Daniel Ricciardo sobre Franz Tost: “vamos sentir tremendamente a sua falta…”
Quando era jovem, o grande herói de Franz Tost era o seu compatriota Jochen Rindt: as paredes do seu quarto estavam cobertas de posters do ás austríaco e, quando chegava a hora da dissertação na escola, os colegas de Franz já sabiam o que estava para vir – mais um elogio a Rindt. Inevitavelmente, Tost deu por si atrás do volante, a correr num Fórmula Ford. Foi suficientemente rápido para vencer o Campeonato Austríaco de Fórmula Ford de 1983, mas sentiu que não conseguiria chegar ao topo como piloto, pelo que o que fez foi tirar uma licenciatura em Gestão Desportiva na Universidade de Innsbruck. Isto levou-o a trabalhar na Walter Lechner Racing School no circuito de Zeltweg.
A partir daí, Tost passou para um cargo de gestor de equipa na EUFRA Racing e, no final de 1993, foi contratado como gestor de equipa da equipa de Fórmula 3 de Willi Weber. Foi aqui que se cruzou pela primeira vez com Ralf Schumacher e Weber pediu a Tost para acompanhar o jovem ao Japão.
A relação continuou quando Ralf Schumacher subiu para a Fórmula 1, pilotando para a Jordan e depois para a Williams. Isso, por sua vez, levou Tost a ser nomeado Diretor de Operações do programa de Fórmula 1 da BMW.
Depois, em 2005, foi nomeado Chefe de Equipa da recém-formada Scuderia Toro Rosso. Até hoje, Franz Tost tem estado ao leme da agora Scuderia AlphaTauri com o mesmo entusiasmo de sempre, e este GP de Abu Dhabi marca a sua despedida a caminho da merecida ‘reforma’…
Daniel Ricciardo, que lhe passou pelas mãos, falou sobre Franz Tost: “Diria que vamos sentir tremendamente a sua falta. Penso que, para a equipa, ele tem sido tudo, obviamente começando nos dias da Toro Rosso, que foi por onde comecei, ou a minha primeira época completa na F1. Lembro-me perfeitamente da primeira reunião que tive no seu escritório onde entrei com um sorriso.
E acho que ele olhou para mim como se… tentasse preparar-me para o que estava para vir. É um desporto sério e é um mundo duro. Por isso, acho que, sim, ele também foi muito honesto comigo, mas isso fez-me… um pouco como aconteceu com o Helmut (Marko), fez-me amadurecer um pouco mais depressa e, finalmente, crescer.
O Franz sempre esteve muito envolvido. Está presente em todas as reuniões de balanço, normalmente também fala nas reuniões de balanço e dá algumas análises ou conselhos ou qualquer coisa que tenha visto. Está totalmente envolvido no processo. E é a sua paixão. Foi tudo o que lhe deu motivação durante tantos anos. Espero que no próximo ano ele possa desfrutar de um pouco de descanso. Não sei bem o que isso vai implicar para ele, mas espero que possa desfrutar de algum descanso, mas fico com muitas boas recordações e é muito bom para mim, pessoalmente, voltar à equipa e estar aqui para a sua despedida”.