WRC 2022: FIA abriu o livro

Por a 22 Fevereiro 2020 15:26

Em entrevista ao Dirtfish, o Diretor de Ralis da FIA, Yves Matton explicou o que se pode esperar das regras do WRC para 2022, naquela que se prepara para ser uma grande reviravolta no Mundial de Ralis.

Neste momento, a FIA já tem na sua posse as respostas às propostas de fornecimento dos kits híbridos, sendo a decisão tomada nos próximos trinta dias, sendo que tudo deverá ficar chancelado no Conselho Mundial da FIA de junho.

Matton falou também de um novo ‘pacote de segurança’ que vai ser pensado e executado com a FIA, e que servirá para todas as equipas, ao invés de cada uma delas levar a cabo os seus próprios testes. Resumindo, a FIA desenha o novo roll bar e determina as suas especificações.

Yves Matton mostra-se também confiante que as equipas se irão manter todas em 2022, e para já não pensam em alternativas.

Essa alternativa passa por acabar com os atuais WRC e ‘espigar’ os Rally 2. Ou seja, ‘agarrar’ nos WRC 2, ‘espigá-los’ um pouco e passar a chamar-lhes WRC. Com a brutal redução de custos poderia manter os atuais construtores e até seduzir mais entre os que tenham R5.

Baixar custos

Os carros estão previstos custarem cerca de 500.000 euros, o que equivalerá a uma redução de 40% face aos atuais, admitindo a FIA algum ‘derrapanço’. Faz parte dos ralis, derrapar…

Aqui o problema tem a ver com o facto da FIA não poder impor um preço fixo, e Matton diz que isso se deve a questões legais.

A FIA está empenhada em reduzir custos nos ralis e Matton refere que irá ser reduzida fortemente a escolha para muitas peças, porque as equipas quanto mais escolha têm mais pesquisam, testam e desenvolvem. Consequência? Gastam mais dinheiro.

Provavelmente, vai ser ainda mais limitado o número de substituições de peças, por exemplo, pode passar a haver limites ao número de suspensões utilizadas durante uma temporada.

Outra medida da FIA passa por comparar as peças de um World Rally Car atual com um Rally2 e depois perceber o que podem partilhar em conjunto. Claro que isso enfraquece o World Rally Car, mas também diminui muito a despesa.

Matton dá como exemplo o tanque de combustível do atual World Rally Car, que é muito mais caro do que o R5 análogo, mas que cumpre o mesmo propósito. Portanto, este é um bom exemplo do que pode ser partilhado. Outro exemplo, são os amortecedores. Como fazer? Simplificando-os, passando a utilizar os dos Rally2 (R5). Os apêndices aerodinâmicos deverão ser simplificados, o difusor também, etc.

Aqui o ‘trade off’ é simples. Há quem entenda que o WRC deve ser o mais evoluído possível, tal como sucede na Fórmula 1, que é o pináculo da tecnologia. A FIA pretende manter esse laboratório, mas sem gastar tanto dinheiro, pois o primeiro efeito que o WRC tem para as marcas é através do seu Departamento de Marketing. É a ‘ferramenta’ perfeita para a comunicação de uma marca.

Se um carro for bom nos ralis isso leva a que a perceção junto das pessoas é que o carro ‘correspondente’ também é bom.

Híbrido nos troços

Matton recorda ainda algo que já se sabia, os sistema híbrido vai ser ‘fechado’ nos primeiros três anos, devido aos custos, mas há um pormenor novo: disse-se que o sistema híbrido seria só para ligações, mas não, as equipas querem utilizá-lo também nos troços, embora isso não possa acontecer em toda a extensão de um troço. Matton diz que esta questão ainda se discute, mas pode haver ‘speed zones’ onde se usa ‘potência extra’.

Os carros devem manter o mesmo nível de performance que têm atualmente e falta aqui a questão do motor global: O ‘Global Race Engine’ custa 150.000€ num World Rally Car e 30.000€ num R5. Neste caso Matton admite que podem deixar o ‘Global Race Engine’ e investir num motor de R5 com mais uns ‘pozinhos’. O belga diz que mais 10.000€ pode ser atingido o mesmo nível de performance dos WRC.

Aqui a questão tem a ver com a fiabilidade das peças, mas Matton dá a receita: Mesmo utilizando mais motores por ano, ficará sempre mais barato.

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