F1 GP Singapura: Mercedes “enganou” a Ferrari

Por a 18 Setembro 2018 00:04

Olhar para a corrida de Singapura com a necessária distância percebemos que a vitória de Lewis Hamilton foi um feito extraordinário. Toto Wolff não foi parco nas palavras ao dizer que “finalmente dominámos uma pista que nos era madrasta.” A verdade é que a Mercedes ganhou de forma justíssima o GP de Singapura e a Ferrari, exceção feita aos treinos livres, nunca teve na sua mão o controlo do fim de semana.

A qualificação foi a chave para a vitória de Hamilton! Quando rubricou a “pole position” nas barbas da Ferrari, ajudado por um Max Verstappen endiabrado que roubou o segundo lugar da primeira fila da grelha a Vettel, Lewis Hamilton pavimentou o caminho para a vitória. Faltava, agora, encontrar forma de ultrapassar o défice de andamento para os RedBull e para os Ferrari. E, aí, uma vez mais, Hamilton esteve brilhante!

Sebastian Vettel recebeu um bónus quando conseguiu, de forma musculada, conquistar o segundo lugar, fazendo a Ferrari passar ao ataque. Os estrategas da Ferrari desenharam a armadilha às Mercedes: fizeram Sebastian Vettel entrar nas boxes à volta 14 e colocou pneus ultramacios no Ferrari, tendo como objetivo forçar a Mercedes a parar Hamilton e tentar ganhar-lhe a posição nas boxes. Falhou de forma estrondosa! De tal maneira que a diferença em tempo entre os dois até aumentou, ao ponto de um par de voltas já não ser suficiente para concretizar a ultrapassagem. Para piorar o cenário, Vettel saiu das boxes mal posicionado, perdeu tempo no meio do tráfego e ficou atrás de Max Verstappen.

Ou seja, a Ferrari começou a perder a corridas na qualificação – e, já agora, quando há três meses teve de escolher os pneus para esta corrida – e na corrida falhou miseravelmente. Mas… se olharmos com mais atenção, assim que a Ferrari viu Vettel no segundo lugar, não restava outra opção pois o ritmo de corrida entre a Mercedes e Ferrari era favorável aos carros de Maranello, mas por ínfima margem. Porém, como se sabe, estar na frente em Singapura é a melhor forma de controlar a corrida e, como Kimi Raikkonen e Daniel Ricciardo provaram, apesar de um carro mais veloz (Ricciardo), o mais lento não foi ultrapassado (Raikkonen).

Ora, a Ferrari viu Vettel atrás de Hamilton e “atirou-se” para o abismo. Falhou, é verdade, mas a Mercedes também tem culpas no cartório.

Lewis Hamilton está cada vez mais maduro e no GP de Singapura provou isso mesmo. O piloto britânico atrasou, propositadamente, o ritmo da corrida nas primeiras voltas, de tal forma que a habitual diferença entre os primeiros com pneus Hipermacios e o resto do pelotão ficou tão curta que quando começaram as paragens, ficaram quase todos ficaram atrás de pilotos mais lentos.

Cumprida a primeira parte da estratégia, Lewis Hamilton passou ao ataque e rodando cerca de três segundos por volta mais rápido do que tinha feito até ali, “empurrou” a Ferrari para o desastre. Que, como disse acima, era plausível: quando a diferença para o alemão chegou aos cinco segundos, a paragem iria forçar a Mercedes a parar também e Vettell, com pneus ultramacios novos, teria ritmo suficiente para passar pelo Mercedes.

O problema é que Hamilton tinha nas mãos um Mercedes que não estava a mastigar em demasia os Pirelli e com um ritmo endiabrado, aproveitando, também, a primeira parte da estratégia que levou Vettel a ficar no meio do pelotão quando saiu das boxes. Uma estratégia que acabaria por prejudicar Valteri Bottas. O finlandês acabou por ficar atrás de Nico Hulkenberg, nunca conseguindo estar a menos de 1,2 segundos – o mínimo regulamentar para serem mostradas as bandeiras azuis – perdendo muito tempo. Lá está, a estratégia da Mercedes serviu a Hamilton, apenas!

O piloto britânico ainda apanhou um susto quando estava para dobrar Romain Grosjean, este não quis saber e manteve-se em luta com Pierre Gasly e Sergey Sirotkin, permitindo a aproximação de Max Verstappen, colocando-o, mesmo, em posição de passar por Hamilton.  Se o holandês passasse, seria o vencedor da prova sem dúvidas nenhumas e volto a lembrar o exemplo de Raikkonen e Ricciardo: o australiano era bem mais rápido, mas não conseguiu passar. Portanto, se ultrapasse Hamilton, dificilmente o piloto da Mercedes não o ultrapassaria. Não conseguiu, mas manteve facilmente o segundo lugar face a um Vettel que teve de ir até ao fim com pneus Ultramacios muito degradados, beneficiando de um Bottas retardado pela incapacidade de passar por Hulkenberg.

Palavra final para a desastrada corrida de Sergio Perez: o piloto da Racing Point Force India conseguiu acertar em três pilotos antes de se despenhar em cima de Esteban Ocon, atirando-o para a lista de abandonos. Depois, chateou-se com Sergey Sirotkin, acertou-lhe depois de o ultrapassar, acabando penalizado. Um dia para esquecer para o piloto mexicano.

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