Michel Nandan: “Tentar de novo a China, América do Sul e Ásia, mas não é fácil…”

Cada cabeça a sua sentença e a Hyundai Motorsport gostava de ter mais provas do WRC fora da Europa, pois é uma marca com mais fortes potencialidades em termos de mercado, precisamente fora do Velho Continente. Por isso, não é de estranhar que o Diretor da Equipa, Michel Nandan aponte nesse sentido: “Nenhum dos atuais eventos é mau, mas a verdade é que a Hyundai há muito pede à FIA que tenha mais eventos fora da Europa, porque a Hyundai como fabricante está interessada nos mercados de todo o mundo. Nesse contexto, alguém tem que sair. Gostaríamos de voltar novamente a tentar a China, que é um grande mercado e pode ser muito bom ir lá. Infelizmente, isso não aconteceu o ano passado nem este ano. Seria bom, no futuro ter talvez um evento extra na América do Sul e também na Ásia. Isso seria muito importante para a Hyundai e penso que também para todos os fabricantes. Contudo, para manter o campeonato, não devemos ter muitos eventos no calendário. Treze, catorze, talvez quinze possa ser bom, mas quando se começa a aumentar realmente os números, passa a ser mito difícil, e não falamos apenas em termos de custos, mas também de logística. É verdade que estamos também a discutir a logística, para que se evitem viagens desnecessárias por todo o mundo. Queremos combinar eventos sucessivos na mesma região, mas às vezes isso não é fácil porque cada evento tem seus próprios requisitos de calendário durante o ano. Mas se quisermos ter mais eventos fora da Europa, precisamos manter aproximadamente o mesmo número atual no WRC e isso significa remover algumas e trocá-las por outras fora da Europa, o que é muito difícil de fazer mesmo sendo verdade que alguns ralis têm os seus próprios problemas de organização, como por exemplo a Suécia, que luta todos os anos para ter neve. Por outro lado é bom ter eventos de inverno. Na verdade as equipas não tomam decisões, apenas sugerimos ideias, porque o Promotor solicita-as, mas, no final, são eles que devem garantir que os eventos sejam capazes de ser devidamente organizados. Nós vimos o ano passado que as coisas na China não correram bem por isso antes de decidir o calendário, deve haver sempre um evento candidato no ano anterior para ver se o organizador será capaz de colocar de pé o tipo de evento necessário. Tudo o que podemos dizer é que gostaríamos de ir a ‘tal país’, mas se não houver nenhum evento existente ou se um evento não puder cumprir os elevados padrões do WRC, então tudo isso é muito difícil. Mas é o trabalho do Promotor e da FIA encontrar alguns outros países que possam ter bons ralis no WRC” disse Nandan, que claramente sente o mesmo que a maioria. É na Europa que os ralis tiveram a sua génese, é na Europa que estes têm a sua grande força, mas o mundo hoje em dia é global e isso significa que um Campeonato do Mundo de Ralis, para o ser verdadeiramente, tem que ter bons eventos em vários continentes, mesmo que a Europa continue a ser a ‘zona de conforto’.

Martin Holmes