CPR: Passado, presente e futuro

Por a 4 Abril 2020 18:13

José Luís Abreu

FOTOS ZOOM Motorsport/António Silva; AIFA/Jorge Cunha; Go Agency/Ricardo Oliveira

Como o Campeonato de Portugal de Ralis chegou ao que é hoje

Não é novidade para ninguém que o Campeonato de Portugal de Ralis tem crescido bastante nos últimos anos, pelo que esta é uma boa altura para pensar no que fazer para poder consolidar esse crescimento. Deixando de lado um pouco os efeitos que o coronavírus podem deixar em toda esta indústria – isso será assunto para mais tarde, quando tivermos dados que ‘digam’ o que poderá acontecer – quisemos agora perceber o ponto de vista das equipas e principais protagonistas desta competição. Há muitos pontos comuns, mas também visões muito interessantes de caminhos que era bom seguirmos.

Logicamente, o facto da FIA ter ‘criado’ os R5 (e também R4) foi um fator determinante, já que a federação acertou na ‘mouche’ como há muito não sucedia, mas também não podemos esquecer o crescente melhorar da economia global, em geral, portuguesa, em particular.

Por isso, pedimos à ARC Sport (Augusto Ramiro), Sports&You (José Pedro Fontes), The Racing Factory (Justino Reis), Racing4You (Manuel Castro) e ainda a Pedro Meireles, Armindo Araújo, Gil Antunes e Miguel Barbosa, que esteve entre 2016 e 2019 no CPR, as suas opiniões avalizadas sobre o que de bom se fez e como agora o consolidar.

Os ralis não são uma ciência, muito menos exata, e o seu sucesso não depende de apuradas fórmulas matemáticas. Por isso o fator humano está intrinsecamente ligado ao êxito da disciplina e, em última instância, são as ideias e decisões dos que têm o poder que traçam o caminho do êxito ou do insucesso!

Não restam muitas dúvidas que os últimos seis anos foram de crescimento no CPR, depois duma fase muito complicada, em que se tinha percebido que o modelo da competição estava esgotado. Levou quase uma década para perceber que algo teria de mudar, mas valha a verdade e como vai perceber mais à frente, o sucesso deveu-se muito mais a fatores externos do que medidas tomadas internamente que tudo tenham mudado.

Foi, digamos, muito mais aproveitar a ‘boa onda’, fazer tudo (ou quase) bem, e crescer. Numa espécie de bola de neve. Tudo isto não significa que o CPR está perfeito, longe disso, continua a haver discórdia em alguns pontos, especialmente quanto ao número de provas, quais e a estranha possibilidade de os principais protagonistas não se defrontarem todos, em todas as provas, devido à obrigatoriedade de não pontuar num rali.

E indesmentível que o CPR é hoje muito melhor que há, por exemplo, uma década. Mas o que mudou para que se chegasse a este patamar, qual foi o conjunto de fatores que nos trouxeram aqui? Pode parecer irónico colocar esta questão num momento muito difícil, em que as dúvidas são muito maiores

que as certezas, mas partindo do princípio que facilmente, ou não, vamos todos passar esta tormenta, e olhando para lá disso, vamos tentar perceber o que foi bem feito e o que podemos fazer mais no CPR para o tornar ainda melhor.

Nas linhas seguintes vamos ter diversos depoimentos, sendo que tendo em conta que o espaço no jornal é finito, serão aqui publicadas versões mais reduzidas, com a promessa de publicar online as opiniões dos nossos protagonistas na íntegra. E tudo ficou tão interessante que decidimos publicar uma segunda parte na semana seguinte…

O CPR CRESCEU BASTANTE, MAS COMO O CONSOLIDAR?

