José Correia: “O objetivo é ser campeão em 2021”

Por a 3 Março 2021 09:00

Em 2020 José Correia conquistou o Campeonato Portugal de Montanha (CPM) JC Group em termos Absolutos e na categoria Protótipos, ao volante do seu Osella P2000 Evo2. Um feito alcançado pelo piloto que é figura central da equipa JC Group Racing Team num ano muitíssimo exigente para todos que o piloto agora recorda, ao mesmo tempo que traça objetivos para 2021, uma temporada que já está a ser preparada e para a qual se apresenta com a motivação reforçada. para Quanto ao título, não esconde, “o objetivo é ser novamente campeão no CPM”, assume.

2020 foi um ano peculiar. Começou da melhor maneira com a conquista da sua primeira vitória absoluta no CPM, na Rampa Porca de Murça, mas rapidamente o calendário sofreu uma paragem forçada e não pôde dar de imediato seguimento a esse feito. Como viveu esse início de época?

Em termos desportivos foi um ano que começou bem, com a minha primeira vitória absoluta no CPM, embora, infelizmente, numa prova marcada por um grave acidente. Ficar em primeiro da geral era algo com que sonhava e que nunca tinha conseguido concretizar com nenhum carro, inclusivamente com o Osella PA2000 Evo2. Mas depois da época de 2019, que foi muito importante para me adaptar a um novo estilo de condução e a um carro com grandes especificidades e muito exigente, começar 2020 com a vitória na Rampa Porca de Murça foi o coroar do trabalho desenvolvido ao longo de toda uma época e que me deixou, a mim e a toda a equipa, a quem agradeço todo o trabalho e empenho com que encaram cada desafio, naturalmente muito satisfeitos.

A vitória fê-lo pensar que era este o ‘seu’ ano?

Eu encaro os desafios sempre a pensar em lutar pelos títulos, e no último ano não foi diferente. Sabia que ia lutar pelo título Absoluto, era um objetivo, claro que o resultado final é sempre uma incógnita e podia não se concretizar, mas comecei o ano com as metas bem definidas. No entanto, os campeonatos são sempre imprevisíveis. Por exemplo, temos o caso do Hélder Silva, que se apresentou em Murça como um forte opositor ao volante de um BRC BR53, entre outros pilotos. O plantel no CPM é bastante diversificado e nunca nada está garantido. Quando venci a ronda de abertura, senti que podia estar num momento de forma e de adaptação ao Osella que me permitia disputar e ganhar o campeonato, mas este é um pensamento que quando estamos em prova e colocamos o capacete rapidamente esquecemos e só pensamos em ser rápidos. Por isso, foi muito bom vencer, mas depois há todo um campeonato que se faz prova a prova.O CPM regressa apenas 7 meses depois, em outubro, com a Rampa Serra da Estrela. Como é que geriu esses meses de paragem? Como é que se mantém a motivação?

Na verdade, sou empresário e a minha vida profissional, como aconteceu a muitos de nós, acabou por consumir a totalidade do tempo disponível e por isso os meses foram passando e não foi possível pensar muito nas corridas, dado o ano atípico que todos vivemos. Havia apenas alguma ansiedade quando surgia uma nova data e me voltava a focar e depois as provas, por vezes, voltavam a ser canceladas ou adiadas. Mas fora isso, foi um ano bastante atarefado do ponto de vista profissional.

Quando as corridas regressam, foi difícil voltar a entrar no ritmo?

Estive muito tempo sem me sentar ao volante do Osella P2000 Evo2. Quando regressei, as primeiras subidas foram de total adaptação: ritmo de corrida, abordagem e leitura do traçado, tempo de reação na aceleração e travagem, comportamento em curva. Tudo isso, de certa maneira, teve de ser recordado. O conhecimento está lá, mas é como se estivesse ligeiramente adormecido e temos de voltar a ‘acordar’ o corpo. As primeiras subidas de treinos serviram para isso, mas depois em prova já estava novamente enquadrado com o carro e o contexto competitivo.

Na Rampa Serra da Estrela soma a pontuação máxima em termos de campeonato e vence a prova seguinte, a Rampa PÊQUÊPÊ Arrábida, disputada no início de novembro. Na verdade, a vitória que o consagrou campeão, dado que a Rampa de Boticas acabou por ser anulada. Num ano tão atípico, como viveu a conquista do campeonato?

Para ser sincero, não foi um campeonato com o sabor que eu gostava, pois gostaria que tivessem havido mais provas, porque vencer um campeonato com poucas provas realizadas é diferente. Queria ter feito, pelo menos, mais duas ou três corridas, ter lutado mais pelo campeonato e assim também poder evoluir mais ao volante do Osella.

Porém, dado o ano que tivemos, penso que devemos estar felizes por se terem conseguido realizar três provas, porque podia não ter havido nenhuma. Foi um ano difícil e com o calendário possível, e nós enquanto pilotos compreendemos isso, mesmo que gostássemos de correr mais, como é natural.

Para 2021, o objetivo é a renovação do título do CPM JC Group?

Sim, este ano um dos objetivos é ser campeão. É desta maneira que encaro os desafios, sempre otimista e sempre com metas exigentes, é aí que está sempre o foco. Este ano vou lutar por revalidar o título e esperar que se possa concretizar a totalidade do calendário.

Vai manter-se ao volante do Osella P2000 Evo2?

Sim, é um carro ao qual me sinto cada vez mais adaptado, já provou que é um carro vencedor no CPM e por isso espero poder evoluir ainda mais esta época e dar seguimento à senda de vitórias do último ano.

Quais os pontos mais fortes do seu carro e em que situações é mais exigente em termos de condução?

É um modelo com um grande poder de aceleração e muito aerodinâmico, características que o tornam muito rápido. O centro de gravidade é baixo, estamos sentados rente ao chão, ao nível dos rails, o que inicialmente assusta, mas rapidamente habituamo-nos. A maior exigência é conseguir o equilíbrio perfeito em condução, a fim de extrair o máximo das suas potencialidades. Talvez o maior segredo em prova seja chegar ao ponto de travagem ideal. É um carro que nos obriga a travar tarde, a arriscar, se queremos ser rápidos, e por isso o ponto de travagem é essencial para ser eficaz em curva e, logicamente, ao cronómetro. Se travamos cedo, perdemos tempo, se travamos demasiado tarde, pode também ser um problema. Por exemplo, no primeiro ano em que disputei em simultâneo campeonatos com o Osella PA2000 Evo2 e com o Nissan GT-R Nismo GT3, quando passava de um para outro, a um primeiro momento, não era fácil, dado a aceleração, distâncias de travagem, tudo isso, serem completamente diferentes. Saber mudar o chip era essencial, mas exige adaptação que por vezes pode levar tempo.

O calendário apresentado pela FPAK para 2021 é de oito provas. Partindo do princípio que todas se vão realizar, mesmo que possam haver algumas alterações de datas, concorda com o número e o distribuição de provas?

Sim, penso que é um calendário com o número de eventos ideal para termos um campeonato competitivo. As provas têm traçados diversificados e exigentes e são disputadas em cenários belíssimos, o que constitui uma mais valia para a competição e para todos os intervenientes. Espero mesmo que a situação que o país atravessa seja superada tão rápido quanto possível e que tenhamos um ano desportivo, em todas as modalidades, ao melhor nível. Deixo também uma palavra de agradecimento e de incentivo a todos os envolvidos no desporto motorizado em Portugal, pilotos, equipas, clubes organizadores e à FPAK em particular, por todo o trabalho e empenho para chegar às melhores soluções e assegurar a realização dos vários campeonatos num período extremamente difícil para todos.

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