GP Emilia Romagna de Fórmula 1: Norris no pódio, mas é Bottas que brilha
Lando Norris venceu o Segundo Pelotão no Grande Prémio do Made in Italy e da Emilia-Romagna, mas foi Valtteri Bottas quem mais impressionou que, sem uma má paragem nas boxes, poderia ter sido ele a subir ao degrau mais baixo do pódio.
A luta no grupo que persegue os candidatos às vitórias tem tido muitas nuances, tendo em Imola a Mercedes caído para esta batalha com uma qualificação e um Sprint absolutamente paupérrimos e, depois da qualificação de sexta-feira, nem sequer se esperava que Lewis Hamilton e George Russell, décimo terceiro e décimo primeiro, respectivamente,
pudessem ser um factor na luta atrás da Ferrari e Red Bull.
Nesse papel eram esperados os McLaren, Kevin Magnussen, Fernando Alonso e Valtteri Bottas, que conseguiram chegar facilmente à Q3, numa pista que alternou entre molhado e seco.
Lando Norris assegurava o terceiro lugar na grelha de partida para a Sprint seguido do dinamarquês da Haas, o espanhol da Alpine e de Daniel Ricciardo.
Valtteri Bottas, que mostrara performance, via o escape soltar-se durante a Q3 – o que queimou bastante o seu carro, obrigando-o trocar de chassis – e acabava no oitavo posto da tabela de tempos logo atrás de Sérgio Pérez.
Uma vez mais, o finlandês não tinha um fim-de-semana sem problemas e, para além de ter visto a sua qualificação comprometida, falhava também a segunda sessão de treinos-livres, realizada no sábado de manhã, ficando em desvantagem face aos seus rivais mais directos, uma vez que, pela primeira vez, a pista se apresentava completamente seca, situação em que disputaria a Sprint.
A prova de sábado, que definiu a grelha de partida para o Grande Prémio de domingo, acabou por permitir que os pilotos com más qualificações e bons carros – Carlos Sainz e Pérez – se colocassem nas posições em que habitualmente estariam, ocupando a segunda linha.
Entre os contendores à hegemonia no Segundo Pelotão, os McLaren continuavam a impor-se, ocupando a terceira linha, seguidos de Bottas, Magnussen e Alonso, ao passo que os Mercedes não conseguiam ganhar qualquer posição.
Olhando para como o fim-de-semana tinha corrido, esperava-se que os pilotos da equipa de Woking pudesse estar em vantagem na batalha atrás da Red Bull e da Ferrari, mas poderiam ter alguma oposição da parte dos homens imediatamente atrás de si.
No entanto, a ameaça viria a ser desenvolvida por outro protagonista.No arranque, George Russell ganhava muitas posições, aproveitando a confusão do incidente entre Sainz e Ricciardo, para se colocar na sexta posição, no encalço de Magnussen e seguido por Bottas.
Alonso, por seu lado, não tinha a melhor das primeiras voltas, perdendo posições e sofrendo um contacto ligeiro no seu flanco direito de Mick Schumacher, que entrara em pião. O espanhol continuou em pista, mas quando a prova foi retomada, depois de um Safety-Car de cinco voltas para recuperar o Ferrari de Sainz, os danos à velocidade de corrida ficaram evidentes e o espanhol era obrigado a abandonar – mais um azar…
Magnussen não mostrava o andamento que evidenciara anteriormente e rapidamente foi ultrapassado por Russell e Bottas, que rodavam juntos, entre um a três segundos, ao passo que Norris liderava este duo com uma vantagem superior a cinco segundos, quando começaram a troca de pneus.
A pista apresentara-se húmida no início, mas com tendência a secar, o que colocava os pneus slicks no horizonte, depois de todos terem arrancado com intermédios. Porém, havia possibilidade de novo aguaceiro cair, o que levava a que todos adiassem a decisão de entrar nas boxes o mais possível.
No entanto, quando Ricciardo, na cauda do pelotão devido ao seu incidente e sem nada a perder, montou pneus médios e mostrou ser muito mais rápido, precipitou uma peregrinação às boxes, com todos os pilotos a montaram borrachas para seco no espaço de duas voltas – entre a décima sétima e a décima nona.
Bottas acabaria por ser um dos grandes perdedores, muito embora não tenha caído na classificação, ao perder cerca de dez segundos na operação.
Por seu lado, Russell, que tinha pedido mais asa na dianteira, via o seu apêndice sair das boxes sem qualquer alteração, sofrendo de subviragem ao longo de toda a restante corrida.
Lando Norris ficava assim numa situação mais confortável no topo do Segundo Pelotão, uma vez que os seus mais próximos perseguidores tinham algumas contrariedades para suplantar.
No início do stint, Russell conseguiu ampliar a sua vantagem para 13,3s, na vigésima sexta volta, mas daí para a frente, Bottas começou a realizar uma recuperação consistente, ganhando tempo não só ao piloto da Mercedes, mas também ao inglês da McLaren.
Apesar de todas as contrariedades ao longo do fim-de-semana, o finlandês impunha um ritmo que era apenas batido pelos dois Red Bull e por Charles Leclerc.
No final da corrida, o piloto da Alfa Romeo estava a pressionar o piloto que lhe ficou com o lugar na Mercedes, tendo recuperado mais de treze segundos face a este e mais de dez relativamente a Norris.
O inglês da McLaren acabava por vencer a corrida do Segundo Pelotão, o que significou subir ao pódio, devido ao despiste de Charles Leclerc, repetindo o feito que conseguira o ano passado neste mesmo circuito. Russell sustinha os ataques de Bottas, que começava a sentir problemas de granulação nos pneus traseiros, mas este mostrava um andamento
fortíssimo e, uma vez mais, um fim-de-semana com diversas contrariedades impedia-o de alcançar o potencial do Alfa Romeo, que mostrou ser o terceiro carro mais rápido em pista.
Destaque ainda para a Aston Martin que conquistou os seus primeiros pontos deste ano e logo com os dois pilotos. Sebastian Vettel terminou em oitavo e Lance Stroll em décimo, tendo Magnussen ficado entre eles.
Também em evidência esteve Yuki Tsunoda que levou o seu AlphaTauri até ao sétimo lugar, depois de ter sido eliminado logo na Q1 na qualificação. O japonês começou a sua recuperação na Sprint e voltou a estar em boa forma na corrida de domingo.