Não é novidade para ninguém que o CPR tem vindo a crescer nos últimos anos, de forma sustentada, mas há razões para isso, e talvez mais importante é perceber o que fazer para consolidar este crescimento, mais uma vez lembrando que queremos para já, de algum modo, colocar em ‘stand by’ o que pode ser a crise que aí vem. Augusto Ramiro (ARC Sport) é de opinião que o “CPR tem vindo em crescendo, não só em quantidade como competitividade, pois nunca houve tantos pilotos campeões a disputar o CPR como acontece nos últimos anos. Quanto a a consolidar, depende de vários fatores e um deles é a saúde financeira das empresas. Também importantíssimo é a relação com os media, de forma a promover e a divulgar os eventos, para que seja possível a quem investe ter o devido retorno, e por último, e não menos importante criar condições para que apareçam novos valores, porque se fizermos uma análise vamos chegar à conclusão que precisamos de gente nova para dar continuidade a este bom momento do CPR”, disse o líder da ARC Sport.

José Pedro Fontes

Já José Pedro Fontes (Sports@You), concorda e acrescenta: “É um facto que o CPR cresceu em número de carros que lutam pela vitória e na qualidade do parque existente, no entanto precisamos de ter mais quantidade nas categorias inferiores que são de acesso ao desporto. Para consolidar temos que incentivar o aparecimento de carros de categorias mais acessíveis e mais pilotos jovens, competições como a R2&You ou a Peugeot Rally Cup Ibérica têm também esse objetivo mas temos que pensar no campeonato no seu todo, como um produto comercial que está em concorrência direta com outros desportos e espetáculos. Os ralis são um espetáculo de entretenimento que tem que estar orientado para o público, sem público não há patrocinadores, sem patrocinadores não há pilotos, equipas e clubes. Têm que ser interessantes e divertidos para os pilotos amadores, têm que ser economicamente sustentáveis para as equipas”, disse.

Já Justino Reis, da The Racing Factory, afina por um diapasão semelhante: “O CPR tem melhorado de qualidade geral nos últimos anos, com a chegada de projetos bastante mais sustentados e organizados, não só no campo dos objetivos desportivos mas também dos objetivos promocionais, e esta conjugação tem funcionado de forma muito positiva para a sua melhoria contínua. Mas este crescimento ainda está abaixo do desejado, pois se temos na verdade muito carros na categoria de topo, não estamos bem no número de participantes nas categorias inferiores, e outras viaturas. A sua consolidação só depende da capacidade de se atraírem sempre pilotos mais jovens e reforçar os meios de promoção, mas também agora, da saúde económica do país e isso é algo que não podemos controlar” Pela Racing4You, Manuel Castro, entende que nos últimos cinco anos foi notório um crescimento bastante positivo no CPR “mas no entanto é importante entender que é necessário capitalizar estes investimentos num maior retorno, vital para que as marcas continuem a apostar no CPR, e reforçar que o campeonato é uma aposta certa para os departamentos de Marketing e comunicação das empresas. Este ano a FPAK apostou, e bem, na comunicação e divulgação ao conseguir negociar mais espaços em programas informativos com diversos canais de televisão, que são sem dúvida importantes para que a mensagem de que os ralis e o seu principal campeonato são uma aposta válida para qualquer marca e produto, e que chegue a um número ainda mais elevado e generalista.

Mas penso também ser necessário fazer um trabalho ainda mais profundo junto dos canais em sinal aberto, e com isso conseguir uma melhor comunicação junto dos média generalistas que por norma muito pouco falam do CPR. Infelizmente e a atual situação que vivemos devido à pandemia mundial, vai sem dúvida deitar por terra um trabalho que estava a ser bem feito. Não querendo entrar em campo de futurologia, mas a suspensão de atividade desportiva motorizada, e sem ‘produto’ para se vender não será possível durante o primeiro semestre mesurar este investimento feito pela federação. No segundo semestre e dependendo de como a FPAK junto dos clubes e entidades competentes, e também dos principais intervenientes do campeonato (equipas

e pilotos) conseguir reorganizar o calendário desportivo de 2020, deverá ser possível já colher frutos do investimento numa melhor comunicação e promoção”.

