MEMÓRIA, HÁ 20 ANOS: Filipe Albuquerque foi eleito o Piloto do Ano 2002: “nunca pensei ganhar!”

Por a 1 Fevereiro 2023 15:48

Há precisamente 20 anos, em janeiro de 2003, na festa do Carro do Ano, o AutoSport revelava igualmente o Piloto do Ano AutoSport em Portugal, da 2002, e há duas décadas o ‘título’ foi para Filipe Albuquerque, que ainda no fim de semana passado nos brindou com mais uma majestosa exibição em Daytona, ao ponto de fazermos uma coisa que só fazemos como exceção: ‘dar’ a capa aos segundos classificados…

Recordemos o texto da altura e as palavras de um piloto que na altura prometia uma grande carreira. Prometeu, e cumpriu…

Quando foi anunciado o seu nome como o eleito pelos leitores do AutoSport para a atribuição do titulo de Piloto do Ano, não escondeu a surpresa e foi meio atónito que se dirigiu ao presidente da FPAK, Vasconcelos Tavares para receber o troféu. No regresso para junto dos amigos Filipe Albuquerque só conseguia dizer: “nunca pensei ganhar”. E ria-se…

Foi, realmente, com um grande sorriso nos lábios que o jovem Filipe Albuquerque regressou para junto dos seus amigos da Couceiro Júnior Team na noite da passada terça-feira, pois foi com a sua ajuda que este conimbricense conseguiu subir ao palco do Blues Café para suceder a Tiago Monteiro na eleição que os leitores do AutoSport fizeram para eleger o Piloto do Ano Portugal 2002.

Nos momentos que precederam a entrega do bonito troféu desenhado e produzido pela Atlantis, quando se fazia um breve historial dos nomeados para a edição deste ano, logo se ouviu na vasta e conhecedora plateia presente nesta cerimónia um sussurro sobre Albuquerque… “este miúdo parece que é muito bom”… “há quem diga que é um dos que tem mais futuro”… e depois do anúncio formal da eleição, a ruidosa e prolongada salva de palmas da audiência demonstrada quão válido tinha sido este galardão.

“Antes de mais, quero agradecer ao AutoSport por ter instituido esta iniciativa e sublinhar o meu grande reconhecimento pela atribuição deste titulo. Mas mais importante do que tudo isto, a iniciativa do AutoSport julgo que vai contribuir para dinamizar ainda mais o karting em Portugal e todos aqueles que o praticam, pois eu nunca pensei que um piloto oriundo desta modalidade pudesse vencer tendo em conta o leque de adversários de respeito que existiam. Por tudo isto, foi com uma grande surpresa que eu ouvi o meu nome.”

A explicação de Filipe Albuquerque, já na manhã de quarta-feira, antes da embarcar no avião com destino a Itália é bem expressiva e elucidativa do que representou e pode representar a atribuição do titulo “Piloto do Ano Autosport”.

E porque a vida continua, Filipe Albuquerque está já a preparar a próxima temporada de karting a nível mundial. Como piloto de fábrica da marca transalpina CRG, o piloto português vai “fazer tudo o que a marca quiser. Em princípio está previsto disputar o ‘Europeu’ e o ‘Mundial’ de Fórmula A mas como nesta última competição ainda não se sabe muito bem o que vai acontecer por causa de um alegado boicote das marcas a este evento, estou um pouco na expectativa do que irei fazer, mas o primeiro confronto será dentro de dias com a disputa do Troféu de Construtores”.

Por uma questão de postura, Filipe Albuquerque não quer pensar a longo prazo… “sempre me preocupei em fazer o melhor que posso e sei concentrando-me especificamente na temporada que estou a disputar. Depois, no final, logo se vê o que vem a seguir. Quero fazer uma coisa de cada vez, mas nesta altura, acredito que no futuro tudo é possível.”

Nuno Couceiro: “É um talento fora do normal”

Filipe Albuquerque começou a correr com a Norma Racing de Norberto Martins em 1996 na Categoria Cadetes e em 1999 mudou-se para a Couceiro Júnior Team, dos irmãos Pedro e Nuno Couceiro. Com eles venceu a Taça de Portugal nesse ano na Categoria Júnior até ascender à Categoria Intercontinental A onde no ano de 2002 brilhou ao mais alto nível. Para Nuno Couceiro, Filipe Albuquerque é “um talento fora do normal. E não sou eu que o digo, mas sim um italiano que dá pelo nome de Danilo Rossi e que foi cinco vezes Campeão do Mundo de Karting. Eu, aquilo que sei do Filipe é que ele tem um dom natural para se sentar num kart e ao fim de três ou quatro voltas já está a fazer bons tempos. Mais. Já houve alturas em que pensámos que seria impossível ele fazer um determinado tempo, mas a verdade e ninguém sabe muito bem como, ele conseguia-o. Por tudo isto, tenho a certeza de que se for apoiado pode ir longe.” E apoio não significa necessariamente que tenha de ter dinheiro ou vá clamar por subsídios estatais. “Isso é um discurso que pertence ao passado”, diz Nuno Couceiro. “Hoje em dia já não interessa se o piloto tem patrocínios ou não. O que é importante é descobrir o ‘manager’ certo para o encarreirar. Tem que ser um ‘manager’ com conhecimentos, influência e interesses, para colocar o piloto no sítio certo na hora certa.” Fala quem sabe!

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