WRC: O que se passa com Andreas Mikkelsen?

Por a 18 Agosto 2018 13:39

Quando se percebeu que Andreas Mikkelsen seria o piloto mais prejudicado com a saída da Volkswagen do WRC no final de 2016, depressa se pensou que seria uma situação transitória, e quando durante a temporada de 2017 se viu que havia equipas e pilotos a fraquejar, todos pensaram que o norueguês era a solução.

E foi! Começou pela Citroën, não conseguiu fazer melhor que um oitavo e nono lugares na Sardenha e Polónia, facto que se atribuiu ao carro, que todos sabiam estar com problemas nos pisos de terra. E o segundo lugar, precisamente há um ano no Rali da Alemanha, em asfalto, deixou a ideia que em condições normais era piloto para fazer muito melhor do que os resultados que obteve antes na terra.

Depois seguiu-se a Hyundai, foi 18º na Catalunha, 4º na Grã-Bretanha e 13º na Austrália. Nessa altura, a Hyundai já tinha visto o que precisava e deu-lhe um contrato para 2018. Não se esperava que brilhasse a grande altura, pois sendo uma equipa nova e com o nível do WRC, ninguém chega vê e vence e se o fizer, é aos poucos como tem feito Ott Tanak este ano na Toyota.

Este ano, Andreas Mikkelsen foi terceiro na Suécia, quarto no México, o que se podem considerar resultados normais. No asfalto da Córsega, nem Mikkelsen nem a equipa estiveram bem, mas daí para a frente tem sido um verdadeiro descalabro. 16º em Portugal, 18º na Sardenha e 10º na Finlândia.

O calendário do WRC tem várias provas que ‘mascaram’ defeitos e virtudes dos carros, e logicamente dos pilotos. Monte Carlo e Suécia, são evidentes, no México, a altitude baralha um pouco por causa do motor, a Córsega é um rali de asfalto muito sinuoso, e com mau piso, e a Argentina é um rali muito duro, em que o que interessa, maioritariamente é sobreviver. Até aqui, as equipas e pilotos só mostram, a espaços, os seus melhores defeitos e virtudes. Depois surge Portugal. E este é o primeiro rali em que não há nada de verdadeiramente diferente, ou seja é um rali num tipo de piso em que quem andar bem lá, anda bem em qualquer lado. Mais afinação, menos afinação…

E foi a partir daí que Mikkelsen passou a ter mais dificuldades e foi quando se ouviu melhor o piloto a dizer uma coisa que anda a fazer há algum tempo. Mudar o seu estilo de pilotagem para se adaptar melhor às necessidades do Hyundai i20 Coupé WRC.

Reparem que Mikkelsen guiou durante muito tempo carros como o VW Polo WRC e mais recentemente o Skoda Fabia R5. A passagem pela Citroën foi rápida, não deu para mudar nada, mas quando se estabeleceu na Hyundai, o norueguês teve que trabalhar para mudar o seu estilo de pilotagem. O i20 é um carro bastante diferente do Polo WRC e está a ser difícil a Mikkelsen adaptar-se. Repare-se no que Mikkelsen disse ontem: “Tentar mudar num rali 10 anos de estilo de condução é difícil”. Esta frase espelha bem o que está a passar-se com Mikkelsen. A equipa, naturalmente, está a trabalhar para tentar adaptar o carro o mais possível à sua habitual pilotagem, mas pelos vistos a diferença é grande entre uma ‘coisa’ e outra, e por isso as mudanças no carro são um meio termo de compromisso e é este equilíbrio que tem sido complicado para Mikkelsen.

Isto resulta no facto de, desde o Rali de Portugal o piloto andar um pouco perdido com o carro. 10 anos não são 10 dias…

Na ‘nossa’ prova, teve problemas mecânicos cedo, terminando o rali a dizer que chegou ao fim com muito trabalho feito para adaptar o carro ao seu estilo. E para se perceber bem que o ‘problema’ não é o carro, mas sim o piloto, o carro era bom em Portugal, disso não restam dúvidas, já que Thierry Neuville venceu…

Na Sardenha, chegou a liderar o rali na fase inicial, fruto da ordem na estrada, mas teve problemas de transmissão, confessando depois que o carro já estava mais adaptado ao seu estilo. Não teve tempo para mais…

Na Finlândia, uma saída de estrada devido a uma nota mal ouvida, e mais um rali perdido. Após oito provas, consegue estar pior classificado que Dani Sordo, que ficou de fora vários ralis.

É verdade que tem tido alguns azares, mas para um piloto com a classe de Mikkelsen, ver por onde anda agora, e sabendo que não desaprendeu, percebe-se que a ligação do piloto ao carro tem que se perfeita para que o piloto possa mostrar o melhor de si, o que claramente ainda não sucedeu este ano com Mikkelsen.

Claro para todos é que está longe dos objetivos que esperava, continuando à procura da sua primeira vitória com a equipa, mas chegado à Alemanha, voltou a questão do estilo de condução: “Passámos o dia de ontem a trabalhar para adaptar o meu estilo de condução, ao mesmo tempo que fizemos ajustes no carro. Ficou claro de manhã que tinha de ser mais agressivo com o volante. Juntamente com o meu engenheiro, ele deu-me uma grande ajuda para melhorar, e à tarde demos um passo na direção certa. Mudar o meu estilo depois de 10 anos não é trabalho para pouco tempo mas espero poder continuar a fazê-lo…”

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