BMW M3 da Prodrive: um herói inesperado nos ralis


Não são parcos os exemplos de carros de corrida que são igualmente bons nos ralis. Exatamente da mesma forma que a Porsche se virou para os ralis sem lhes dar grande importância, a BMW conseguiu transformar o seu bem-sucedido M3 num interessante Grupo A de ralis. A Prodrive, a dar os primeiros passos na preparação técnica, tinha uma base pouco vantajosa para desenvolver um carro deste tipo, com motor atmosférico de 2,3 litros e transmissão apenas às rodas traseiras, mas o pequeno e leve M3 teve sempre uma palavra a dizer. Em 1987, Bernard Béguin desistiu na estreia do carro no Rali de Garrigues, no sul de França, mas mostrou a valia da aposta ao vencer o Rali da Córsega um mês mais tarde. Foi uma das raras vitórias de uma equipa não oficial numa prova do Campeonato do Mundo, especialmente com a fortíssima oposição da Lancia e Renault.

A Prodrive continuou a evoluir o carro, produzindo uma versão com caixa de seis velocidades para 1988, aumentando a potência para 285 cv, chegando perto dos 300 no ano seguinte, valores que ajudaram muito Marc Duez a realizar uma fantástica exibição no Rali de Portugal de 1989, que ainda hoje é recordada, não tanto pela classificação, mas pelo espetáculo que deu.

Para além do vitorioso Béguin e de Duez, pilotos como François Chatriot e Patrick Snijers deram boa conta de si com o modelo alemão, com este último a dar grande luta a Fabrizio Tabaton e ao seu Lancia no Europeu de Ralis de 1988. Com o M3, a Prodrive manteve-se à tona nos ralis durante três anos, criando uma fama que lhe serviu para seduzir a Subaru, pouco tempo depois. Quanto à BMW, sempre tratou o M3 de ralis com grande indiferença e a cada vez maior difusão dos fortes 4×4 de Grupo A fez o resto.

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