Pedro Meireles

Para Pedro Meireles, ele que há muito marca presença nesta competição: “O CPR tem vindo a registar um aumento de qualidade nos últimos anos,com

o regresso a tempo inteiro de pilotos de nomeada e doutros, esporadicamente, isso tem-se verificado, mas sobretudo o regresso de uma equipa oficial ao CPR

, nomeadamente a Hyundai que faz um excelente trabalho, veio dar outra visibilidade ao nosso campeonato. Eu acho que nós temos que evoluir e não consolidar, sob pena de haver abandonos, dado que o dinheiro investido é muito, e nem sempre o retorno de Marketing é o devido. Outro ponto que devemos melhorar é a existência e a visibilidade das categorias, abaixo dos R5,um campeonato não pode ser alicerçado só nas viaturas de topo. É muito perigoso para a sustentabilidade. Este aspeto tem que ser visto com preocupação”.

Armindo Araújo

Já Armindo Araújo entende que para consolidar este CPR: “é necessário ter uma melhor promoção, uma estabilidade ao nível de regulamentos e sobretudo ter um calendário muito bem definido para além da importância de tornar o sistema de pontuação de fácil percepção”. Gil Antunes, que recentemente investiu num R4, há que “criar condições para que os projetos atuais e alguns futuros possam ter o máximo de retorno possível. Trazendo os ralis cada vez mais às pessoas”.

Apesar de ter saído este ano do CPR, Miguel Barbosa acompanhou nos últimos quatro anos o seu crescimento e por isso tem uma opinião muito incisiva sobre o tema: “Sem dúvida o CPR cresceu bastante nos últimos anos eu acho que ninguém tem memória de um CPR tão forte nestes últimos eu não tenho memória de ter assistiram CPR. Coincidiu com a altura em que entrei e desde aí foi sempre em crescendo. Nestes últimos anos, este crescimento deve-se a vários fatores. Acho também que é os R5 foram das categorias mais bem sucedidas em termos de FIA. É de facto algo incrível a validade destes carros”.

CONJUNTURA AJUDOU

O CPR cresceu nos últimos anos, e há razões para isso. Por exemplo, para Augusto Ramiro (ARC Sport): “em primeiro lugar a saúde financeira e o crescimento da economia. Foram fundamentais e se aliarmos a isso o reconhecido sucesso da categoria R5, sem dúvida que foram estes os fatores de crescimento. De referir também que pelo o facto de termos varias provas FIA no CPR, isso também ajuda muito ao crescimento da competição”, nivela-a por cima, acrescentamos nós…

José Pedro Fontes (Sports&You) entende também que “o crescimento deve-se ao ciclo económico em que vivíamos, á estabilidade da regulamentação

técnica e sem dúvida á classe R5, que é a categoria que a FIA criou com mais êxito. O aparecimento partir de 2015 do investimento das marcas automóveis também ajudou muito. Não é possível ter um campeonato forte sem apoio das marcas, pois elas têm a capacidade não só financeira de apoiar os projetos, mas contribuem muito para o aumento da comunicação e promoção do campeonato, e a festa que se faz à volta dele.

Agora, que vamos ter seguramente uma recessão económica, chegou o momento ideal para trabalharmos nesse sentido, pois iremos que ter que ser muito mais eficientes em tudo que fazemos. Penso que chegou o momento da FPAK de avançar para a criação de um departamento de Marketing liderado por um Marketeer reconhecido no mercado, com experiência do que são as necessidades do desporto moderno e profissional, para criar uma estrutura de campeonatos e de provas que seja o guia de toda a nossa estratégia, atividade e atuação. Todos nós, pilotos, equipas, clubes e federação temos que trabalhar em conjunto para o bem comum. Temos que fazer dos ralis em particular um produto comercial competitivo e que dê um bom retorno em quem nele investe, se não tivermos esse foco e agirmos rapidamente poderemos vir a ter tempos difíceis”, disse José Pedro Fontes.

