Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno: tempo de definições…

Por a 21 Setembro 2022 10:34

O Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno prossegue com a Baja TT Sharish Gin – Reguengos de Monsaraz/Mourão, quinta prova da competição que conta ainda com a Baja TT Norte de Portugal e a Baja Portalegre 500.

Disputadas quatro provas, João Ferreira venceu as três primeiras e Tiago Reis a última, em Loulé e neste momento os números da competição já foram atualizados, pois já é conhecido o desfecho do recurso que João Ramos interpôs decorrente do ‘caso’ ocorrido na Baja TT Oeste de Portugal, quando João Ramos e Filipe Palmeiro foram penalizados em 50 minutos por ter chegado ao final da prova sem sobressalente no carro. Foi negado provimento ao apelo, pelo que os resultados foram publicados.

Nesse contexto, João Ferreira lidera a competição com 105 pontos, fruto de três triunfos e um segundo lugar, 41 pontos na frente de Tiago Reis, com João Dias em terceiro com 56 pontos. Alejandro Martins é quarto com 54, mais três que Christian Baumgart. João Ramos é sexto com 42 pontos.

Com três provas pela frente, é tempo das coisas se começarem a definir ainda melhor no CPTT, ou, reequilibrarem-se…

Estreia a vencer

Recordando o que foi até aqui o filme da competição, na Baja TT Montes Alentejanos, João Ferreira estreou-se a vencer no CPTT, na sequência de uma prova quase perfeita. Cristian Baumgart foi segundo e mostrou que iria lutar pelos triunfos, com Tiago Reis em terceiro, condicionado por vários furos e uma penalização.

O jovem piloto (22 anos), filho de Paulo Rui Ferreira, entrou para o restrito clube de vencedores de provas do CPTT.

A prova foi equilibrada, na SS1, Tiago Reis liderou até ao ponto intermédio 5, em que teve uma vantagem curta para Marcos Baumgart, e que oscilou entre 5.0s e 41.0s para João Ferreira. Na parte final, um furo, e a cedência de quase dois minutos que o atiraram para o quarto lugar. Contas feitas, quatro pilotos, João Ferreira, Marcos Baumgart, Cristian Baumgart e Tiago Reis, foram para a SS2 separados por 49.1s.

Na SS2, Tiago Reis entrou ao ataque, no intermédio 2 já tinha recuperado 23.0s a João Ferreira, com os dois brasileiros a perderem quase um minuto, mas depois veio novo furo numa das rodas da Hilux de Tiago Reis e no intermédio 3 passou a ser João Ferreira a liderar o SS2, com 1m02s face a Cristian Baumgart, 1m12s para Tiago Reis, e Marcos Baumgart já tinha cedido 3m40s também com um furo. A prova decidiu-se nesta fase, pois daí para a frente o jovem do Mini permitiu alguma recuperação a Tiago Reis, mas nada que o impedisse de vencer com mais de 2 minutos de avanço para o segundo classificado. Uma penalização de um minuto para Tiago Reis, atirou-o ainda do 2º para o 3º lugar da geral. Cristian Baumgart e Beco Andreotti mostraram também bom andamento com a sua Toyota Hilux.

Alejandro Martins e José Marques (Mini John Cooper Works Rally) terminaram em quinto a mais de sete minutos da frente, depois duma prova também marcada por um furo,

Nuno Madeira e Filipe Serra (Ford Ranger) foram sextos numa prova em que tiveram alguns problemas com o motor do seu carro. João Dias e João Miranda (Can Am Maverick X3) venceram os T3, rodaram sempre no top 10, e mostraram um forte andamento. Francisco Barreto e Carlos Silva (Ford Ranger) foram oitavos, em mais uma boa prova do jovem que continua a sua evolução e aprendizagem como piloto nos T1. André Amaral e Nelson Ramos (Ford Ranger) foram nonos classificados. Desde cedo, nos pontos intermédios se quedaram por posições em que não costuma estar, e nunca conseguiram recuperar, com os dois SS a correrem-lhe mais ou menos da mesma forma.

Depois de muito tempo fora do TT, Manuel Correia, que teve um navegador ‘emprestado’, Jorge ‘Jet’ Carvalho, na Mitsubishi HRX Ford, fecharam o top 10. Alguma falta de ritmo no primeiro dia, melhor no SS2. Um bom resultado. Miguel Casaca e João Luz (Volkswagen Amarok) foram 11º e andaram sempre por estas posições.

Edgar Reis e Rafael Lutas estrearam-se com uma nova Toyota Hilux, terminaram em 12º numa prova de permanente evolução e adaptação à nova máquina, melhorando do primeiro para o segundo dia.

Luis Recuenco e Sergio Peinado (Mini JCW Rally) foram 14º fazendo uma prova muito abaixo das suas possibilidades e dos que já os vimos fazer muitas vezes.

Houve abandonos bem sonantes, como é o caso de João Ramos e Filipe Palmeiro (Toyota Hilux), que ficaram fora de prova logo ao Km 5 do SS1, porque o comando das bombas dentro distribuição, cedeu e deixou de funcionar a bomba da direção assistida e a bomba de óleo do motor.

