Pirelli na Fórmula 1: o ano em números e como os pneus moldaram a época

Por a 23 Dezembro 2025 10:39

A temporada de 2025 da Fórmula 1 confirmou a dimensão logística, técnica e estratégica do envolvimento da Pirelli, com a gama P Zero a percorrer mais de 341 mil quilómetros em 24 Grandes Prémios espalhados por cinco continentes. A extensão do calendário, a diversidade de condições e o peso das decisões de pneus voltaram a evidenciar o papel central do fornecedor único do Mundial.

Quilómetros, voltas e paragens: a escala de uma época recorde

Entre os treinos livres de Melbourne e a bandeirada final em Abu Dhabi, os pneus Pirelli cobriram um total de 341 099 quilómetros, o equivalente a oito voltas e meia ao planeta, numa das épocas mais exigentes de sempre com 24 corridas. No conjunto do ano, foram completadas 67 094 voltas, das quais 64 519 com pneus “slick” e 2578 em condições de chuva, mantendo a proporção de cerca de 4% de utilização de compostos para piso molhado.

A gestão estratégica de corrida traduziu‑se em 720 passagens pelas boxes, com o Grande Prémio de Espanha a registar o pico com 53 pit stops em Barcelona, enquanto Miami foi a prova com menos paragens, apenas 18. Estes números refletem não só o desgaste e a degradação dos pneus, como também o impacto de formatos de fim de semana distintos e de variações extremas de temperatura e asfalto.

Slicks dominam: compostos mais usados e stints mais longos

Os pneus slick representaram 96% da quilometragem total, com a gama de seis compostos a ser usada de forma muito desigual consoante o circuito e as estratégias. Os mais utilizados foram:

C3: 93.493 quilómetros.

C4: 91.595 quilómetros.

C5: 66.255 quilómetros.

C2: 35.012 quilómetros.

C6: 22.419 quilómetros.

C1: 17.368 quilómetros.

Os restantes 4% foram percorridos com pneus intermédios (12 893 quilómetros) e de chuva extrema (2064 quilómetros). Em termos individuais, o stint mais longo do ano foi assinado por Esteban Ocon, que percorreu 303 quilómetros – 49 voltas – com um único jogo de C3 em Jeddah, ao volante do Haas, revelando uma gestão de pneus de alto nível.

O francês destacou‑se também em Baku, ao completar 294 quilómetros com C4, enquanto Pierre Gasly (Alpine) registou o maior turno com C2, com 251 quilómetros em Xangai. Lance Stroll (Aston Martin) levou um jogo de C5 até aos 222 quilómetros em Baku, e Lando Norris (McLaren) e Nico Hülkenberg (Sauber) igualaram a melhor marca em intermédios, com 194 quilómetros realizados em Silverstone. Nos ‘full wets’, o recorde contínuo foi de 61 quilómetros em Las Vegas: 10 voltas para cada um dos dois Aston Martin e para Hülkenberg.

Logística de pneus: milhares de jogos para 24 Grandes Prémios

A escala logística da Pirelli surge clara nos números de jogos disponibilizados ao longo da época. Em 2025, as equipas tiveram acesso a 6120 jogos de slicks, distribuídos por 1800 conjuntos de C5, 1580 de C4, 1400 de C3 e um total de cerca de 1900 pneus de chuva (intermédios e extremos). A alocação por carro – variável consoante o formato do fim de semana – é definida pelo regulamento técnico, garantindo um quadro uniforme para todas as equipas.

Para além da produção, a operação incluiu transporte global, montagem, monitorização de pressões e temperaturas em contexto de pista e apoio às decisões estratégicas, em ambientes que oscilaram entre o calor desértico de Jeddah e o frio noturno de Las Vegas.

Temperaturas extremas: da fornalha saudita ao frio de Las Vegas

As variações de temperatura foram um fator-chave no comportamento dos pneus P Zero, com impactos diretos em degradação, aquecimento e janela operacional. Os registos máximos de 2025 foram:

Temperatura de pista mais alta em sessão: 58,2 °C em Jeddah (FP2).

Temperatura do ar mais elevada em sessão: 39,1 °C no Bahrain (FP1).

Nas corridas, o pico de temperatura de asfalto foi 55,2 °C em Spielberg, enquanto o ar atingiu 34,4 °C em Austin, no Texas. No extremo oposto, Las Vegas registou as condições mais frias, com 12 °C em pista e 11,8 °C de temperatura ambiente na qualificação, e Melbourne apresentou a temperatura de ar mais baixa em corrida, com 14,3 °C, face a 15 °C de pista em Las Vegas.

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