F1: 10 lições do GP da Bélgica

Por a 29 Agosto 2022 18:30

Por Pedro André Mendes e Fábio Mendes

O regresso à competição era muito desejado pelos fãs, que ficaram quase um mês sem F1. Valeu a pena a espera e o GP de Spa deu-nos muitos motivos de interesse. Escolhemos dez lições que aprendermos neste fim de semana.

#Red Bull cada vez mais forte

O GP da Bélgica marcava o inicio da aplicação de uma nova diretiva técnica que retirou alguma flexibilidade aos fundos dos carros e implementou um novo sensor de frequência e intensidade das oscilações dos carros. A Red Bull nunca se mostrou muito contente com a nova diretiva, dizendo que iria beneficiar algumas equipas em detrimento de outras. Mas a Red Bull certamente não ficou prejudicada. Em Spa mostraram que são a melhor equipa do momento, dominando todos os aspetos da corrida. Um monolugar forte, uma dupla de pilotos a toda a prova e uma equipa que raramente comente erros. A prova esta na facilidade com que Max Verstappen venceu, saindo do 14º lugar. O começo de uma nova era na F1?

# Ferrari continua a dar tiros nos pés

As férias não ajudaram a Ferrari. A pressão com que terminaram a primeira metade do ano mantém-se e acentua-se a cada corrida. Mais uma vez não foram capazes de dar luta à Red Bull e mais uma vez cometeram erros que custaram pontos, com a decisão de tentar ficar com a volta mais rápida. A Ferrari não tem argumentos para lutar com a Red Bull neste momento. O carro pode ser bom, mas parece ser o mais afetado com a nova diretiva técnica e pior ainda, os erros teimam em aparecer. A Ferrari tem de fazer mais e melhor.

# Russell voltou a valer à Mercedes

Já elogiamos George Russell no passado, mas somos obrigados a fazê-lo de novo. O jovem britânico tem mostrado grande qualidade ao volante do Mercedes, tirando o melhor partido de uma máquina por vezes difícil de entender. Sem grande alaridos, faz o seu trabalho enquanto espera por um carro melhor.

# Alex Albon em grande

Alex Albon é um bom piloto. Talvez não tenha a estrutura mental (ainda) para se bater com os melhores mas talento nunca foi problema para o jovem tailandês. Na Williams encontrou o palco certo para se mostrar e evoluir, sem pressas e com muito menos pressão. O resultado está à vista. Mais pontos para a equipa, o seu colega de equipa a milhas e ninguém suspira de saudades de Russell. Albon voltou a estar bem e a tendência deverá ser melhorar ainda mais

# Gasly de regresso à velha forma

Pierre Gasly conseguiu chegar a corrida nº100, o que por si só é um feito. Mas conseguiu festejar em grande, largando da via das boxes para terminar nos pontos. Desde a sua passagem pela Red Bull que Gasly passou a ser visto como uma opção secundária (mais do que Albon) mas o francês não baixa os braços e vai dando o melhor de si (que não é pouco). O próximo passo na sua carreira terá de ser longe da Red Bull e precisa disso para se afirmar. Exibições como a de Spa só confirmam o seu valor.

# McLaren perdida

A McLaren esteve em contramão na Bélgica, enquanto a Alpine, seus adversários diretos no campeonato, estiveram muito fortes. Pode ter sido a temperatura, como disse Andreas Seidl, mas o ritmo de corrida foi péssimo e tem de apresentar soluções antes de Zandvoort já no próximo fim de semana. Já na temporada passada deixaram escapar a Ferrari na segunda metade da época e para quem tem como objetivo vir a lutar por vitórias, não pode perder mais um ano e terminar em quinto no campeonato de construtores. Se assim for, será o pior resultado da equipa de Woking desde 2018.

# Alpine muito forte

Estiveram nas notícias durante todo o período de férias, não pelos melhores motivos, mas em Spa-Francorchamps todos nos esquecemos na novela que acompanha a equipa francesa.

Fernando Alonso demonstrou um ritmo muito alto na qualificação e foi pena o toque sofrido na corrida, quando já seguia em 2º depois de mais um arranque fantástico. Terminou em quinto graças ao erro da Ferrari e de Charles Leclerc, mas foi merecido.

Esteban Ocon recuperou muitas posições depois de ter estado no lote de pilotos penalizados na grelha e esteve envolvido num dos momentos mais vistosos da corrida, a dupla ultrapassagem na reta de Kemmel.

No final, a equipa somou pontos preciosos e lidera o pelotão dos “outros”.

# Haas em queda

A Haas da Bélgica nada teve a ver com aquela que nos surpreendeu na primeira metade da época. Um desempenho fraco e que relembrou as prestações dos últimos anos. Podem estar a sofrer por causa da diretiva técnica, mas para uma equipa que avisou que estão focados no carro do próximo ano e os carros adversários terminaram à sua frente, têm de encontrar soluções ou podem dar uma queda na classificação.

# Excelente prova de Vettel

Não estava muito otimista no sábado, mas Sebastian Vettel acabou por chegar aos pontos na corrida. Esteve envolvido na discussão com Esteban Ocon e Pierre Gasly na luta feroz no meio do pelotão. Acabou por ser uma boa operação para Vettel e a Aston Martin apesar de não demonstrarem um bom ritmo na qualificação. Este é o maior problema da equipa neste momento.

# Um palco à altura

Spa-Francorchamps pode ser muitas vezes inclemente nas condições meteorológicas, mas é um circuito à altura de qualquer geração de monolugares de Fórmula 1 e de qualquer regulamento técnico. Os belgas propuseram-se a dar um bom espetáculo depois do fracasso do ano passado, em que não tiveram culpa obviamente, e não podia ter sido um melhor fim de semana. Houve um anúncio importante para a disciplina, houve condições mistas em pista durante os 3 dias e houve boas corridas, tanto na F1 como nas competições de suporte. Ainda bem que se mantém no calendário de 2023.

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