‘ESTÓRIAS’ DO WRC: A estranha premonição de Sergio Cresto


Depois do sério aviso que o acidente de Joaquim Santos na Lagoa Azul constituíra, relativamente à compatibilidade entre a performance dos carros do Grupo B e as estradas onde desafiavam o cronómetro, o destino destes monstros ficaria definitivamente traçado no dia 2 de Maio de 86, numa curva maldita do troço Corte-Taverna, onde Toivonen e o seu navegador, Sergio Cresto perderam a vida quando lideravam a Volta a Córsega.

Várias teorias tentaram explicar a causa do sucedido. Desde a medicação que Henri estaria a tomar para atenuar os efeitos de uma gripe, aos supostos problemas com o acelerador do Lancia, passando pela falta de aderência dos pneus slicks num piso escorregadio, ou pelos efeitos da inalação dos vapores da gasolina, cujos depósitos se encontravam debaixo dos bancos do Lancia Delta S4.

Não descurando cada um destes fatores, a verdade é que um acidente como este assumia contornos de inevitável, perante a escalada de potência que os carros vinham registando nos últimos anos. Os pilotos não escondiam o receio de conduzir aquelas bestas da estrada e a tragédia acabou por bater à porta daquele que, por ventura, terá chegado mais perto dos limites de um carro com 500 cavalos.

Pessoas próximas da equipa, revelariam mais tarde que, pouco antes da Volta a Córsega, Sérgio Cresto decidira fazer o seu testamento, pois receava não chegar ao fim da temporada, caso continuasse a fazer do Delta S4 o seu escritório. Pura coincidência? Há coisas mesmo do arco da velha…

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