Johnny Pesmazoglou, o piloto de ralis que odiava navegadores


Pilotos de ralis com mau feitio há muitos, mas que se possam dar ao luxo de dispensar os próprios navegadores simplesmente por não gostar da sua figura, deve haver poucos. Johnny Pesmazoglou era um deles. Venceu duas edições do Rali de Acrópole, mas muito provavelmente, com o co-piloto mais tempo calado do que a ditar notas!

Johnny Pesmazoglou já não está entre nós, mas para quem o conhecia, estará para sempre. Ganhou duas vezes o rali mais importante da Grécia, o mesmo que hoje chamamos de Rali de Acrópole. Com os amigos, esse foi também o evento que ajudou a criar no início dos anos 50, tanto na perspetiva de diversão pessoal, como na perspetiva de o tornar como uma das clássicas do desporto motorizado.

A sua posição na Grécia era bem vista pois detinha os direitos de importação para a GM. Nunca ganhou Acrópole depois de 1955, mas continuou a tentar por mais 30 anos, sempre ao volante dos mais recentes carros da GM e sempre com atritos com navegadores.

O ódio aos navegadores!

Era irascível para os organizadores. O seu mau feitio nunca passava despercebido e a imagem de ‘mau rapaz’ era quase de marca pois só sabia fazer as coisas à sua maneira. Mas a principal curiosidade que rodeava a sua carreira tinha a ver com os navegadores. Simplesmente, detestava-os! Na sua opinião, a única função dos navegadores era… preencher uma parte do regulamento!

E várias vezes lhe foi feita a pergunta: mas não precisa de conhecer antecipadamente a estrada por onde vai passar? Ele alegava que conhecia todas as estradas da Grécia! E também lhe costumavam perguntar se não precisava de notas? E ele respondia que tinha as suas próprias notas. E como lia então as notas enquanto guiava? Em determinado ano, ele abriu a porta do seu Ascona e mostrou o seu interior. Altifalantes ligados a um gravador e botões no volante deram a resposta por si. Para si, era a prova de que os navegadores eram desnecessários.

Nos seus últimos anos como piloto, o jovem condenado a sentar-se ao seu lado era Haris Kaltsounis, que foi trabalhar para a GM de Atenas, antes de ‘virar’ piloto, onde conseguiu ser mais respeitado do que como co-piloto ao lado de Pesmazoglou.

A última aparição de Kaltsounis foi ao volante de um Corsa S1600, um modelo que estava desatualizado com 10 anos de idade, mas a GM não tinha nenhum modelo competitivo mais recente. Tal como Pesmazoglou, a Grécia também não tem idade.

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