Se lhe dissessem que no Rali do Porto de 2002, um FIAT Punto HGT, com 150 cv tinha realizado na primeira especial um segundo melhor tempo à geral atrás de um WRC, e na frente de todos os 4X4 e Kit Car oficiais era capaz de ter alguma dificuldade em acreditar, não? Mas foi verdade e essa é a melhor recordação do fafense Paulo Antunes, um piloto que cresceu a caminhar com o pai para o Confurco, nos tempos em que no Rali de Portugal Audi e Lancia serpenteavam pelas Serras de Fafe na luta pela vitória no melhor Rali do Mundo.
Foi aí que aprendeu a gostar dos troços de Fafe, onde anos mais tarde começou por dar as primeiras aceleradelas, inicialmente a brincar, até que lhe deram a oportunidade de fazer ralis: “Desde 1996, foram muitos anos ligados aos automóveis, com muitos milhares de quilómetros pelos troços de Fafe, em treinos, ralis, mas a melhor recordação é mesmo o Rali do Porto de 2002, onde terminei o primeiro troço dois segundos atrás do 206 WRC do Miguel Campos, no final da manhã era terceiro à geral, na frente dos Kit Car, ao ponto do Sr. Cabral Ferreira, Relações Públicas da Fiat ter dito ao meu chefe de equipa, o Fernando Rebelo que se calhar era bom o teu piloto levantar o pé senão vamos ter de lhe pedir para penalizar. É que estava à frente dos Fiat oficiais. Foi engraçado e é uma memória que há-de ficar para sempre. Claro está, foi em Fafe…”, referiu. No AutoSport escrevia-se na altura: “O piloto de Fafe esteve a um nível superior (…) estabelecendo na classificativa inaugural o segundo melhor tempo à geral… uma óptima prestação para um carro com 150 cv de potência, cedendo pouco mais de oito segundos para o WRC de Miguel Campos, com o dobro da potência! Sob este prisma, não foi, portanto, de estranhar que Paulo Antunes e Jorge Amorim tivessem cumprido grande parte da prova à frente do piloto oficial Fiat, com um Punto do Troféu, perdendo o quinto lugar já na recta final do rali, mas revelando-se sem dúvida a maior surpresa de toda a prova.”