F1, Balanço 2023: Temporada dominante de Max Verstappen e surpresas entre o pelotão

Por a 5 Dezembro 2023 11:16

Está na hora de analisar a fundo o que aconteceu na temporada de 2023 da Fórmula 1, iniciando-se com um bloco que tenta resumir o mais importante das 22 provas do ano, enquanto publicaremos uma análise mais detalhada muito em breve.

Não há qualquer dúvida que a temporada de 2023 do mundial de Fórmula 1 foi dominadoa pela Red Bull e por um dos seus pilotos em particular: Max Verstappen.

Entre as 21 vitórias da equipa de Milton Keynes, das 22 provas do calendário da competição, Verstappen terminou com 19 triunfos e apenas Carlos Sainz alcançou uma vitória para um outro piloto que não da Red Bull, marcando dessa forma o ponto mais baixo da equipa austríaca durante toda a época.

Ainda no teste de pré-temporada havia já sinais de superioridade da Red Bull, comprovadas logo nas primeiras provas do ano, ao mesmo tempo que a Aston Martin, que teve de utilizar os serviços de Felipe Drugovich nas sessões preparatórias da temporada após lesão de Lance Stroll, colocava Fernando Alonso no pódio. A equipa de Silverstone foi a grande surpresa do início da temporada – até porque já era esperada uma Red Bull muito forte – enquanto Mercedes e Ferrari mostravam ter muitas dificuldades para acompanhar essas duas equipas, com os problemas de 2022 ainda a fazerem-se sentir nos monolugares deste ano. Apesar de toda a expectativa em redor de uma possível recuperação da equipa de Brackley e Maranello, isso não aconteceu e só a McLaren entrou em pior forma em 2023.

A primeira corrida do ano, com recuperação de Alonso, que deixou para trás Lewis Hamilton e Carlos Sainz para subir ao pódio com melhor ritmo de corrida do que estes adversários, enquanto Charles Leclerc teve de abandonar por falha da unidade motriz do SF-23, foi sintomático para o que aconteceria nas provas seguintes.

Mais atrás no pelotão, a McLaren era a novidade entre Williams, Haas, Alfa Romeo e AlphaTauri, completamente fora do objetivo que os responsáveis da equipa tinham traçado.

Mercedes e Ferrari tinham que dar a volta à situação, ao mesmo tempo que Red Bull se distanciava e a Aston Martin ia brilhando, com os responsáveis de Silverstone a alertar que a evolução do AMR23 não deveria ser tão acentuada como as que os seus adversários. O foco passou para o que podiam fazer os engenheiros em dos Flechas de Prata e da Scuderia, mas foi de Woking que vieram sinais muito prometedores. A McLaren passou de discutir lugares mais atrás no pelotão, nem sempre alcançando os pontos, para progredir bastante a partir da Áustria, depois de um pacote de atualizações agressivo. Passou a disputar lugares de pódio, por vezes com ambos os pilotos, dando um salto qualitativo que Mercedes e Ferrari não conseguiram imitar. Entretanto, a Aston Martin tentava sobreviver entre os dez primeiros.

A partir da segunda metade da temporada, enquanto a Red Bull continuava a dominar na frente e a Williams se impunha na luta a quatro pelos últimos lugares do mundial de construtores, a McLaren era a equipa mais próxima da frente – ainda distante dos carros de Milton Keynes – a Mercedes tinha dado um passo em frente com o pacote de atualizações no Mónaco e a Ferrari passou, a partir da prova na Bélgica, a somar mais pontos do que a equipa adversária de Brackley, com exceção da prova do Catar com formato Sprint.

Também mais atrás, com falhanços na evolução da Alfa Romeo e Haas, a AlphaTauri conseguiu dar sinais positivos, apesar de passar parte da temporada no último lugar da classificação. Nyck de Vries foi substituído pelo regressado Daniel Ricciardo, numa manobra típica da gestão da Red Bull. O piloto australiano, que teve disponível o monolugar atualizado da equipa de Faenza, ao contrário do que aconteceu com o neerlandês que o antecedeu, teve de dar o lugar ao piloto de reserva Liam Lawson após lesão no Grande Prémio dos Países Baixos.

O neozelandês passou a fazer dupla com Yuki Tsunoda, bastante mais aguerrido do que de Vries nas primeiras corridas da temporada – o neerlandês foi um dos estreantes na Fórmula 1. A dupla passou a poder disputar melhor os últimos pontos. Depois da vinda de lesão, Ricciardo alcançou no México a sua melhor posição da temporada, enquanto Tsunoda cometeu um erro que o prejudicou e que retirou a possibilidade da AlphaTauri pontuar com os dois carros. Foi o ponto baixo do piloto japonês, que se mostrou mais sereno e mais competitivo no global da temporada.

A Williams não quis focar-se na evolução do FW45 deste ano, concentrando-se no plano a longo prazo de recuperação. Por isso, a AlphaTauri passou a ser um adversário sério ao sétimo lugar que a equipa britânica ocupou durante grande parte da época.

Na frente, com exceção da Red Bull, cada circuito influenciava o desempenho dos carros da McLaren, Mercedes e Ferrari, enquanto a Aston Martin teve de reverter, em parte, as atualizações nos seus carros, comprovando-se que uma espécie de 50/50, em termos de novos componentes e mais antigos, funcionam melhor do que um carro totalmente atualizado.

As maiores lutas finais, depois de Max Verstappen e a Red Bull fecharem as contas dos mundiais de pilotos e construtores, passaram a ser o segundo posto entre os construtores – Mercedes e Ferrari na luta – e para o sétimo lugar disputado entre Williams e AlphaTauri. O mau início de temporada tinha retirado a hipótese à McLaren em alcançar a luta pelo vice-campeonato e a Aston Martin perdeu terreno quando procurava as melhores soluções para o seu carro, com alguns desempenhos fracos.

Com muitos recordes batidos, Max Verstappen revalidou o título, Sergio Pérez terminou como vice-campeão e a Red Bull somou mais um campeonato de construtores. A Mercedes bateu a Ferrari na discussão pelos milhões a mais do segundo lugar dos construtores, tendo a Williams feito o mesmo à AlphaTauri pelo sétimo lugar.

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