WTCR: O talento não tem idade

Por a 19 Novembro 2018 18:53

Terminou a época de estreia do WTCR e o balanço só pode ser positivo. 10 Jornadas, 30 corridas, 15 vencedores diferentes, 7 marcas no pódio e sete candidatos ao título na última jornada do ano.

À imagem do que pretende a regulamentação TCR, pretendia-se que fosse uma competição equilibrada em que todos tivessem hipóteses de vencer e cuja a incerteza fosse a nota dominante. Isso foi conseguido a 100% e o WTCR chegou a Macau para a grande final numa das pistas mais difíceis do mundo, uma decisão que não agradou a alguns pilotos, mas que certamente foi do agrado dos fãs.

Os lastros de compensação prejudicavam os Audi e os Honda que eram os carros mais pesados, seguidos dos Hyundai, VW, Cupra, Peugeot e Alfa Romeo. Jean Karl Vernay e Esteban Guerrieri, matematicamente ainda na luta pelo título eram assim os mais prejudicados. Pepe Oriola poderia ser uma surpresa, ele que tem muita experiência em Macau e os quatro homens dos Hyundai eram também favoritos, com Gabriele Tarquini e Yvan Muller como principais destaques.

Mas foi Vernay o primeiro homem a evidenciar-se, com o melhor tempo no treino livre 1, aproveitando a vantagem nas rectas do seu RS3 LMS, o que poderia ser um trunfo para o resto do fim de semana. Mas a partir daí foi Rob Huff a mostrar porque é um especialista de Macau. O britânico foi o mais rápido no treino livre 2 e nas duas sessões de qualificação, com voltas absolutamente fantásticas. Esteban Guerrieri tentou ficar com pelo menos uma pole, mas das duas vezes viu Huff roubar-lhe o melhor tempo das sessões. Muller esteve em bom plano na qualificação 1 e na segunda sessão ficou à porta do top5. Já Tarquini ficou longe das primeiras posições e complicava a sua tarefa. Vernay fez o que pôde tendo em conta o peso da sua máquina e Yann Ehrlacher também mostrava qualidade.

DHL Pole position for Race 3 in Macau

Perfect Friday for Rob Huff as he wins his second pole position in less than five hours. Unbeatable! 👊🏻

Gepostet von FIA WTCR / Oscaro am Freitag, 16. November 2018

 

 

 

As corridas

Mas os holofotes estavam todos virados para Huff e para a possibilidade de conquistar a 10ª vitória em Macau, e quem sabe a 11ª. Mas a corrida 1 não correu de feição ao piloto do Golf GTi TCR. Vernay e Muller aproveitaram o cone de aspiração para passar por Huff no início da prova e instalaram-se na frente, numa luta interessante que durou toda a corrida, que foi acidentada como habitualmente, com entrada do Safety Car e mostragem de Bandeiras Vermelhas em ocasiões separadas. O destaque desta corrida foi para Vernay e Muller, mas Tarquini minimizou as perdas e subiu para quarta posição, vindo de oitavo.

A corrida 2 teve outro vencedor inesperado com Frédéric Vervisch a vencer pela primeira vez em 2018. Timo Scheider era o detentor da pole (em estreia no circuito de Macau) e lutou com Ceccon nos primeiros metros da prova que ficou marcado por um incidente na curva Lisboa entre Oriola e Ehrlacher que atirou vários pilotos para fora de prova como Huff, Michelisz, Vernay e Tarquini que ficava assim a zeros. Seguiu-se uma luta fantástica pela vitória com Vervisch e passar Scheider graças à mais valia da sua máquina nas rectas e Muller tentou fazer o mesmo, mas o piloto do Honda defendeu-se com unhas e dentes, já com Ceccon para trás e à mercê de Ehrlacher que quase por milagres seguiu depois do toque. Uma vitória relativamente fácil para Vervisch e um segundo lugar suado, mas merecido por parte de Scheider, talvez na melhor luta em pista do fim de semana. As contas no final da corrida 2 eram fáceis de fazer… apenas Tarquini e Muller podiam chegar ao título e havia 18 pontos a separar os dois veteranos.

 

Story Of The Day – And then there were 2

Check it out! 💥⬇️Coming in to Race 1 in Macau there were 7 drivers locked in the title fight. After Race 1 there are only 2 who can win. Find out how by wathcing the Story Of The Day.

Gepostet von FIA WTCR / Oscaro am Samstag, 17. November 2018

 

 

Huff desperdiçou a oportunidade de vencer a décima e largou mal entregando a liderança a Guerrieri que se manteve na frente até ao fim. Michelisz fez um grande jogo de equipa e atrapalhou a recuperação de Muller, que precisava de subir ao pódio para ficar com o título, mas o húngaro zelou pelos interesses de Tarquini, que recuperou até à nona posição (vindo de 14º), sendo despromovido a 10º perto do fim com Bjork a tentar ajudar o seu colega Muller. A corrida teve mais incidentes e entradas de Safety Car, mas no final Guerrieri venceu pela primeira vez em Macau, garantiu o terceiro lugar da competição e Tarquini ficou com a Taça do Mundo de turismos com Muller a ser um digno vencido.

