Yazeed Al-Rajhi estreia-se a vencer o Dakar, 4ª vitória para a Toyota
Yazeed Al-Rajhi/Timo Gottschalk (Toyota Hilux Overdrive) vencem o Dakar com Henk Lategan/Brett Cummings em segundo, contribuindo para uma ‘dobradinha’ da Toyota GR DKR Hilux. Mattias Ekström/Emil Bergkvist (Ford Raptor) foram terceiros, oferecendo um pódio à M-Sport/Ford na sua estreia no Dakar.
A prova contou com a estreia dos Dacia Sandriders e da M-Sport/Ford, um Mini renovada e a ‘habitual’ Toyota, agora sem um declarado piloto de ponta, mas com vários ‘avançados’ divididos entre a Toyota Gazoo Racing oficial e a Overdrive Racing, o que redundou numa ‘saborosa dobradinha’.
Depois de terem chegado definitivamente ao segundo lugar da geral na etapa 4, Yazeed Al-Rajhi/Timo Gottschalk (Toyota Hilux Overdrive) realizaram um claro jogo do gato e do rato entre evitar armadilhas, e esperar pelo momento certo para atacar, o que fizeram na penúltima etapa, sabendo que dominam bem melhor a areia das dunas do que os seus adversários diretos, Henk Lategan/Brett Cummings (Toyota GR DKR Hilux), que fizeram igualmente uma excelente prova, mas vão ter que esperar mais algum tempo pelo triunfo.
Ao perderem mais de dez minutos na difícil etapa 11, com dunas do princípio ao fim, abriram espaço para que Yazeed Al-Rajhi fizesse o que melhor sabe, ‘navegar’ na areia e com isso chegar à liderança da corrida, chegando finalmente à vitória no seu 11º Dakar, depois de já ter conseguido terminar no pódio em 2022 e de liderar várias vezes em edições anteriores. Antes da prova o saudita dizia que “vencer era a única opção”, e cumpriu-o.
O mais significativo da sua participação teve a ver com a forma estratégica como encararam a prova, mantendo-se sempre suficientemente perto da frente do pelotão, mas nunca abriram a estrada e paralelamente, fizeram algo muito pouco usual: conseguiram manter-se fora de problemas mecânicos durante os 14 dias da prova.
Na sua primeira aparição em 2015, já ao volante de uma Toyota Hilux, obteve a sua primeira vitória no 8º dia, antes de ser forçado a retirar-se quando era terceiro. Depois de uma passagem pela Mini (três Dakar entre 2017 e 2019), teve de esperar até 2022 para finalmente subir ao terceiro degrau do pódio.
Vice-campeão do Campeonato do Mundo W2RC nos últimos dois anos, atrás do seu mais feroz rival Nasser Al Attiyah, o nativo de Riade compensa agora a sua retirada na etapa 6 do Dakar anterior, após um acidente durante o primeiro ato da etapa maratona de 48 horas. O Dakar é mesmo assim, feito de altos e baixos como as dunas, mas pelo que já fez no Dakar, al Rajhi e a Toyota merecem esta vitória, aproveitando o facto da Dacia com Nasser al Attiyah e Sébastien Loeb e a Ford com Carlos Sainz, Mattias Ekstrom e Nani Roma ainda lhes faltar algo mais para chegarem ao triunfo, permanecendo a Citroen como a única que conseguiu vencer na estreia de um carro.
Henk Lategan, a grande surpresa desta prova, liderou desde a etapa 2, mas nunca conseguiu distanciar-se muito de Al Rajhi, que controlou claramente a margem para o seu adversário, sabendo que os derradeiros dias de prova tinham muita areia e aí poderia facilmente fazer a diferença para o sul-africano, que é um piloto muito rápido, mas que tem falta de experiência nas dunas onde Yazeed al Rajhi tem de sobra. Na etapa 10 ambos ‘jogaram’ estrategicamente ao deixarem-se ficar para trás na etapa, pois sabiam que no dia seguinte a navegação nas dunas e ter marcas de pneus à frente fariam toda a diferença e foi aí que al Rajhi se posicionou para vencer este Dakar. Para Lategan, depois de ter vencido duas etapas em 2022, e terminado em quinto em 2023, uma lesão deixou-o de fora da prova do ano passado, mas este ano provou claramente que se pode contar com ele nas lutas na frente, talvez assumindo o lugar de Giniel de Villiers, que depois de duas décadas e quase 300 etapa sem abandonar no Dakar, desistiu este ano. Lategan é claramente uma estrela em ascensão nos rally-raid, o processo de aprendizagem tem sido bastante duro no Dakar, mas como se percebe pela prova que fez este ano, está pronto.
Na estreia do Ford Raptor da M-Sport/Ford, Mattias Ekström/Emil Bergkvist (Ford Raptor) terminou no pódio, naquele que é, de longe, o seu melhor resultado no Dakar – apenas o quinto para o sueco – e uma boa estreia para a Ford, apesar de terem perdido muito cedo o seu principal ponta de lança, Carlos Sainz. Tanto Ekstrom como Nani Roma foram irregulares, o que é compreensível na estreia de um novo carro, que dificilmente pode estar ao nível dos que já lá andam há muito tempo, mas ainda assim um bom resultado de conjunto com o pódio de Ekstrom e o quinto posto de Mitch Guthrie/Kellon Walch (Ford Raptor) que claramente foi a dupla que nada arriscou na procura clara de um bom resultado com o mínimo risco possível na pista, até porque este foi o primeiro Dakar nos autos para o piloto norte-americano, pois as quatro provas anteriores fê-las de Challenger/T3.
