RALLYE DE PORTUGAL VINHO DO PORTO 1985: A sorte dos campeões


Domínio esperado dos Peugeot encontrou em Walter Rohrl um ‘osso’ duro de roer, mas o alemão baqueou perante Timo Salonen.

Quarta-feira, dia da primeira eta­pa do Rali de Portugal. Milhares de populares dirigiam-se à Serra de Sintra para celebrar o Dia de São Rali. Os mais novos não tinham aulas, os graúdos tiravam férias e famílias intei­ras ou grupos de amigos pegavam no farnel e subiam Serra acima, procurando um lugar que proporcionasse um dia bem passado. E quando as ‘bombas’ partiam, os escapes ecoavam por toda a serra e o asfalto estreme­cia, tal era a força das máquinas. Os Peugeot 205 T16 eram os favoritos em 1985, mas Ari Vatanen, que havia ganho em Monte Carlo e na Suécia, desistiu em Arcos-Portela e o seu companheiro de equipa, Timo Salonen não ia além do segundo lugar, atrás do rapidíssimo Walter Röhrl no Audi Sport Quattro, o ‘cur­to’.

Em Arganil, o alemão teve problemas na caixa de velocidades do Audi e foi obrigado a penalizar cinco minutos para a substituir, ‘entregando’ assim uma vitória quase certa a Salonen. Também muito rápido, mas a exem­plo do que tinha acontecido à equipa oficial da Lancia no ano anterior, Miki Biasion aproveitou bem os problemas de Röhrl e colocou o seu Lancia 037 da Totip no segundo lugar da ger­al.

Já jornalista do AutoSport na altura, Martin Holmes conversara ainda no primeiro dia de prova com Timo Salonen, e disse-lhe que iria vencer o Rali de Portugal e ser Campeão do Mundo nesse ano.

O finlandês não acreditou, e até ficou zangado com Martin Holmes pelo atrevimento. Mas era mais uma premonição, e afinal, a ‘bíblia’ dos ralis tinha razão. Foi mesmo a única vitória de Salonen no Rali de Portugal e no Mundial de Ralis. José Miguel, com o vel­ho Ford Escort foi o melhor português, de­pois dos outros favoritos, Joaquim Moutinho (Renault) e Carlos Bica (Ford Escort) terem tido problemas. O ‘amarelinho’ ficou mesmo pelo caminho.

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