Estamos em 2005, durante os reconhecimentos do Rali da Turquia, e o ambiente já se encontra tenso. É uma fase muito importante para os pilotos, e os imprevistos parecem estar à espreita em cada curva. Mesmo nos reconhecimentos.
David Higgins já tinha tido o seu momento infeliz — enterrou o carro numa valeta, deixando mecânicos e curiosos a sacudir a cabeça. Mas o episódio verdadeiramente insólito envolveu o norueguês Henning Solberg.
Henning conduzia tranquilamente o seu Volvo, seguro de estar na faixa certa, atento à estrada e aos detalhes do percurso. Até que, de repente, o inusitado acontece: um violento acidente com um Subaru local. O embate é forte, mas o que vem depois é ainda mais surpreendente.
Pouco depois, a polÃcia turca chega ao local. Solberg ainda acredita que tudo se vai resolver com justiça.
Afinal, ele está certo de que seguia corretamente. No entanto, as autoridades tinham outros planos. Garantem-lhe que será julgado por tribunal… na sexta-feira. Exatamente no dia em que o rali começava.
Atónito, Solberg protesta, tenta explicar, apela ao bom senso. A resposta? Uma proposta no mÃnimo absurda. Dizem-lhe que poderá evitar o tribunal se… admitir a culpa e compensar o outro condutor. E como? Comprando o Subaru por 15 mil euros! Mas não bastava pagar, tinha ainda que transportar o carro para a Noruega!
O piloto fica incrédulo. É um enredo mais digno de filme policial do que de uma competição desportiva.
Há pouco mais a saber: Solberg cumpre os reconhecimentos até ao fim, o Volvo chega ao ponto de partida e, como por milagre, o norueguês está pronto para arrancar na sexta-feira. O caso desaparece no ar, como poeira no deserto turco. Até hoje, ninguém sabe exatamente como tudo se resolveu. Apenas se sussurra nos bastidores que, por vezes, o verdadeiro rali não se corre nas estradas… mas nos bastidores!