A pior crise da história da Fórmula 1

Por a 20 Março 2020 14:50

Por Fábio Mendes e José Luís Abreu

Adiamentos, cancelamentos históricos, férias de verão na primavera, é assim que está a Fórmula 1 neste momento, à espera que o coronavírus desapareça e isso permita o regresso à normalidade possível. O calendário será estruturado assim que possível e o plano é realizar o máximo de corridas possível. Mas primeiro é preciso derrotar a COVID-19.

Com o mundo em sobressalto por causa da COVID-19, o mundo dos motores em geral e a Fórmula 1 em particular passam por momentos muito complicados, já que neste momento a prioridade absoluta é a guerra ao vírus, e quando esse combate estiver ganho, aí sim, procurar soluções para todos os problemas resultantes desta enorme tempestade.

A Fórmula 1 já passou por momentos muito difíceis até aqui, acima deles todos o fim de semana negro de Imola 1994, quando perderam a vida Ayrton Senna e Roland Ratzenberger, mas a crise por que a disciplina passa neste momento, com o cancelamento ou adiamento das sete primeiras corridas previstas para a temporada de 2020 é algo sem quaisquer precedentes.

Neste contexto, as equipas concordaram em adiar novos regulamentos previstos para 2021, ficando assim com mais tempo, pois tudo leva a crer que a época de 2020 da F1, a realizar-se, será extremamente condensada. Claro que a extensão do drama ainda está por apurar e Chase Carey já veio a público dizer uma coisa que é óbvia, ao referir que não tem certeza de quando a temporada 2020 poderá começar.

A Liberty Media, a FIA e as equipas planeiam por de pé um calendário de 17 ou 18 corridas, que eventualmente começará em junho e poderá estender-se até meados de dezembro em Abu Dhabi. Fala-se também em fins-de-semana consecutivos de Grandes Prémios, com o formato reduzido para apenas dois dias. O plano passa por ter 18 corridas em 182 dias, uma corrida a cada dez dias, mas o que falta nesta equação, que em teoria parece boa, é que ninguém sabe quando voltará a ser seguro retomar a vida normal, fim de maio, junho, julho, ou pior e esse dado influenciará tudo o que ficar para a frente: “Todos querem saber o que vem a seguir para a Fórmula 1 em 2020, mas não há como dar respostas específicas para já. Planeamos iniciar a temporada 2020 assim que for seguro fazê-lo”, disse Chase Carey. O ponto fundamental é mesmo: quando será possível começar. A partir desse momento é que tudo se delineará. Seja na F1 ou noutra qualquer competição. Entretanto, muito foi já decidido…

As equipas concordaram adiar os novos regulamentos que deveriam ser introduzidos em 2021, numa decisão tomada por unanimidade, depois da Ferrari inicialmente ter tido algumas dúvidas. A entrada dos novos regulamentos vai exigir um esforço financeiro tremendo por parte das equipas que teriam de trabalhar com dois projetos em simultâneo e com este adiamento não haverá essa necessidade, pois poderão preparar melhor as consequências desta crise.

Para ajudar a isso, certas áreas de desenvolvimento dos carros atuais serão congeladas, provavelmente o chassis, a caixa de velocidades e a suspensão, deixando apenas a aerodinâmica e o motor abertos para ganhos de desempenho, isto numa tentativa de reduzir custos.

Adiamentos e cancelamentos

Inicialmente os GP de Espanha, Holanda e Mónaco foram adiados pois seria difícil que as condições estivessem reunidas para fazer qualquer das provas nas datas previstas, sendo que a FIA e a Fórmula 1 continuam a trabalhar em estreita colaboração com os promotores e as autoridades locais para monitorizar a situação e estudar a viabilidade de possíveis datas alternativas para cada Grande Prémio no final do ano, caso a situação melhore, mas uma autêntica bom iria ‘cair’ pouco depois: Não há Grande Prémio do Mónaco de F1 em 2020

Pela primeira vez desde 1955, não se vai realizar o Grande Prémio do Mónaco de F1. O Automobile Club du Monaco confirmou que o seu evento não irá ser reagendado em 2020, devido, naturalmente, à pandemia de Coronavírus: “A situação sanitária, cuja evolução não se pode prever, a falta de visibilidade do Mundial de Fórmula 1, a incerteza da participação de todas as equipas, as consequências das medidas tomadas pelos diferentes Governos, o confinamento, as dificuldades transfronteiriças de acesso ao Principado do Mónaco, o medo de que as empresas, em sua própria defesa, não consigam lidar com a construção e instalação do circuito, a disponibilidade de funcionários e voluntários (mais de 1500), necessários para o seu desenvolvimento, tornam a situação não mais objetivamente controlável. Consequentemente, face a esta grave situação, é com grande tristeza que o Comité de Gestão do Automobile Club de Monaco tomou a decisão de cancelar o 12º Prémio Histórico do Mónaco (8-10 de maio) e o 78º Grande Prémio do Mónaco de F1 (21-24 de maio)”, lê-se no comunicado do ACM.