Pelo caminho ficaram também César Sequeira/Tânia Sequeira (Mini Cooper D Protótipo), Pedro Grancha/Inês Ponte (Ford Mo EXR05 Proto), Jorge Cardoso/André Barras (Mercedes A 140 Proto), Lino Carapeta/Rui António (Land Rover Proto Bowler), Nuno Matos/Joel Lutas (Opel Mokka Proto), Alexandre Franco/Rui Franco (Mercedes Benz 350 SLC), entre outros.

Dois x dois…

Na segunda prova, a BP Ultimate Baja TT ACP, João Ferreira/David Monteiro (Mini) repetiram o triunfo da primeira prova, batendo João Ramos/Filipe Palmeiro (Toyota) e Alejandro Martins/José Marques (Mini), numa prova muito disputada. A competitividade foi um fator importante, quatro pilotos estavam separados por menos de um minuto no final do primeiro dia e na pista, não faltou emoção. No primeiro dia, um duelo luso brasileiro, que terminou com os quatro primeiros a terminar separados por menos de um minuto: o brasileiro Cristian Baumgart liderava com 16,8s de vantagem para João Ramos, com Adroaldo Weisheimer a 36.5s (todos em Toyota Hilux) com João Ferreira a 55,6s. No dia decisivo, Cristian Baumgart destacou-se no Km 39.7, mas depois disso furou e viu o motor da Hilux calar-se entre CP4 e CP5, quando tinha quase minuto e meio de avanço para Alejandro Martins, acabando por ser João Ferreira, que, com um forcing final, bateu o outro Mini por 55.3s, e mais importante, João Ramos por 1m40s, recuperando por isso os cerca de 40s que tinha de atraso na geral para o piloto da ‘Dama Negra’, que assim, teve que se contentar com o segundo lugar.

Depois do quinto lugar no primeiro dia, Alejandro Martins teve uma boa recuperação na SS2, chegando ao pódio.

Sem ritmo para o atual andamento na frente do CPTT, e depois de algum tempo parado, Miguel Barbosa foi quarto, mas ficou perto do pódio, a meros 4.4s.

Cristian Baumgart terminou em quinto, 19.9s na frente de Francisco Barreto, que melhorou o resultado de Beja, continuando a sua evolução nos T1.

João Dias venceu o Grupo T3 no seu BRP Can Am Maverick X3, mas no final da SS2, era Luís Portela Morais o melhor dos SSV, no caso T4, mas foi posteriormente desclassificado. A fechar o top 10 ficaram Edgar Reis, em oitavo, na frente de Luis Recuenco, que depois dos bons resultados no ano passado, desta feita já não consegue terminar tão à frente, embora o andamento seja semelhante.

O brasileiro Adroaldo Weisheimer fechou o top 10.

André Amaral/Nelson Ramos (Ford Ranger) foram desqualificados e Tiago Reis/Valter Cardoso (Toyota Hilux) abandonaram devido a acidente.

Não há duas sem três…

Terceira prova, terceira vitória seguida de João Ferreira na Baja Oeste de Portugal. Com mais uma brilhante atuação, desta feita de trás para a frente, chegaram ao triunfo depois de terminar o 1º dia no quarto lugar. Apesar de terem terminado o primeiro dia de prova 1m49,2s atrás de João Ramos/Filipe Palmeiro (Toyota Hilux), no quarto lugar, e ainda com João Dias/João Miranda (BRP Can Am Maverick X3) e Tiago Reis/Valter Cardoso (Toyota Hilux) à sua frente, João Ferreira/David Monteiro (Mini JCW Rally) suplantaram a margem para os três concorrentes e asseguraram o terceiro triunfo seguido no Campeonato de Portugal de Todo o Terreno.

Uma recuperação fantástica, com a prova a ter no ponto intermédio 3 da SS2 o seu momento de viragem, já que João Ramos estava a perder 20.9s e de repente passou a ceder 2m54.4s, devido a um furo, caindo posições no SS, e na geral. O piloto da Dama Negra ainda recuperou alguma coisa até final, mesmo tendo furado pela segunda vez, mas já não foi a tempo de impedir o triunfo de João Ferreira, terminando a 2m40.6s na SS2, o que significou uma margem de 51.4s na geral. Contudo, no final, foi penalizado em cinco minutos devido a não levar no seu carro uma roda sobressalente.

João Dias (BRP Can Am Maverick X3) foi segundo, terminando a 1m39.5s da frente, vencendo novamente o T3, o que sucedeu pela terceira vez em três provas, desta vez com um saboroso 2º lugar.

Uma prestação notável a todos os níveis, pois sendo verdade que aproveitou o facto desta prova ter zonas em que os SSV pode jogar taco a taco com os T1, a verdade é que sem boa pilotagem nada há a fazer e João Dias conseguiu-o de forma brilhante.

