRT: ele foi director desportivo da Ferrari na década de 70, tendo uma quota-parte nos títulos do Niki Lauda e da Ferrari em 1977.
Quanto aos acidentes, eu não lhes acho piada nenhuma. Gosto de ver despiques como os do Verstappen e do Vettel no último GP (para não ter de recorrer ao cliché da luta entre o Arnoux e o Villeneuve em 1979), mas não de acidentes. Tenho sempre medo que um piloto morra ou se magoe quando os acidentes acontecem. Alguns acidentes do automobilismo foram de um horror que ultrapassa o imaginável: Helmut Koinigg morreu decapitado por um rail, Tom Pryce foi degolado pela correia do seu capacete, o acidente de Gordon Smiley deixou pedaços de massa encefálica espalhados pelo asfalto de Indianapolis, Ayrton Senna morreu com o crânio perfurado por um braço de suspensão. Não quero ver nada disto nem quero que acidentes como estes voltem a acontecer. Aceito que há espectadores que gostam e querem ver acidentes, mas não me sinto obrigado a subscrever os gostos de pessoas mentalmente perturbadas. Penso que tudo o que puder ser feito em nome da segurança é bem-vindo, desde que não prejudique a essência da F1. O halo destrói essa essência e penso que deviam procurar melhorar o escudo – mas, se o halo puder salvar a vida e preservar a integridade física de um piloto,tanto pior.
Pity
25 Julho, 2017 at 19:59
Tinha a ideia que o Tom Pryce tinha morrido por levar com um extintor na cabeça.
MVM
25 Julho, 2017 at 22:58
O que torna as coisas ainda mais macabras. O impacto do extintor não matou directamente o Tom Pryce: fez com que o capacete se deslocasse para cima e a correia seccionasse a garganta, causando-lhe a morte.
asfalto
25 Julho, 2017 at 21:59
O que eu acho é que quando acontece algum acidente seja ele de corridas ou não, toda a gente tem curiosidade em saber como foi. Para mim quem vai ver corridas e está na expectativa de ver acidentes, não é um verdadeiro adepto de corridas. Quem não assistiu já a corridas animadas com boas e bonitas lutas em pista até um deles bater, e a partir de então a corrida ficou sem interesse. Por isso quando vou ver corridas não quero corridas estragadas por causa de acidentes.
anotheruser
25 Julho, 2017 at 22:59
Adoro o halo!
Acho que fica mesmo a jeito de lhe amarrar uma vovuzela de cada lado: nada que fita cola e um canivete não resolva.
Isso ou então por-lhe umas molas de estender a roupa.
Pedro Nrgrão
26 Julho, 2017 at 9:40
Eu sou da opinião que também a FIM devia tomar medidas para melhorar as condições de segurança no Moto GP. Assim sugiro que as motos passem a dispor de 4 rodas para diminuir o risco de queda e assim aumentar a seguranças dos pilotos…
José
26 Julho, 2017 at 11:50
Axo que também poderiam adotar o halo no motoGP um assim oval a toda a volta da moto.
MVM
26 Julho, 2017 at 11:52
Quatro rodas não digo, mas podiam ter arcos de segurança, como as BMW C1 😀
http://moto.zombdrive.com/images/bmw-c1-3.jpg
Pity
26 Julho, 2017 at 16:47
É menos inestético que o halo 🙂
ro19071725
26 Julho, 2017 at 12:03
Não diria “gostar”… mas sim “criar mais incertesas quanto ao desfecho final”…
Sr. Dr. HHister
26 Julho, 2017 at 21:16
Estes gajos têm que se decidir. Ou aceitam os riscos, que não são nada comparados com o Moto GP… Penso até que se pode dizer que o automobilismo não tem tanta percentagem de lesões como o Moto GP ou o futebol. Então para quê esta treta toda? …ou bem que se fecha o cockpit e se protege de vez a cabeça dos pilotos. Não se desvirtua o desporto numa altura em que está a crescer de novo junto aos adeptos, com a gestão aberta da Liberty Media, carros mais bonitos, motores mais potentes e um campeonato aberto. Tendo em conta que nos primórdios não houve, durante muito tempo, uma alminha que se lembra-se de implementar um rollbar num F1, esta manobra da FIA cheira a sabotagem.