F1 2023, Análise aos pilotos: Charles Leclerc/Carlos Sainz

Por a 8 Dezembro 2023 13:09

A Ferrari voltou a escorregar nesta temporada, não sendo capaz de apresentar um monolugar competitivo em ritmo de corrida, ainda com alguns azares no início da temporada, que fizeram a equipa italiana entrar com o “pé esquerdo”, como insistiu o chefe de equipa Frédéric Vasseur, e perder terreno para Red Bull, Mercedes e Aston Martin naquela altura. 

Ainda com problemas de maior degradação de pneus do que a concorrência, o SF-23 perdeu em corrida, mas foi uma boa máquina para as qualificações. Com o passar da temporada e algumas atualizações introduzidas, o carro italiano passou a ter um melhor comportamento ao domingo, apesar de ser ainda suscetível de mudanças de condições de pista e até mesmo do traçado que enfrenta, não teve um desempenho consistente. Mesmo assim, desde o Grande Prémio da Bélgica, já depois da Mercedes ter alterado fortemente o seu W14, a Ferrari somou mais pontos, com exceção da prova no Catar – curiosamente a prova onde Carlos Sainz não começou a corrida e Lewis Hamilton ficou de fora da corrida na curva 1 após colisão com George Russell – até ao final da temporada. Não conseguiram alcançar o vice-campeonato por 4 pontos, mas foram a única equipa a vencer uma prova esta temporada além da Red Bull. 

Charles Leclerc teve o seu maior momento em 2023 em Las Vegas, onde lutou pela vitória com os dois pilotos da Red Bull, seguindo-se um novo segundo lugar na derradeira prova do ano. O piloto monegasco terminou a temporada de melhor forma do que começou. O azar bateu à porta de Leclerc logo no Bahrein, com uma falha do SF-23 quando seguia no terceiro lugar, foi penalizado com a perda de 10 lugares na grelha de partida do GP da Arábia Saudita por troca de componentes da unidade motriz, quando se tinha qualificado com o segundo melhor tempo, e ficou de fora da corrida na Austrália logo na abertura.

Leclerc viu Carlos Sainz vencer em Singapura numa altura em que o piloto espanhol teve melhores desempenhos e só a partir do Japão é que deu a volta à situação, conseguindo uma melhor reta final de temporada. Terminou o ano sem triunfos, apesar de ter ficado mais próximo em Las Vegas, mas conseguiu alcançar o quinto posto da classificação de pilotos, acima de Lando Norris, Carlos Sainz e George Russell. 

Sainz aproveitou as dificuldades da Red Bull em Singapura para alcançar a vitória. Foi o ponto alto da Ferrari, mas o piloto espanhol teve alguns episódios pouco felizes em 2023. O episódio da tampa de saneamento em Las Vegas ou a penalização na Austrália após contacto em Fernando Alonso num dos vários recomeços no final da prova, são exemplos do azar que o espanhol sentiu este ano e que, obviamente, teve impacto nos seus resultados. Chegou a ser dado como possibilidade para o próximo projeto da Audi e há rumores sobre a dificuldade em chegar a entendimento com os italianos para a sua renovação, o que é difícil de entender para um piloto que tem dado boas provas na Scuderia.

Não teve uma reta final de temporada tão forte como o seu companheiro de equipa, mas somou pontos importantes naquela que era a única luta possível para os italianos, a tentativa de alcançar o vice-campeonato.

A dupla da Ferrari teve pouca culpa nos resultados menos conseguidos. Muitas vezes tentaram assumir as rédeas da estratégia e lutaram para chegar aos primeiros lugares, mas as limitações do carro não permitiram. Leclerc terminou em quinto com 206 pontos (igualdade pontual com Alonso), Sainz foi sétimo com 200 pontos. Uma das duplas mais equilibradas do ano. Não surpreende que a Scuderia queira manter os pilotos

Nota AS:

Charles Leclerc, Nota 8

Carlos Sainz; Nota 9

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