Dakar: Cinco pilotos em 40 minutos a meio da prova

Numa altura em que a caravana do Dakar se prepara para arrancar para a segunda metade da prova, nos autos, cinco pilotos estão separados apenas por 40 minutos.  O favoritismo está no lado de Nasser al Attiyah, mas nada é garantido com margens destas…

No final das primeiras 5 etapas que levaram os pilotos e tripulações até Arequipa, ainda há 247 veículos em prova, na 41ª edição do Dakar (105 motos, 18 quads, 93 carros com 24 SxS e 32 camiões), no que é o menor índice de sucesso a meio de um Dakar, desde 2007 (74%). Entre os sobreviventes desta exigente prova, destaque para o trio de pilotos experientes, com Nasser Al Attiyah, Stéphane Peterhansel e Nani Roma, a destacarem-se dos demais concorrentes, incluindo Sébastien Loeb, vencedor da etapa maratona.

Os três homens que compõem o pódio provisório do Dakar no dia de descanso representam um total de 17 títulos, 10 dos quais nos autos.

O nível de desempenho técnico e fiabilidade exigido pelos troços peruanos seleciona o melhor equilíbrio entre agressividade e cautela.

Neste campo, Nasser Al Attiyah tornou-se no melhor e mais sólido especialista nesta área, longe da reputação que tinha nos seus primeiros anos de TT. Regular na condução, seguro na navegação graças à cumplicidade desenvolvida com Mathieu Baumel, o piloto da Toyota recita um desempenho impecável que lhe confere uma vantagem de 24 minutos na classificação geral face a Stéphane Peterhansel.

Ao volante do seu Mini Buggy, o piloto com 13 triunfos no Dakar tem-se mostrado capaz de jogar em pé de igualdade com Al Attiyah, mas já esteve duas vezes ’em falta’. Nani Roma, discreto mas constante no seu Mini cuja versão 4×4 domina perfeitamente, fecha o pódio com 34 minutos de atraso e preserva bem intactas as suas chances de vitória.

O princípio do bónus de experiência, no entanto, tem algumas exceções, uma vez que Giniel de Villiers, classificado 14 vezes no 15 no Top 10 final desde 2003, fraquejou este ano. O sul africano está quase 6h30 atrás do seu companheiro de equipa, na 23ª posição.

Também sem poder mostrar a consistência exemplar que vinha mostrando, o bicampeão do Dakar, Carlos Sainz também foi relegado às profundezas da classificação depois de partir a suspensão do seu Mini num buraco na etapa 3.

Por outro lado, os resultados brilhantes alcançados pelo mais jovem recém-chegado à disciplina, Sébastien Loeb, com duas novas etapas no bolso, incluindo uma soberba demonstração na véspera do dia de descanso, podem preocupar os ‘velhos’ que estão à sua frente no ranking.

Desde que não volte a fazer algo semelhante ao que o levou à desistência no ano passado, ao cair num buraco, pode ter ainda uma palavra a dizer nesta prova.

Prestação muito consistente está a ter também Jakub Przygonski (Mini 4X4), que é quarto a meio da prova, a 38m12s de Attiyah. Sem levantar muitas ondas, anda por ali e pode fazer um brilharete em termos de classificação geral.

Com alguns altos e baixos têm andado Harry Hunt (Peugeot/Ph-Sport) que é sétimo a 1h59m55s. Um forte candidato ao top 10. De Martin Prokop esperava-se um pouco mais mas a Ford Raptor começou cedo a falhar. Quando andou sem problemas, mostrou que podia estar bem mais à frente. Dista 2h13m57s da frente.

A meio caminho de um grande resultado estão Boris Garafulic e Filipe Palmeiro, no Mino 4X4 da X-Raid. Cautelosos, estão em nono a 2h18m20s mas com o que falta pela frente, há gente fora do top 10 que não está muito longe, pelo que há que manter a boa toada até aqui.

Quem mostrou andamento para bem mais foi Yazeed Al Rajhi, noutro Mini 4X4 da X-Raid, mas um problema numa das etapas tramou-o. Perdeu-se duas vezes e agora está a 2h28m24s da frente, quando esteve no pódio na fase inicial da prova.

Entre os outros pilotos de destaque que se atrasaram está Benhard Ten Brinke que com uma Toyota oficial está em 14º a quase quatro horas da frente. Giniel de Villiers, vencedor do Dakar 2009 viu as suas esperanças de se impor 10 anos depois da sua vitória esfumarem-se ao bater numa enorme pedra.