F1: A inevitável saída de Nikita Mazepin
Com a guerra da Ucrânia, o cerco à Rússia está a apertar-se e a situação de Nikita Mazepin está cada vez mais insustentável, devendo perder o seu lugar na Haas e na Fórmula 1, o que deverá ser anunciado nos próximos dias.
A invasão militar promovida por Vladimir Putin no seu país vizinho não podia ter acontecido no pior momento para o jovem russo. Mazepin ingressou na categoria máxima do desporto automóvel no ano passado e algumas atitudes menos polidas não lhe trouxeram muitos adeptos.
Durante a sua temporada de estreia na Fórmula 1 teve à sua disposição daquele que era, claramente, o pior carro do plantel e viu-se batido consistentemente pelo seu colega de equipa, Mick Schumacher, o que deixou no ar a ideia de que o russo de 22 anos não tinha a qualidade necessária para fazer parte da elite dos Grandes Prémios.
Mazepin contava este ano poder mostrar o seu verdadeiro potencial e assumir-se como um piloto de Fórmula 1 de pleno direito, mas Putin com as suas acções militares parece ter travado as ambições do seu conterrâneo e, neste momento, é já seguro apontar que dificilmente o jovem russo continuará na Haas.
As sanções que o Ocidente está a infligir à Rússia são bastante duras, resultando em limitações muito sérias às viagens de russos no território europeu e não só, sobretudo oligarcas, característica que descreve o pai de Nikita, Dmitry Mazepin, que na passada quinta-feira esteve reunido no Kremlin com Putin.
O bloqueamento de diversos bancos russos ao sistema de comunicação financeiro – o SWIFT – também não ajuda à causa do piloto de vinte e dois anos.
Portanto, existem já muitas limitações práticas à continuidade do ainda piloto da Haas, mas estas não são as únicas.
A formação dirigida em pista por Guenther Steiner tem licença americana e o seu principal financiador é um americano, Gene Haas, e essa pode ser uma posição insustentável para este, que, segundo rumores no paddock de
Barcelona, tinha já decidido terminar qualquer relação com a Uralkali e os Mazepin, o que na prática significa que precisará de um novo piloto.
Segundo as mesmas fontes, a Haas deverá tomar uma decisão nos próximos dias de modo a poder ter na bateria de testes que se realizam no Bahrein entre os dias 10 e 12 de Março o novo colega de equipa de Mick Schumacher.
Isto significa o fim da linha para Nikita Mazepin, que poderá terminar a sua carreira na Fórmula 1 devido a questões político-militares que lhe fogem completamente ao controlo, depois de uma temporada sofrível na categoria máxima.
Também Daniil Kvyat, que assinou para participar no WEC com a G Drive, e Robert Schwartzman, piloto de reserva da Ferrari, podem ter, igualmente, as respectivas carreiras em risco.O foco da Haas é agora encontrar um piloto que possa ocupar o lugar de Mazepin.
Existem alguns nomes no mercado, mas parece que o grande candidato a assumir o volante do russo é António Giovinazzi, que ficou sem assento no final da temporada passada, quando a Alfa Romeo resolveu renovar completamente o seu “line-up”.
O italiano continua com uma forte ligação à Ferrari, com quem a Haas mantém profundos laços, e, para além disso, não esteve afastado da Fórmula 1 muito mais tempo que os restantes pilotos – na verdade falhou apenas os ensaios de Barcelona. Se for alcançado um acordo até aos testes do Bahrein, que têm o seu início dentro de uma semana e meia, o seu déficit relativamente a todos os outros será diminuto.
A questão de estar a participar este ano no Campeonato do Mundo de Fórmula E com a Dragon Racing tem pouca relevância, uma vez que seguramente que o seu contrato tem uma cláusula que garante a sua saída da equipa se lhe for oferecido um lugar na Fórmula 1.
Oscar Piastri foi outro dos nomes que circulou como possibilidade, mas o australiano tem pouca experiência na Fórmula 1, numa temporada em que a Haas espera poder lutar por pontos, e faz parte da Alpine Academy, não
fazendo sentido para a equipa americana desenvolver um piloto que sabe que, mais tarde ou mais cedo, vai perder.
Mas nos próximos dias são esperados anúncios que vão desfazer todas as dúvidas.
MASÉFIM.