Esteban Ocon: Da roulote do karting à Motorhome da Fórmula 1

Por a 13 Maio 2017 12:45

Esteban Ocon já é uma certeza na Fórmula 1, resta saber se com as oportunidades que irá ter, onde vai chegar. Este é um piloto que tem uma interessante história de vida, já que para chegar onde está, os seus pais venderam a casa de modo a terem dinheiro para financiar os primeiros passos da carreira do filho, que já está a começar a ‘pagar’ o investimento feito.

Tem agora 20 anos, começou no karting aos 5 anos e a competir aos 7 em França. Depois passou a participar em competições internacionais quando tinha 12 anos, na categoria Júnior. Aos 15 anos chegou à Formula Renault 2.0, onde teve um ano de aprendizagem. Em 2013, já com 16 anos, fez uma segunda temporada, onde terminou campeonato na terceira posição. Daí para cá, foi sempre a acelerar, foi  para a F3 em 2014, estreou-se em Macau, foi Campeão na F3 Europeia, foi para a GP3 em 2015, DTM em 2016, e logo nesse ano, F1 com a Manor a partir do GP da Bélgica. Este ano, foi escolhido para substituir Nico Hulkenberg na Force India.

Voltando atrás, o seus pais nunca duvidaram que estava destinado a grandes feitos na Fórmula 1. A confiança era tanta que venderam a sua casa para conseguir pagar os custos das corridas do filho. Foram viver para uma roulote, e era nela que acompanhavam o filho no karting. Um risco muito grande, mas que agora se percebe que vai compensar, e com ‘juros’ bem altos…

Agora com 20 anos, e com contrato a longo termo com a Mercedes, é visto como um dos pilotos com melhor futuro. Ocon não gosta muito de falar do passado, mas assume que faltava dinheiro: “Não foi fácil. Tivemos de fazer muitos sacrifícios para que eu pudesse continuar a correr. Vivemos numa caravana por muito tempo”, disse à Reuters durante o Grande Prémio de Espanha, que é quase um Grande Prémio caseiro, uma vez que a família do seu pai é de Málaga e que continua a ter família em Espanha.

“Precisávamos de dinheiro para podermos pagar os custos das corridas. Tive muita sorte em entrar na Gravity Academy, que apoiou financeiramente a minha carreira. Depois apareceu a equipa júnior da Lotus F1 até à Fórmula 3 aparecendo de seguida a Mercedes, porque senão não teria passado do Kart”, disse o francês.

A Gravity Sport Management era liderada na altura pelo atual diretor de corridas da McLaren, e antigo diretor da Lotus, Eric Boullier. Num desporto em que o dinheiro faz toda a diferença na obtenção de um lugar, não existem dúvidas sobre o lugar de Ocon. Esteban já provou as suas qualidades, incluindo bater Max Verstappen na luta pelo título da F3 em 2014.

“Os meus pais acreditaram muito em mim e sabiam que tinha talento”, disse, antes de falar da sua experiência na caravana e na escola. “Terminava um fim de semana de corrida e a caravana parava em frente à escola, dormia ali, depois ouvia o sino da escola acordava e ia para lá. Estávamos parados mesmo em frente à escola. Tinha 11 ou 12 anos. Era feliz por viver na caravana. Aproveitava a vida, estava no karting a toda a hora o que era fantástico para mim”, relembrou Ocon cujo pai foi o seu mecânico nos primeiros anos da carreira.

Ocon estreou-se na Fórmula 1 o ano passado a meio da temporada, tendo substituído Rio Haryanto na Manor. Este ano mudou-se para a Force India, passando à frente do mais experiente Pascal Wehrlein.

Esteban começou a temporada de forma impressionante, tendo terminado nos pontos todas as quatro corridas até agora disputadas, como o melhor resultado a acontecer na Rússia na última corrida. Ele não vê razão para para um dia não ter o mesmo sucesso de Verstappen, que já venceu na categoria rainha, precisamente em Espanha: “Não tenho de ser tímido contra ele. Não fui o único a batê-lo. Venci a F3, o [Tom] Blomqvist foi segundo e o Max foi terceiro, já o bati várias vezes. Ele tem alguma vantagem agora porque já é o seu terceiro ano na F1, mas vou chegar lá”.

Grande fã de Michael Schumacher, Ocon é amigo do seu filho Mick, que está nas categorias mais baixas: “Nunca falei com o Michael, mas sinto que quando falo com o Mick estou a falar com ele. Vi muitas das corridas dele… Penso que aprendi muito com ele mas não me comparo com ele. Tenho um estilo de pilotagem diferente. Sempre gostei muito dele, cresci com o seu capacete, no karting o meu capacete era totalmente vermelho, a única diferença era o meu nome. Hoje a cor mudou, mas o design é o mesmo e será sempre”.

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2 Comentários
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jo22101626
jo22101626
6 anos atrás

Acho que será este rapaz o grande adversário de Verstappen a longo prazo

MVM
MVM
6 anos atrás

Os pais não venderam a casa coisa nenhuma: hipotecaram-na. Não é preciso conhecer o Código Civil de trás para a frente para saber que a compra e venda e a hipoteca são negócios diferentes.
Fora isto, toda a gente tem olhos para o Verstappen, mas quem ganhou o campeonato de F3 no qual ambos competiram foi o Ocon. Quanto a mim, tem uma atitude bem mais sã que o Max, que é demasiado petulante para o meu gosto.

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