F1 de ‘férias’ em abril

Uns dias antes deste ‘cataclismo’, foi anunciado que o período de paragem de verão da Fórmula 1 foi antecipado e prolongado em resposta ao surto de coronavírus. O intervalo, que normalmente é de duas semanas, em agosto, quando as equipas são obrigadas a interromper todas as atividades relacionadas com os Grandes Prémios, foi transferido para março e abril. Costuma ser duas semanas, desta feita passou para 21 dias: “Tendo em conta o impacto global do coronavírus COVID-19 que afeta atualmente a organização dos eventos do Mundial de Fórmula 1, o Conselho Mundial da FIA aprovou uma alteração ao Regulamento Desportivo da Fórmula 1 de 2020, mudando o período de paragem de verão de julho e agosto para março e abril, alargando-o de 14 para 21 dias. Todos os concorrentes devem, portanto, observar um período de paragem de 21 dias consecutivos durante os meses de março e/ou abril. “A mudança foi apoiada por unanimidade tanto pelo Grupo Estratégico da F1 como pela Comissão de F1”.

Calendário sem aprovação das equipas

Partindo do princípio que no início de junho será possível organizar corridas de F1, ainda se conseguirá um calendário minimamente aceitável, embora já se sabia que Melbourne e Mónaco ficarão de fora. Seja como for e para evitar que seja complicado chegar a acordos, muito menos unânimes, o CEO da Fórmula 1, Chase Carey, já disse que não precisa da aprovação das equipas para apresentar o calendário revisto para 2020. Apesar disso, Carey diz que as equipas serão consultadas para conseguir ajustar a época: “Isto vai-nos dar a flexibilidade necessária para aprovarmos, juntamente com os promotores das corridas, o calendário das corridas e para estarmos prontos para correr a qualquer momento.”

F1 lança série virtual

Por fim, e longe de atenuar a ‘dor’, a Fórmula 1 anunciou o lançamento de uma nova série de eSports (F1 Esports Virtual Grand Prix ), com alguns pilotos da atual grelha. A série foi criada para os adeptos continuarem a ver corridas de F1, com o coronavírus (COVID-19) a afetar as corridas reais da categoria.

As corridas virtuais vão ser realizadas nos circuitos ‘adiados’, com a primeira corrida no Bahrein, a 22 de março. A série vai usar o jogo oficial da Fórmula 1 – F1 2019. Após o Bahrein, as corridas são agendadas nos fins-de-semana de Grande Prémio, com a iniciativa a ser prolongada para além de maio se a pandemia coronavírus (COVID-19) levar a mais cancelamentos/adiamentos. As transmissões das corridas podem ser vistas nos canais oficiais da Fórmula 1 no Twitter, no Youtube, Twitch e Facebook.

AS MENORES DIFERENÇAS NO CPR

No Campeonato de Portugal de Ralis, o destaque tem que ir para a derradeira edição, 2014. Não é nada ‘Histórica’, no sentido do que tem a ver com o AutoSport Histórico – mas ficou sem dúvida na História do CNR pois, das oito provas realizadas, metade delas terminaram em (ou quase…) em ‘photo finish’ – Serras de Fafe (1,3s – a terceira menos diferença), Rali Cidade de Guimarães, Rali Vinho Madeira e SATA Rali Açores E, nestas, a primazia vai toda para o Rali Cidade de Guimarães, que foi ganho, ‘in extremis’, na última classificativa, por Pedro Meireles, com 0,3s de vantagem sobre Ricardo Moura, ambos em Skoda Fabia S2000 – a mais curta de sempre e que bateu o segundo certinho de Fernando Peres, a margem com que em 1992 (já há 22 anos!) tinha batido Jorge Bica, no Rali do Estrela e Vigorosa.

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