Já Justino Reis, da The Racing Factory, entende todos estarem de acordo “que o regulamento R5, foi o mais feliz da FIA nos últimos anos e ajudou a este crescimento e estabilidade de projetos. Em particular porque com este tipo de carros as diferenças que existiam no passado entre equipas ‘oficiais’ e privados eram maiores, pois as equipas oficiais tiravam sempre maior partido dos seus orçamentos e do acesso a maiores evoluções. Mas este crescimento deve-se essencialmente ao empenho das equipas e pilotos que todos os anos se esforçam para concretizar os seus projetos para colocar os carros nas classificativas, assentes numa dose enorme de paixão pela modalidade”.

Manuel Castro (Racing4You) concorda: “Com a introdução das nova categoria R5 e com um compromisso de estabilidade por parte da FIA e das construtores em manter os regulamentos da categoria a longo prazo, foi notório um rápido crescendo de interesse nesta nova categoria, e consequentemente diversos pilotos e equipas investiram e colocaram no terreno projetos sustentados. Foi notória a evolução dos diversos campeonatos nacionais pelo mundo fora em Portugal não foi diferente. O coroar deste crescendo, foi notório com o reaparecimento de diversas empresas com forte ligação ao desporto motorizado que voltaram a olhar para o CPR como um excelente veículo promocional para os seus produtos e imagem.

Manuel Castro

Com diversos fabricantes automóveis a optarem pelo desenvolvimento de viatura da categoria R5, também permitiu o regresso dos importadores nacionais das diferentes marcas ao apoiarem diversos projetos privados, pelo que foi sem dúvida uma aposta vitoriosa da FIA, e dos próprios departamentos de competição das marcas que investiram na categoria”.

Pedro Meireles, que já corre há muito, percebe bastante bem as diferenças do que existia na era pré-R5: “Sem dúvida que a categoria R5 foi a melhor que a FIA criou nos últimos anos, os carros são mais performantes, mais baratos de comprar e manter que um S2000 era, por exemplo. Este crescimento foi a nível europeu e não só localmente, acho que essa foi a chave”.

Armindo Araújo não foge muito da opinião dos seu colegas: “Sem dúvida que os R5 são uma excelente forma de estar nos ralis. Carros de quatro rodas motrizes, com uma excelente performance que dão um bom espetáculo. Penso que estes carros colmataram as dificuldades anteriores com as viaturas como os Kit-Car ou S1600 que eram muito interessantes no asfalto, mas em pisos de terra deixavam muito a desejar”.

Para Gil Antunes, a economia foi decisiva: “Na minha opinião baseou-se muito no crescimento económico do pais. As categorias R5 e também agora R4 podem trazer mais beleza e competitividade aos ralis mas são muito dispendiosas, logo o crescimento económico do pais gerava potencial para a aquisição dos carros dessas categorias”.

Miguel Barbosa é de opinião que o carro é bastante performante, mas não só: “Os custos controlados e depois tem o nível de performance quer tanto para os pilotos profissionais quer para os amadores, algo que é muito importante para nós como também é importante em termos de espetáculo para o público, o que é um fator fundamental para o sucesso dos ralis. Portanto, esta mistura toda, criou aqui um carro realmente de exceção e o R5 é de facto válido. E depois tem algo muito importante que é todo o desenvolvimento e todas as peças, toda essa logística é suportada pelas marcas, é algo oficial, e por isso as equipas e os pilotos não têm que se preocupar nem inventar muito, nem preocupar-se muito porque está tudo bem assegurado, e logo a começar pela segurança, que é um ponto muito importante, como depois toda logística e desenvolvimento, que é assegurado pelas marcas, e os clientes, pilotos, seja o que for têm a sua disposição. É só encomendar e assim também permite com esta regulação da FIA em termos de preços permite que não haja especulação e grandes diferenças entre marcas”.

