‘Estórias’ do Rali de Portugal, 1984: quando se ponderava mudar de pneus a meio de um troço


O Rali de Portugal de 1984 ficou marcado por uma situação – que não chegou a suceder – mas que fez correr muita tinta na altura. A hipótese dos Lancia mudarem de pneus a meio do troço em Arganil. Já lá vão mais de 38 anos desde esse dia, e uma boa questão para perceber é se, com a tecnologia de hoje, seria mais vantajoso um piloto parar a meio de um troço longo, e colocar pneus novos. Claro que era preciso as regras permitirem, mas este é apenas um exercício especulativo. Vejamos o que o AutoSport escreveu na altura: “Uma das questões que se punha para a última etapa e mais concretamente para o troço de Arganil era a de se saber se a Lancia iria mudar de pneus ou não. De uma forma geral, havia duas correntes: uma, da Pirelli, que era contra a paragem; outra, por parte dos pilotos e dos responsáveis da equipa, que admitia a paragem. Seja como for, a verdade é que o Fiorino, preparado para tal operação e que tinha constituído a ‘coqueluche’ de Monte Carlo, esteve no cruzamento para Mancelavisa pronto para qualquer emergência.

Uma coisa ficou desde logo determinada de início: a haver mudança, tal sucederia apenas na segunda passagem, pois na primeira, com a estrada ainda fria da noite gelada que se fez sentir, os pneus não se deterioravam tanto como na segunda passagem, onde o calor já poderia fazer os seus efeitos. A expetativa era grande à partida para o ‘segundo’ Arganil: Se Markku Alén fosse a ganhar tempo a HannuMikkola, poderia parar, para voltar a atacar no final: caso contrário, o piloto da Lancia só iria atrasar-se ainda mais. No final, os homens da Lancia não mudaram de pneus, Pelos vistos, decisão acertada, pois Alen acabou por perder pouco tempo segunda passagem depois de ter ganho a primeira, tendo os pneus aguentado perfeitamente o esforço.

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