Onde estava em 1977?
Pedro Lamy (1977 – 5 anos / 2010 – 38 anos)
“Ficava nervoso e tinha medo!”
Se há coincidência interessantes, o facto do AutoSport ter nascido precisamente no mesmo ano em que o Pedro Lamy se estreou nas competições, é, sem dúvida, uma delas. Então com cinco anos, o piloto ainda não sabia, em 1977, que iria direcionar a sua carreira para os automóveis e é por isso que o seu primeiro veículo de competição é uma mini-moto! Apesar de não se lembrar de grandes feitos por essa altura, Lamy recorda, ainda assim, que “esse foi o meu primeiro ano no mini-motocross e na mini-velocidade, onde penso que já ganhei algumas corridas, mesmo não tendo sido campeão na disciplina da velocidade”. Além disso, o ex-piloto de F1 também guarda como recordação “estar muito nervoso antes das corridas e ter mesmo medo de participar”, um receio explicado pelo próprio pai do piloto, Álvaro Lamy, que recorda que ‘com quatro anos, o Pedro caiu de um andar para o outro na adega da quinta e durante algum tempo dizia que queria continuar a andar na moto, mas… com ela desligada!”.
Recordações do AutoSport dessa época é que são mais difíceis de encontrar na memória de Pedro Lamy pois “só me lembro que havia o AutoSport e o Motor, mas sinceramente não me lembro qual é que via mais”. Ainda assim, o atual piloto oficial da Peugeot não deixa de referir que “o AutoSport fez sempre parte da minha vida, desde que me lembro do seu nome”.
Pedro Matos Chaves (1977 – 12 anos / 2010 – 45 anos)
“Estudava como um louco para ter um kart!”
Em 1977, Pedro Matos Chaves tinha 12 anos e sonhava já com corridas de automóveis quando acompanhava o pai como organizador de provas. Com um sorriso emocionado, o piloto que chegou à F1 em 1991, recorda-se que “nesse ano passei o ano a estudar como um louco porque o meu pai me tinha prometido um kart se dispensasse os exames do segundo ano do ciclo. Claro que estudei tanto, que passei. O problema foi no ano seguinte em que, como já tinha o kart, acabei por chumbar e o meu pai deu-me como ‘prémio’ uma entrada direta para o colégio interno!”. Antes disso, no entanto, o versátil piloto não esquece esse mítico ano de 1977 pois “só podia andar no fim de semana no kart na pista de S. Caetano em Gaia e tive que esperar ansiosamente três anos porque, nessa altura, só podíamos entrar em corridas aos 15 anos. Mas o desejo de andar de kart era tanto que às vezes andava nos passeios contíguos à minha casa… a atropelar quem aparecesse à frente!”.
De resto, pouco tempo depois vem as primeiras recordações do AutoSport: “claro que já o devia ter aberto antes, mas a minha primeira recordação do AutoSport foi em 1982 quando fui com o meu pai ao Rali da Madeira. Recordo-me perfeitamente que tivemos que vir embora do rali a meio e sem saber quem tinha ganho a prova e de ter que esperar desesperadamente por quinta-feira (dia em que era publicado nas bancas o AutoSport nessa altura) para saber que quem tinha ganho o rali tinha sido o Adartico Vudafieri. Dos primeiros anos de AutoSport, o popular ‘Petó’ também não esquece que “foi através do AutoSport que soube que seria o número 18 no Troféu Starlet com que me iniciei, pois ninguém me dizia e tive que esperar que a lista de inscritos do troféu fosse publicada no AutoSport para saber quem eram os meus adversários”.
Rufino Fontes (1977 – 25 anos / 2010 – 58 anos)
“Foi o ano mais triste da minha carreira!”
Com 25 anos, Rufino Fontes ainda não tinha chegado ao auge da sua carreira, mas já começava a sobressair no automobilismo nacional. No ano de estreia do AutoSport, o piloto de Oliveira de Azeméis dividia a sua atividade pela velocidade, os ralis e o Pop Cross: “eram tempos muito giros. Nas pistas entrei no campeonato nacional com o Alfa Romeo GTV, o ‘DE-41-09’ do Team Arbo, mas que começava a ficar desatualizado pelo que não consegui grandes resultados. Ainda nesse carro fiz pelo menos o Rali James terminando em segundo do Grupo 1. Mas mesmo engraçado era o Pop Cross, onde até em Pamplona e Madrid fui correr. O carro não pesava nada e tinha caixa curta e no meio de tantos 2 Cv era o ‘salve-se quem puder'”. No entanto, esse ano também ficou marcado por um dos momentos mais trágicos da história do automobilismo nacional e que foi vivido de forma muito intensa por Rufino Fontes: a morte do piloto Kiko Ribeiro Silva numa corrida no Autódromo do Estoril. “Infelizmente, essa é a recordação mais triste da minha carreira e que jamais se dissipará da minha memória até porque aprendi muito com o Kiko”.
Do AutoSport dos primeiros tempos, o elemento mais velho da geração ‘Fontes’ recorda que “se tornou um vício de leitura, desde o primeiro número, difícil de combater e que trespassou as restantes gerações de pilotos lá de casa. Sempre fui um seguidor e comprador do AutoSport”.
Santinho Mendes (1977 – 36 anos / 2010 – 70 anos)
“A primeira-ministra não simpatizava com corridas!”
O nome dispensa grandes apresentações. Santinho Mendes ganhou praticamente tudo o que havia para ganhar em Portugal, tornando-se um dos mais versáteis pilotos portugueses de todos os tempos. Mas, curiosamente, em 1977 foi um dos anos em que o piloto menos atividade registou no seu currículo. Nascido a 18 outubro (mas, curiosamente, registado apenas 44 dias depois), o piloto de Abrantes recorda que “nesse ano houve poucas corridas a nível nacional. A primeira-ministra, Maria de Lurdes Pintassilgo, não simpatizava com corridas e ‘fechou a torneira’ da gasolina! Ainda assim, tenho ideia de ter participado no campeonato de ralis com três carros diferentes. Comecei num Opel, mas o carro não chegava para a concorrência. Troquei-o por um BMW 2002 Tii que também não me serviu os intentos porque estava sempre a sobreaquecer. Finalmente, como também estava meio zangado com o Entreposto, comprei um Fiat 124 Spyder, mas foi uma péssima escolha porque o carro também não era fiável”. Foi um ano para esquecer, registando o compasso de espera entre as épocas de ouro de 1973 e 1974 onde conseguiu ser campeão de velocidade e o início da década de 1980 onde se sagrou consecutivamente campeão nacional de ralis ao volante do competitivo Datsun 160 J.
Por essa altura, o AutoSport era também já um hábito enraizado na vida do piloto e em 1977, quando saiu a primeira edição, Santinho Mendes recorda que “pouco depois de ter saído já me dava bem com os jornalistas que lá escreviam”. Memórias que o tempo não apaga…
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