F1: A McLaren está realmente na frente?

Numa altura em que chegámos a meio dos últimos quatro dias de testes, a McLaren mantém-se na liderança pelo segundo dia consecutivo, mas serão os homens de Woking os mais rápidos nesta altura da época?

Fomos tentar percebê-lo com a ajuda do F1.com. Resumindo, a McLaren está na frente, mas a história não é assim tão simples…

Olhando para o gráfico que mapeia os três melhores setores definidos por cada equipa (não necessariamente da mesma volta ou mesmo piloto), a McLaren está, ainda assim, no topo. As margens nos dois primeiros setores, particularmente o do meio, são bastante impressionantes.

No entanto, Carlos Sainz fez uma simulação de qualificação, com os pneus C4, que é o segundo composto de pneu mais macio da gama da Pirelli.

Esta é a primeira vez nos testes de pré-época que se viu uma verdadeira simulação de volta de qualificação. Mas Carlos Sainz é cauteloso: “A folha de tempos parece boa e sim, é sempre bom ser o primeiro, mas não vamos estar na pole-position na Austrália. Acalmem-se todos um pouco, isto é apenas um teste. Estamos a fazer mais algumas voltas de qualificação, de modo a podermos ver um pouco melhor a capacidade de desempenho do carro, mas como é lógico, temos de esperar para ver o que os outros fazem”, disse Sainz ao F1.com.

Melhores voltas de ontem:

1 McLaren (Carlos Sainz) 1m17.144s (C4) – 130 voltas

2 Racing Point (Sergio Perez) 1m17.842s C5 +0.698s – 88 voltas

3 Ferrari (Sebastian Vettel) 1m18.195s (C3) +1.051s 40 voltas

4 Alfa Romeo (Kimi Raikkonen) 1m18.209s (C4) +1.065s 113 voltas

5 Haas (Romain Grosjean) 1m18.330s C5 +1.186s 120 voltas

6 Red Bull (Max Verstappen) 1m18.395s (C3) +1.251s 128 voltas

7 Toro Rosso (Daniil Kvyat) 1m18.682s (C4) +1.538s 101 voltas

8 Valtteri Bottas (Mercedes) 1m18.941s (C3) +1.797s 74 voltas

9 Renault (Nico Hulkenberg) 1m19.056s (C3) +1.912s 58 voltas

10 Williams (Robert Kubica) 1m19.367s C5 +2.223s 130 voltas

Da mesma forma, a Racing Point experimentou o composto C5 – o mais macio da gama da Pirelli- que é cerca de 0,6s por volta mais rápido que o C4 de acordo com a marca italiana. Então, este tempo também não é representativo. Com isso em mente, foram ajustamos os tempos de modo a levar em conta o déficit entre os dois compostos, mais a diferença de 0,6s entre o C4 e o C3. E é assim que eles (virtualmente) se acumulam:

Melhor volta simples (tempos ajustados, corrigidos com base nos dados da Pirelli).

1 (1) McLaren (Carlos Sainz) 1m16.544s

2 (3) Ferrari (Sebastian Vettel) 1m16.995s +0.451s

3 (6) Red Bull (Max Verstappen) 1m17.195s +0.651s

4 (4) Alfa Romeo (Kimi Raikkonen) 1m17.609s +1.065s

5 (8) Mercedes (Valtteri Bottas) 1m17.741s +1.1197s

6 (2) Racing Point (Sergio Perez) 1m17.842s +1.298s

7 (9) Renault (Nico Hulkenberg) 1m17.856s +1.312s

8 (7) Toro Rosso (Daniil Kvyat) 1m18.082s +1.538s

9 (5) Haas (Romain Grosjean) 1m18.330s+1.786s

10 (10) Williams (Robert Kubica) 1m19.367s +2.823s

A conclusão ‘diz’ que a McLaren está efetivamente no topo, mas tal como referiu Carlos Sainz: “É bom ser primeiro, mas isto são apenas testes…”, ou seja, enquanto a McLaren tentou a sua melhor volta, mas fê-lo de modo a que o seu registo pudesse ser o mais baixo possível, já as outras equipas, provavelmente, não o fizeram, e por isso estes registos vão continuar a ser ‘anómalos’.

A Ferrari salta para segundo, reajustado as diferenças de compostos, dois décimos mais rápido que a Red Bull, com a volta de Max Verstappen corrigida a permitir-lhe subir três lugares. A Alfa Romeo continua em quarto, à frente da Mercedes, com a Racing Point a cair quatro lugares, para sexto ainda e sempre com os tempos virtualmente ajustados. A única equipa consistente foi Williams, que permanece no último lugar em ambas as tabelas, embora tenha caído de três décimos, para um segundo. Como se percebe, têm que estar muito preocupados com o arranque do Mundial de Fórmula 1.