 

Os pilotos em destaque

Numa competição com tantos pilotos foi a experiência que levou a melhor. Tarquini e Muller são os mais velhos do pelotão e ambos já estiveram com um pé fora da competição, mas provaram que têm ainda muitos quilómetros para fazer. Tarquini aproveitou da melhor maneira o arranque da época em que os Hyundai eram intocáveis na frente. Muller, foi também dos melhores e não é por acaso que foi chamado para fazer parte da Cyan Racing em 2019 com os Lynk&Co em estreia, ele que manterá a parceira com Bjork.

As desilusões foram mesmo os colegas dos veteranos. Michelisz e Bjork são excelentes pilotos mas tiveram demasiados altos e baixos. Bjork comprometeu o seu fim de semana num incidente na qualificação 1 e Michelisz, um especialista em citadinos, apenas na corrida 3 mostrou um pouco mais, tendo ainda assim garantido o título ao seu colega e à sua equipa.

 

Story Of The Day – And then there were 2

Check it out! 💥⬇️Coming in to Race 1 in Macau there were 7 drivers locked in the title fight. After Race 1 there are only 2 who can win. Find out how by wathcing the Story Of The Day.

Gepostet von FIA WTCR / Oscaro am Samstag, 17. November 2018

Guerrieri foi um dos melhores do fim de semana. A sua postura tipicamente latina anima as corridas e ainda se envolveu com Muller na qualificação 1 (sem necessidade e o ambiente ficou pesado entre ambos). Mas Guerrieri é um dos melhores pilotos desta competição e fez por merecer a vitória, ele que foi sempre dos mais rápidos em pista.

Vernay também merece uma nota de destaque. O francês foi o único que levou o Audi até ao fim na luta pelo título. Fez uma excelente época dentro do que a sua máquina era capaz e em Macau mostrou a sua qualidade tal como Vervisch, que fez uma segunda metade de época muito boa. Não chegou ao nível de Vernay, mas esteve muito perto disso.  Os restantes pilotos Audi não mostraram argumentos para se juntarem aos mais rápidos e Panis acumulou erros.

Huff foi a grande desilusão, quer em Macau, quer no campeonato. É claramente dos melhores, mas já é o segundo ano consecutivo em que deveria andar na frente e não o fez. Em Macau fez o que ninguém esperava e desperdiçou duas oportunidades de conquistar a histórica 10ª vitória. Seria um bom prémio de consolação, mas não o conseguiu (fica o registo da oitava pole em Macau). Bennani começou bem, mas os incidentes nas corridas deitaram por terra o bom esforço inicial.

Ehrlacher merecia mais. A segunda metade da época foi cheia de incidentes e isso  tirou-o da luta pelo título, onde estaria por mérito próprio. Em Macau foi dos melhores, mas teve de se contentar com o papel de “team player”. Tem um grande futuro à sua frente. Scheider está cada vez mais adaptado aos TCR e em Macau subiu ao pódio pela primeira vez. Talvez mereça ficar na Munnich em 2019, que fez um excelente trabalho este fim de semana, tal como durante o ano todo. A equipa de Muller foi campeã, mas a Munnich teve um grande desempenho ao longo de 2018.

Oriola foi outro dos destaques negativos. Sabia-se que o Cupra TCR não tem os mesmos argumentos que as outras máquinas e o facto de Oriola ter estado matematicamente na disputa do título é já um ponto a favor do espanhol. Mas esperava-se um pouco mais dele em Macau. Apesar disso, foi um bom 2018 para Oriola, o único piloto a evidenciar-se com a máquina espanhola.

Kevin Ceccon voltou novamente a mostrar-se a bom nível. Desde a saída de Giovanardi que os Alfa Romeo têm estado muito melhor (o que poderá não estar relacionado com a saída do veterano piloto) e Ceccon tem aproveitado. Esteve na luta pelo pódio na corrida 2 e foi presença assídua no top 10. Excelente fim de semana em Macau assim como para Ferrara, seu colega de equipa.

Por fim os Peugeot de quem se esperava um pouco mais, mas que passaram completamente ao lado deste fim de semana. Aurélien Comte e Mato Homola não tiveram argumentos para mais e a Peugeot vai ter de trabalhar no seu 308 TCR para o tornar mais competitivo.

 

Acabou em grande o WTCR. Uma competição que entusiasmou, deu grandes corridas e que tem potencial para crescer ainda mais.

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