OS CICLOS DO CPR

Existe uma grande diferença do CPR atual com o que se passava há 10 anos, mas há aspetos que não estão tão bem salvaguardados que outros, como refere Justino Reis (The Racing Factory): “Entendo que nos últimos anos, apesar do acesso ás viaturas continuar a ter custos um pouco elevados para que se possa, nas bases, desenvolver a modalidade e os campeonatos, se começou a despertar para algum desenvolvimento de ideias que possam permitir alavancar as carreiras dos pilotos mais jovens ou os iniciados, como por exemplo a Peugeot Rallye Cup Ibérica. No entanto talvez falte uma competição ainda um pouco mais baixo destas para que o despontar e evolução de mais pilotos pudesse ser uma realidade.

Na verdade a parte que não se fez tão bem, centra-se também neste tema das categorias inferiores. Com a abstenção das marcas para se envolverem nestas categorias, faltou o envolvimento e empenho doutras entidades, que em conjunto poderiam facilmente incentivar, através de algumas medidas simples e muito baratas, os projetos dos pilotos mais jovens e mais promissores, criando a possibilidade de desenvolvimento de uma verdadeira ‘escada’ que funcionasse corretamente, para revitalizar e renovar o plantel dos ralis do CPR, pois na verdade, o que assistimos é que não faltam jovens promissores e apaixonados nos Campeonatos Regionais, mas cujo salto para o CPR se torna grande demais”.

Já Pedro Meireles, recorda que tudo começou a mudar em 2013: “tudo começou quando eu decidi comprar um S2000, surgiu de seguida o Bernardo (Sousa) a alugar outro para fazer o CPR, e o Ricardo Moura pouco demorou a adquirir o seu. No fim desse ano, tínhamos o João Barros a comprar um R5, acho que foi o ano do volte face no CPR e a partir de 2014 foi sempre a subir com a chegada dos sucessivos R5, isto tudo sem que a Federação mexesse uma palha…”

Para Armindo Araújo, trata-se de um novo ciclo: “Como todo o desporto automóvel, existem ciclos. Os ralis tiveram momentos altos e baixos, mas eu penso que atualmente existem projetos interessantes, com bons pilotos e com marcas a apoiarem oficialmente. Esta reaproximação das marcas, o regresso de alguns pilotos, que só por si trazem público para a estrada, e o envolvimento de grandes marcas e empresas, geram maior retorno, maior interesse e por consequência o crescimento do CPR. Esta é uma boa fórmula e deve ser continuada”. Miguel Barbosa é de opinião que as marcas oficiais foram fundamentais: “Acho que o grande passo foi dado pelos pilotos e pelas equipas que investiram nos carros e o momento fulcral foi também a entrada de marcas oficiais, primeiro a Citroën e depois a Hyundai. As marcas automóveis são fundamentais para o desporto automóvel e depois, a forma como ativam os seus projetos e a dimensão que lhes dão e a visibilidade e portanto, e a Skoda também, ainda que num nível não oficial mas também esteve presente, e portanto as marcas são fundamentais. Algo muito importante também, no meu entender foi a entrada do Rali de Portugal para o CPR. Sempre defendi isso, houve um conjunto

de pilotos que sempre defenderam isso. O campeonato tem que ser feito com provas de excelência. Temos que elevar o nível das provas, não podemos ter um campeonato com grandes máquinas, grandes pilotos, marcas automóveis envolvidas, e depois temos provas que não correspondam a essa realidade…”

Como se percebe, as opiniões dos principais protagonistas do CPR não divergem quase nada e todos eles têm ideias muito estruturadas, sugestões. Para a semana, na segunda parte deste trabalho, falaremos do que se fez bem ou não tão bem, e ainda do que se pode fazer para consolidar tudo isto.

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Mex
Mex
4 anos atrás

Ou seja? Quem vai fazer o quê? Quando?

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