WRC, Hugo Magalhães conta tudo: Um pião de 360° e o ‘feeling’ certo para que lado era a estrada

Por a 1 Março 2021 12:17

Hugo Magalhães marcou presença no Rali do Ártico Finlândia, novamente ao lado de Rakan Al-Rashed, num Volkswagen Polo GTI R5, terminando a prova na 11ª posição do WRC3, naquela que foi a sua melhor classificação de sempre com o piloto saudita no WRC. A prova não foi isenta de percalços, mas o resultado final é bom. Aqui fica a história, contada pelo próprio: “O rali do Ártico é uma prova com um cariz muito especial que se poderá tornar um verdadeiro ícone do Mundial de Ralis se eventualmente permanecer neste campeonato.

Não tenho dúvidas que é um rali do agrado de todos os pilotos pois existe um conjunto de factores que nos desafiam não só a cada curva mas também a cada dia. As classificativas são verdadeiramente desafiantes, de uma condução pura, muito variadas e essencialmente para quem tem pulmão cheio de ar e sabe conduzir com o auxílio dos bancos de neve. É necessário ser preciso ao tocar nos bancos de neve e saber que “levantar pé” é sinónimo de que na maioria das vezes ele te vai projetar ao contrário correndo o risco de ficarmos atolados na neve.

A juntar a isso há o factor tempo que muda repentinamente e nos baralha as coisas, tanto temos um céu limpo como em fração de minutos vem um forte nevão e a visibilidade é nula especialmente quando são percorridas à noite. As classificativas de noite também são uma particularidade deste rali que no meu ponto de vista torna a competição mais apetecível e eleva o nível. Este tipo de classificativas fazem falta.

Outra particularidade é que no dia dos reconhecimentos em muitos sítios era difícil definir a estrada pois com a enorme quantidade de neve que existia não permite grandes referências do que ladeia a estrada, tornando-se dúbio.

Particularmente e em relação à nossa prestação fizemos um rali que considero muito positivo atendendo à realidade do nosso projeto e à experiência do Rakan, que ainda é muito pequena. Este foi o seu segundo rali do mundial e terminar esta prova na 29.ª posição da geral e 11.º no WRC3 com uma lista de luxo é de estar feliz.

Tal como quase todos os outros pilotos também não nos livrámos de uns valentes toques nos bancos de neve, e alguns sustos. Num dos toques fizemos um pião de 360° a uma velocidade considerável pensando que era o fim, felizmente conseguimos sair mas é curioso que o Rakan perdeu a noção de onde estava, eu disse-lhe que a estrada era no meu sentido e ele só a fim de três curvas é que acreditou que estávamos bem. No fim perguntou-me como é que eu sabia que era por ali. Honestamente foi feeling ao sentir que o carro rodou sempre no sentido certo do troço”, disse.

Mas a história continuou e para Hugo Magalhães continua a ser importante trabalhar com pilotos que ainda estão em aprendizagem, e sem grande bagagem. É um trabalho árduo, mas muito motivador: “No dia de reconhecimentos assumo um papel tão ou mais importante que ele, pois ele ainda não consegue recolher toda a informação necessária para que possamos ter umas notas rápidas, mas seguras e consistentes, depois a análise dos vídeos recai toda sobre mim, porque ainda é difícil para ele conseguir alterar notas através dos vídeos, embora já consiga fazer alguma coisa, como se pode calcular, isto leva horas pela noite dentro.

A juntar a isso no dia de prova ainda não é capaz de, em competição, retificar notas, então sou eu que ao mesmo tempo as vou a ditar, tento corrigir ao máximo para que nas segundas passagem possamos ser mais rápidos e claro também corrigir algumas que estão demasiado otimistas.

Tudo isto é um trabalho de grande responsabilidade que nesta fase tenho de assumir para que nada corra mal”, disse.

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christopher-shean
christopher-shean
3 anos atrás

Interessante,

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