Elio de Angelis: A elegância do pianista

Por a 26 Março 2023 15:00

Foi precisamente há 65 anos que nasceu em Roma, Elio de Angelis. Foi piloto de Fórmula 1 entre 1978 e 1986, passando pela Lotus – onde venceu as suas duas únicas corridas na disciplina – Shadow e Brabham. Viria a falecer no dia 15 de maio de 1986, em resultado de um brutal acidente com o Brabham BT55 numa sessão de treinos no Circuito de Paul Ricard. À entrada dos “esses” de la Verrerie a asa traseira do Brabham-BMW de 1100 cv cedeu, e o carro, que seguia a mais de 290 km/h, levantou voo indo embater nos rails de proteção, pegando fogo de imediato.

As deficientes condições de assistência acabaram por vitimar o italiano. Com apenas 28 anos desaparecia um dos mais talentosos pilotos italiano da sua geração. Um piloto leal e diplomático que tinha duas paixões na vida: Pilotar e tocar piano; um virtuoso no amplo sentido da palavra, nascido de uma família aristocrática romana, cedo começou a dar os primeiros passos na competição, naturalmente no karting, onde se sagrou vice-campeão do mundo. proeza que lhe permitiu dar o salto para os monolugares. Competiu com nomes como Didier Pironi, Ricardo Patrese e Eddie Cheever, sucessivamente na F3 italiana e europeia e na F2. As suas brilhantes prestações valeram- lhe um convite da Shadow para uma sessão em Silverstone, onde o italiano bateu o tempo do titular da equipa, Clay Regazzoni em 0,9 s. Com o apoio financeiro da empresa do pai, Elio de Angelis assinou pela Shadow para a temporada de 1979, onde se estreou no GP da Argentina com um 7º lugar. Apesar dos Shadows serem uma espécie de Midland da sua época, Elio continuou a impressionar pela sua tenacidade, sobretudo no último GP da época em Watkins Glen, onde sob chuva intensa o italiano somou os seus primeiros pontos na F1, graças ao 4º lugar. No defeso, realizou um teste de captação da Lotus, batendo Nigel Mansell para aceder ao segundo lugar da equipa de Colin Chapman.

Foi o início de uma longa relação de seis temporadas em que passou de filho pródigo a enteado, assim que entrou na equipa Ayrton Senna, a quem Elio de Angelis chamava com algum azedume – “O pequeno Maquiavel”. Vendo-se preterido em relação ao brasileiro, Elio abandonou a Lotus no final de 1985, rumando à Brabham de Gordon Murray. Para trás, ficaram para a história as duas únicas vitórias da carreira do piloto-pianista: a primeira no GP da Áustria de 1982 em que bateu o seu amigo Keke Rosberg por 0,125s, e a segunda em 1985, beneficiando da desclassificação de Alain Prost no GP de S. Marino. Para a memória fica a imagem de um piloto regular e elegante, tanto na pista, como fora dela. l

elio-de-angelis

LEGENDAS

1- Estreia com o Shadow-Ford em 1979

2- No Lotus-Renault, Monaco 1983

3- Com Nélson Piquet e Gérard Ducarouge

4- Brabham-BMW em Imola, 1986

5- Com o companheiro de equipa na Lotus em 1985, Ayrton Senna

6- Na F2 com o Chevron B40 em 1977

7- Acidente em Zeltweg, com o Lotus-Renault em 1983

8- Elio de Angelis era também um talentoso pianista

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas AutoSport Histórico
últimas Autosport
autosport-historico
últimas Automais
autosport-historico
Ativar notificações? Sim Não, obrigado