GP Singapura F1: Coletes de arrefecimento longe do consenso

Por a 5 Outubro 2025 11:40

Depois de a FIA ter visto pilotos passarem mal com algumas situações de calor extremo, implementou um sistema, ainda opcional, pensado para minimizar os efeitos do calor em provas em que as temperaturas estão acima do desejável. No entanto, a tecnologia ainda não reúne consenso e há pilotos que usam, outros que fazem questão de não usar.

Vários pilotos manifestaram o seu desagrado em relação à decisão da FIA de tornar obrigatório, a partir do próximo ano, o uso de coletes de arrefecimento em corridas classificadas como heat events — ou seja, disputadas sob temperaturas extremas.

Como funciona?

O colete está ligado a uma unidade de refrigeração compacta que inclui um reservatório de líquido de refrigeração, uma bomba de água, um pequeno compressor/arrefecedor de ar condicionado e um condensador. A unidade de refrigeração arrefece o líquido (geralmente água ou uma mistura de água e glicol), que depois circula no tubo cosido ao colete, atingindo zonas críticas do peito, costas e tronco. O fluido arrefecido absorve o calor do corpo do piloto e regressa à unidade de arrefecimento para ser novamente arrefecido, mantendo uma temperatura constante durante a corrida.

Sistema opcional… para já

Atualmente, como acontece este fim de semana em Singapura, o uso do colete é opcional, embora todos os monolugares tenham de estar equipados com o sistema necessário para o seu funcionamento. Assim não há injustiças e todos os monolugares estão em igualdade. Os pilotos que pretendem usar o sistema não precisam de lastro extra enquanto os que não o usam têm um lastro de 0.5kg no cockpit. Assim, está garantido a igualdade quer se use, ou não, o sistema.

Verstappen contra

Entre os mais críticos da medida está Max Verstappen, que considerou a obrigatoriedade “uma decisão absurda” e defendeu que o uso do colete deve ser uma escolha pessoal. “A FIA justifica tudo com segurança, mas há outras questões mais prioritárias, como a entrada das boxes em certos circuitos. O problema é que os nossos cockpits são muito apertados — não há espaço para cabos ou gelo seco, que derrete em poucas voltas. Depois disso, fica-se com água quente ou chá!”, ironizou o campeão neerlandês.

Hamilton e Sainz defendem liberdade de escolha

O presidente da Associação de Pilotos (GPDA), Carlos Sainz, partilhou uma posição mais moderada, reconhecendo os benefícios do sistema, mas defendendo a liberdade de escolha. “Funciona e ajuda, disso não tenho dúvidas. Mas se não for uma questão de segurança crítica, deve ser opcional. Quem não o quiser usar, que assuma a desvantagem”, afirmou.

Lewis Hamilton também se opôs à obrigatoriedade, considerando a decisão “ridícula”. “Nunca houve um piloto que tenha morrido de calor numa corrida. Agradeço que a FIA tenha disponibilizado o sistema, mas deve ser uma escolha pessoal — nunca uma imposição”, disse o britânico, acrescentando que poderá utilizá-lo dependendo das condições da corrida.

Russell completamente a favor

George Russell, por seu lado, mostrou-se mais favorável à experiência, admitindo já ter usado o sistema em corridas anteriores, como no Bahrein e na Arábia Saudita. “Ainda não é a solução perfeita, mas tem potencial. Temos notado que pequenas alterações na refrigeração do carro fazem uma grande diferença”, observou.

Por fim, Oscar Piastri destacou que o sistema “é ótimo quando funciona, mas piora tudo quando falha”. Tal como Verstappen, defende que “a decisão deve continuar a ser do piloto, pois há vantagens e desvantagens claras”.

A introdução obrigatória dos coletes promete, assim, tornar-se um novo ponto de discórdia entre os pilotos e a FIA, que insiste em classificá-los como uma medida de segurança.

Foto: MPSA / Philippe NANCHINO 

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