Rali de Portugal ganhou o Prémio de Melhor Salto do Ano

Por a 22 Novembro 2017 12:00

O slogan poderia ser  “Desde 1984 a saltar para o Mundo”. O salto mais conhecido do Mundo dos Ralis – “Salto da Pedra Sentada” ganhou um prémio na  Gala de Prémios do WRC realizada em Sydney, logo a seguir ao Rali da Austrália.

A prova do Automóvel Club de Portugal arrebatou o Prémio de Melhor Salto do Ano, cortesia do voo do finlandês Esappeka Lappi em Fafe no que foi a sua estreia aos comandos de um carro WRC.

Quanto aos restantes prémios, as maiores honras foram para a formação de Malcolm Wilson, que ‘reservou’ para si os títulos de Campeã do Mundo de Equipas e de Pilotos, pela mão do agora penta-Campeão do Mundo Sébastien Ogier.

Contudo, a noite da M-Sport não se ficou por aqui, com a equipa a receber mais três prémios: Ott Tänak foi eleito pela segunda vez consecutiva o Melhor Piloto WRC do Ano, uma escolha feita pelos fãs do Mundial no site wrc.com; o compatriota e navegador Martin Järveoja foi eleito Melhor Navegador do Ano após impressionante época de estreia no WRC com Tänak; e a formação em si foi considerada a Melhor Equipa do Ano.

Kris Meeke conquistou o Momento Mágico Michelin com a incursão por for a de estrada na Power Stage do México, prova que venceu à geral, enquanto Elfyn Evans viu a sua velocidade ‘urbana’ na Argentina valer-lhe o DJI Aerial Award.

Thierry Neuville, que garantiu o vice-Campeonato com o triunfo no Rally da Austrália, venceu o Prémio Certina Timing Feat pela vitória por 0,7 segundos de vantagem no Rally da Argentina, ao que juntou ainda o prémio pelo maior número de vitórias em especiais ao longo da época.

Como nasceu o Salto de Fafe

Como qualquer bela história de sucesso, todas têm um começo e um dos seus grandes impulsionadores, quiçá o maior, é Parcídio Summavielle, ex-Presidente da Câmara de Fafe, cidadão honorário da Cidade. Foi ele, que com o seu entusiasmo desbravou muitos dos caminhos que agora são revisitados pela nata do CNR e WRC, e por isso aqui fica a história na primeira pessoa: “Já era tradicional o Rali de Portugal passar por Fafe, com o troço de Lagoa e como eu sem fui adepto automobilismo em geral e ralis em particular, ficava impressionado com a mole humana que se deslocava aos troços. Quando fui para a Câmara, pensei logo na possibilidade de aumentar o número de troços que havia, para o rali. A oportunidade surge pelo facto de nessa altura muitas das aldeias de Fafe não terem acessos, pois nem o médico conseguia ir de carro a muitos povoados, que só tinham caminhos de pé posto. Portanto uma das minhas primeiras tarefas foi abrir estradas para todos os povoados serranos, especialmente os que tinham mais dificuldades de acesso” começou por nos contar Parcídio Summavielle, que explicou como tudo nasceu:

“Em determinada altura, pude contar com umas máquinas potentes do Ministério da Agricultura, fruto das nacionalizações do 25 de abril de 1974. Por sorte, um engenheiro, o José Oliveira, era casado com uma prima minha, então propus-lhe pagar a um operador de máquinas, o gasóleo e peças e ele emprestava-mas. E foi assim que tudo começou. Recordo-me que o operador era alentejano, e apesar de estar habituado a desbravar tudo a direito no Alentejo, pois só havia sobreiros, aqui em Fafe, o terreno era irregular, muros, regos. Mas com ele ia tudo à frente. Foi assim que fomos começando a abrir caminhos pelas serras, que anos mais tarde, alguns, dariam origem aos conhecidos troços de Fafe, dos quais sinto grande orgulho. Aquelas imagens do salto marcaram uma época dos ralis. E foi assim, singelamente que se construiu uma Catedral.”, contou Parcídio Summavielle, que acrescentou também alguns detalhes deliciosos: “Mais tarde cheguei à fala com César Torres e propus-lhe construir troços bons e motivadores, e em contrapartida ele comprometia-se a fazer crescer o rali em Fafe. Tínhamos mais argumentos, para além das boas estradas, pois para lá da rádio do ACP e da GNR, se a cobertura falhasse, nos tínhamos ainda um grande número de colaboradores que espalhávamos à volta dos troços, que tinham sempre visionamento uns para os outros, e isso também foi preponderante pois as questões segurança eram vitais. Logicamente, as populações queriam cada vez mais asfalto, e por isso houve que reinventar. Curiosamente, enquanto o terreno era desbravado já a pensar em troços para ralis, pensava-se sempre na criação duma boa classificativa, pois havia zonas onde podíamos fazer uma reta e ao invés disso, desenhávamos curvas. Há mais exemplos, como o troço de Luilhas, que nasce da necessidade de desbravar caminhos para fazer face aos fogos florestais e nesse caso, para além das eólicas, essa estrada só serve para ralis, porque foi desenhada mesmo pelo cimo do monte. Muitas delas ainda hoje se mantêm essencialmente para combate aos incêndios.”, disse Parcídio Summavielle, um dos principais obreiros dos fantásticos troços de Fafe, inclusive o salto, cuja memória mais longínqua remonta a  1974 num rali de iniciados em 1975 organizado pelo Sport Clube do Porto.

O troço chamava-se então Pereira e começava no Confurco e terminava na Lameirinha e tinha aproximadamente 8 km.  Em 1984 começou-se a usar a primeira versão mais conhecida de 10km a começar na Lameirinha e a terminar no cemitério de Lagoa, foi neste ano que se começou a usar o Salto da Pedra sentada.

Terminando que está o Mundial de Ralis, aqui ficam os resumos prova a prova do WRC 2017…

Rali da Austrália

Rali da Grã-Bretanha/Gales

Rali da Catalunha

Rali da Alemanha

Rali da Polónia

Rali da Finlândia

Rali da Sardenha

Rali de Portugal

Rali da Argentina

Rali da Córsega

Rali do México

Rali da Suécia

Rali de Monte Carlo

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