Nasser Saleh Al-Attiyah/Edouard Boulanger (Dacia Sandrider) bem tentaram, mas o erro na antepenúltima etapa quando estavam num processo de rápida recuperação para os lugares da frente, nem sequer lhes permitiu terminar no pódio. Com Carlos Sainz e Sébastien Loeb cedo fora do caminho, Nasser Al Attiyah parecia ser um dos principais favoritos no final da terceira etapa deste Dakar. O pentacampeão da prova completou a etapa 3 em segundo lugar na geral, sem terminar acima do quinto lugar numa etapa ou forçar demasiado o seu Sandrider.
No entanto, o azar bateu-lhe à porta. Um furo foi um aviso sinistro antes de o desastre chegar sob a forma de uma rotura da junta esférica da direção traseira direita. Cristina Gutiérrez, que doou as peças necessárias, e a perspicácia mecânica do seu copiloto, Pablo Moreno, foram a única coisa que separou o catari de mais uma desistência. No final, Al Attiyah caiu para sétimo na geral, 35m53s atrás do líder, Henk Lategan. Habituado a liderar a partir da vanguarda, teve de lutar a partir da retaguarda. Bem tentou, mas erros próprios, como a penalização de 10 minutos por terem deixado uma roda na pista e perderem-se na fase decisiva da prova, impediu que lutassem mais à frente.
O carro provou que vencer a prova na estreia é muito difícil, há quase sempre qualquer coisa que falha, mas foram os erros da dupla, ao invés da fiabilidade do carro que quebraram. E quando assim é, a falha foi de onde menos se esperava.
Mathieu Serradori/Loic Minaudier (Century CR7) tyerminam em sexto na estreia do Century de tração total, melhorando umap osição face ao sétimo lugar de 2022 quando foram os melhores das duas rodas motrizes. Depois de três Dakar e moto e a estreia nos automóveis em 2019, o francês obtém a sua melhor classificação de sempre depois de uma prova muito regular em que chegaram ao sexto posto na etapa seis e nunca mais de lá saíram.
Juan Cruz Yacopini/Daniel Oliveras (Toyota Hilux Overdrive) foram sétimos, repetindo o seu melhor resultado de 2023. Foram regulares, eram 11º após a etapa maratona, foram galgando posições, chegaram ao sétimo lugar na etapa seis e não mais de lá saíram.
João Ferreira/Filipe Palmeiro (Mini JCW Rally 3.0D) terminam a prova no oitavo lugar, como os melhores representantes da Mini na prova e os únicos no top 10. Tiveram grandes contratempos em quatro etapas, a 4ª, 5ª, 7ª e décima, mas o Dakar é mesmo assim, ninguém consegue ter provas limpas em 12 etapas com a dificuldade do Dakar. estiveram perto de vencer a sexta etapa, foram segundos e deixaram claro que se pode contar com eles no futuro, pois são um valor garantido. E este foi apenas o seu terceiro Dakar, o primeiro nos Ultimate, depois de um 37º lugar no T3, 5º lugar no T4 no ano passado e agora um oitavo posto na categoria principal.
Seth Quintero/Dennis Zenz (Toyota GR DKR Hilux) e Brian Baragwanath e Leonard Cremer (Century CR7) fecharam o top 10. O piloto da Toyota que correu nos Ultimate pela segunda vez melhorou muito face ao 42º lugar do ano passado, com o seu primeiro top 10 à geral depois de ter sido segundos nos Challenger em 2023. O piloto do Century, que veio dos quads, não ficou longe do top 10 em 2022, com o 14º lugar, mas consegue-o desta feita fruto de uma prova muito regular, chegando ao décimo posto na etapa seis, por lá ficando até ao fim da prova.
Desde o início desta 47ª edição do Dakar, foram disputadas 12 especiais (incluindo o prólogo) com nada menos que 10 vencedores diferentes na classe Ultimate: Henk Lategan, Seth Quintero, Rokas Baciuska, Saood Variawa, Yazeed Al Rajhi, Guillaume de Mévius, Lucas Moraes, Nasser Al Attiyah, Nani Roma e Mattias Ekstrom. Apenas Lategan, al Attiyah e Quintero conseguiram fazer uma dobradinha. No total, 4 construtores tiveram sucesso: Toyota (8), Ford (2), Dacia (2) e Mini (1), o que faz deste um dos Dakar mais ‘abertos’ da história! A prova deste ano é uma das mais renhidas de sempre, embora os 3m57s de diferença entre al Rajhi e Lategan fiquem ainda longe dos 2m12s que separaram Carlos Sainz (Volkswagen Race Touareg) e Nasser Al-Attiyah Nasser (Volkswagen Race Touareg) no Dakar 2010.
Mais informação dentro de momentos.

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17 Janeiro, 2025 at 11:09
Parabéns ao Yazeed e á Toyota…