F1: Alpine precisa de um carro “completamente novo” para 2024

Por a 22 Janeiro 2024 17:24

A Alpine vai competir em 2024 com um monolugar profundamente alterado em comparação com o carro da temporada passada, em vez de apenas evoluir a máquina, numa tentativa de encontrar uma janela de funcionamento mais ampla, assegurou Matt Harman. Ao mesmo tempo, a estrutura francesa tenta encontrar formas de conseguir recuperar alguma da desvantagem da unidade motriz da Renault para os motores adversários. 

Tendo que encontrar soluções em relação à sua unidade motriz, apesar do ‘congelamento’ do seu desenvolvimento, a Renault deverá apresentar um novo sistema de gestão de energia, depois de não se ter chegado a qualquer decisão em sede de Comissão de F1 sobre possíveis mecanismos para a convergência de desempenho, a Alpine promete apresentar um monolugar totalmente revisto, porque, segundo o diretor técnico Matt Harman, o A523 foi um carro limitado, cujo desempenho decepcionou a equipa. Precisando de um carro mais performante e que garanta a possibilidade de poder sofrer evoluções que tenham impacto em pista durante a temporada e no próximo inverno, uma vez que a equipa quer, assim como as restantes estruturas, trabalhar no carro de 2026 assim que for possível. A FIA decidiu que os monolugares pensados para o próximo ciclo regulamentar só poderão começar a ser desenvolvidos a partir do início da temporada de 2025, numa tentativa de tornar esse ano atrativo do ponto de vista competitivo e que a Alpine espera que o novo simulador seja uma ferramenta importante

Em 2023, explicou Harman ao F1.com, que o carro da Alpine foi ultrapassado “aerodinamicamente por alguns outros carros”. O responsável técnico da Alpine, depois da reorganização interna da equipa durante o verão passado, salientou que a equipa trabalhou durante 2023 para tentar compreender e resolver os problemas do A523 e que foram “realizadas experiências ao longo do ano para tentar chegar ao fundo da questão. Algumas delas foram visíveis, outras nem tanto”, mas só conseguiram habituar-se ao “carro na segunda, terceira, talvez quarta prova”. Esperando que todas as dificuldades sirvam de lição para a próxima temporada, depois de demorarem “algum tempo a dominar o carro” de 2023.

Considerando que no carro da temporada passada a equipa não se saiu “tão bem como no A522”, cujos desenvolvimentos durante a época resultaram sempre em melhorias no seu desempenho, Harman reforçou que os técnicos da sua equipa têm “de ser mais cuidadosos na forma como investimos o dinheiro”. Por isso, foi mais fácil e rentável trabalhar num carro que “é completamente novo desde a frente até à traseira. Vão ver isso em toda a grelha porque o carro tem de durar alguns anos, enquanto olhamos para o futuro”. Ou seja, durante duas temporadas. 

Ainda sobre o motor, o mesmo que equipou o A522 e o A523, Matt Harman esclareceu que não havia mais a fazer neste momento e que apesar de ainda estar um pouco atrás da concorrência, “demos um grande passo”. O responsável técnico afirmou que não podiam “correr mais riscos” do que os que correram, até porque “também é importante notar que temos outra unidade motriz para produzir neste momento”. E o motor de 2026 “é um grande objetivo para a equipa”, assume Harman, acrescentando que “é aí que está o nosso futuro”.

O rumo para 2024, embora reconheça que alguns elementos do RB19 servirão de inspiração, garantiu Harman noutra ocasião, não é copiar o conceito e filosofia do carro da Red Bull, mas seguir uma direção própria. E como se percebe pelas suas palavras, não estando satisfeitos com aquilo que desenvolveram para o ano passado, só restava apostar num carro diferente, algo que é partilhado por Mercedes e Ferrari, por exemplo. É preciso recuperar a desvantagem para os adversários, que no caso da equipa francesa, são, principalmente, a Aston Martin e McLaren. 

Curiosas são as palavras de Pat Fry, que deixou a Alpine para apostar no projeto da Williams liderado por James Vowles, quando disse que não sentiu “o entusiasmo ou a vontade de ir além do quarto lugar” na estrutura francesa. Isso talvez explique o motivo pelo qual a Alpine tem tido tanta dificuldade em chegar ao topo.

Foto: Martin TRENKLER

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