Rali de Portugal: Pilotos criticam etapa exaustiva e falta de descanso

Por a 17 Maio 2025 11:04

O primeiro dia do Rali de Portugal foi extremamente longo, com muitos pilotos a criticarem a etapa excessivamente longa, tanto os estrangeiros como alguns portugueses. Os pilotos do WRC foram os mais veementes, referindo, geralmente, que não é aceitável passarem 14 horas ao volante dos seus carros numa sexta-feira em que percorreram 683 km, dos quais 146 km foram troços cronometrados, tudo isto com pouquíssimas pausas.

Vários pilotos, como Kalle Rovanperä, Elfyn Evans e Thierry Neuville, alertaram para o cansaço excessivo, classificando a agenda como “louca” e levantando preocupações sobre a segurança dos competidores. Acrescentam, igualmente, a falta de tempo para descanso e alimentação: os pilotos relataram pausas muito curtas (10-20 minutos) e dificuldades para comer ou hidratar-se, enfrentando temperaturas de até 50°C dentro dos carros e com apenas dois litros de água disponíveis.

Referem que tudo isto tem impacto não só no desempenho, mas também no público, pois, além do desgaste físico, a agenda afeta o contacto com os fãs, já que os pilotos estavam exaustos nos pontos de reagrupamento. Especificamente, Rovanperä criticou o cronograma como insustentável e comparou o dia a “15 horas numa má sauna”. Tanak reconheceu que o cronograma foi “difícil”. Evans destacou a impossibilidade de ter uma pausa decente para almoço, e Neuville considerou o dia desnecessariamente longo, mesmo apreciando este tipo de desafios. Gus Greensmith (WRC2) defende que deve haver dias longos no WRC, mas defende um melhor planeamento para garantir descanso adequado. Josh McErlean vê valor competitivo no desafio adicional, mas considera que deve haver mais paragens para assistência e descanso a meio do dia.

A entrada de mais dois troços numa etapa que já é, por si só, muito dura, foi a gota de água. Em 2019, o rali foi para a zona centro, com duplas passagens pela Lousã, Arganil e Góis. Em 2021, entrou o troço de Mortágua, que não causou grande impacto, mas em 2024 Mortágua passou a ter duas passagens, e este ano essas duas passagens mantiveram-se, com a adição de Águeda/Sever e Sever/Albergaria. No ano passado não houve quaisquer queixas, enquanto este ano todos falaram no mesmo…

FOTO @World

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9 comentários

  1. ajvitorinooutlook-pt

    17 Maio, 2025 at 12:10

    Deveriam queixar-se ao sindicato porque o ACP deveria ser obrigado a pagar as horas extraordinárias, não pode ser como antigamente que faziam 20 horas, dia e noite, estamos no seculo 21 e não deve haver exploração laboral. As organizações deveriam ser obrigadas a fazer horários de 8 horas diárias, das 9h às 19h, com intervalos a meio da manhã e a meio da tarde de 15 minutos e 2 horas para o almoço, no caso de horas extraordinária pagar a 500%.

  2. jose melo

    17 Maio, 2025 at 12:25

    Que pena quando fiz o rallye de Portugal ninguém se queixar. Com um bocadinho de sorte desistiam todos e eu ganhava. Outros tempos. Quem fez o rallye nos anos 70/80 acha estranho este tipo de afirmações.

    • [email protected]

      17 Maio, 2025 at 15:15

      Estranho?! Diz antes que ficamos incrédulos…

      • jose melo

        17 Maio, 2025 at 18:05

        É para ser meigo. Também reconheço que eles são de outra geração e não conheceram mais nada que o rallye com este formato, mesmo quando se fazia no Algarve. Como diz o Cágado, se tivessem de se levantar bem cedinho para fazer a etapa Estoril/Póvoa e chegar à meia-noite ia ser bonito. E fazer a zona centro quando Arganil tinha mais de 50 kms e a 1ª passagem era às 3 ou 4 da manhã, quando agora quase nada fazem de noite ia ser um suplício.

  3. [email protected]

    17 Maio, 2025 at 15:16

    Os tempos são realmente outros…

  4. Cágado1

    17 Maio, 2025 at 15:33

    Tadinhos! Haviam de fazer a Serra de Sintra de manhã; a serra de Montejunto; Candosa/Lousã… com 2 passagens na maioria dos troços, como antigamente. A 1.ª etapa era um rally de hoje dia inteiro, num só dia. E ainda havia quem perdesse uma roda e fosse ganhar.
    Eu não posso reclamar muito, que me tornei num adepto de sofá, mas isto não tem nada a ver com os rallies que eu adorava.

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