Numa prova que foi para si muito dura, Tiago Reis ainda terminou o primeiro dia em terceiro, a pouco menos de um minuto da frente, mas depois não conseguiu melhor do que um lugar no pódio. O piloto ainda sofre com as mazelas do acidente da Baja TT ACP, não estava a 100% em termos físicos, teve uma prova de grande esforço, ainda assim com um resultado positivo.

Mais uma boa prova de Luís Recuenco/Sergio Peinado (Mini JCW Rally), que terminaram na quinta posição da geral, o seu melhor resultado do ano, depois de terem sido 14º em Beja e nonos na Baja TT ACP. Foram consistentes, mas não mostraram rapidez para mais.

Alejandro Martins/José Marques (Mini John Cooper Works Rally JCW Rally) terminaram na sexta posição da geral, numa prova que se complicou mais do que o previsto. Ganharam o prólogo, mas na SS1 tiveram vários contratempos. Francisco Barreto e Carlos Silva (Ford Ranger) terminaram na 7ª posição da geral. No primeiro dia, uma avaria numa transmissão levou-os a rodar em 3 rodas motrizes’, o que levou a uma sensível perda de tempo. Com consistência, terminaram a prova num bom registo.

Alexandre Pinto e Fausto Mota (Bombardier Can Am Maverick X3) venceram o T4 e foram oitavos da geral. Numa prova dura, e muitas vezes sinuosa em boas partes do percurso, os pequenos SSV puderam dar mais luta aos muito mais potentes T1, e com isso não é de admirar o terceiro lugar de João Dias e o oitavo desta dupla.

Reação de Tiago Reis

Na Baja de Loulé, primeira vitória do ano para Tiago Reis/Valter Cardoso (Toyota Hilux), colocando um ponto final na sequência vencedora de João Ferreira/David Monteiro (Mini Jonh Cooper Works Rally), mas não foi por falta de luta, já que quando tudo apontava para mais um triunfo dos homens da ARC Sport, dois furos já perto do final do segundo Setor Seletivo, levou a que as contas se alterassem.

Tiago Reis, depois do acidente na Baja TT ACP, que ainda o incomodou fortemente na Baja Oeste de Portugal, desta feita, logrou vencer, recuperando ‘alguma coisa’ no campeonato. Precisamente mesmo de um grande resultado nesta prova, lutou sempre e teve o prémio no final. No intenso primeiro dia, que terminou, foi interrompido devido ao acidente de Nuno Madeira e Filipe Serra, o piloto do Team Transfradelos terminou na frente, depois de ter chegado à dianteira da corrida no Inter 4, numa altura em que os três da frente rodavam muito juntos.

No segundo dia, com 71s de avanço, entrou com mais cautelas, e no Inter 2 já tinha João Ferreira a ‘morder-lhe os calcanhares’.

No Inter 3, o piloto do Mini já estava na frente ‘virtual’ da prova. Tiago Reis rodava nove segundos atrás, a margem passou para 25s no Inter 4 (na geral ‘virtual’) e para 40s no Inter 5, mas depois disso tudo mudou, mesmo já em cima da meta, com os dois furos nas rodas traseiras do Mini de João Ferreira.

Depois de terminarem o 1º dia no quinto posto e já na frente do T3, João Dias/João Miranda (BRP-Can Am Maverick X3) terminaram no pódio e confirmaram a vitória no T3, concluindo a prova apenas a 6.0s de de João Ferreira e David Monteiro. Uma grande prova de um piloto que já tem mostrado ser capaz de andar nas lutas na frente, desta feita, com um percurso um pouco mais ‘amigo’, fez pela vida e terminou no pódio

Quarto posto para Pedro Carvalho/Desidério Guerreiro (Can Am Maverick XRC), que depois de ter finalizado o 1º dia em segundo a 50.1s do líder, cederam duas posições neste SS2, mas andaram sempre nos primeiros lugares no tempos intermédios. Fizeram uma grande prova, especialmente o primeiro dia que terminaram em segundo da geral.

Quinto posto para Cristian Baumgart/Alberto Andreotti (Toyota), que tiveram problemas neste SS2, terminando a 5:39.5 da frente bem mais longe do que estavam no final do SS1.

Boa surpresa o sexto posto de Francisco Guedes/Gonçalo Branquinho (BRP-Can Am Maverick X3). Terminaram o primeiro dia na sexta posição, e isso já indiciava um bom resultado. Confirmaram-no no segundo dia ganhando uma posição.

Alejandro Martins/José Marques (Mini John Cooper Works Rally) terminaram no sétimo lugar da geral. Na SS1 tiveram dois furos na parte final do longo e duro setor seletivo e por isso terminaram a quase oito minutos da frente. Depois de um prólogo menos conseguido, Edgar Reis/Filipe Martins (Toyota Hilux) saíram mais atrás do que esperava e terminaram a prova no oitavo lugar, na frente dos vencedores do T4, Alexandre Pinto/Fausto Mota (Bombardier Can Am Maverick X3).

Do T8 falaremos noutro artigo.

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