‘Estórias’ do Rali de Portugal 1987: Carlos Sainz e a estreia no WRC


Carlos Sainz tem um fantástico percurso no WRC, tornou-se ao longo do tempo num dos grandes ícones da competição, mas esse caminho teve um início. Que foi no Rali de Portugal de 1987. Na altura, um ‘tal’ Carlos Sainz, então com 24 anos, estreava-se no Campeonato do Mundo. Começava aí, quem imaginaria, uma história de sucesso. “Estava muito nervoso e ao mesmo tempo emocionado por me encontrar junto dos pilotos do ‘Mundial’. Sempre admirei Rohrl, Blomqvist e Alen, que eram os meus ídolos. Desde miúdo que acompanhava as suas carreiras, vendo vídeos e fotos.

Para mim, chegar ao Campeonato do Mundo foi uma sensação muito especial”, recorda o piloto espanhol, que ao volante do Ford Sierra Cosworth foi primeiro líder do Rali de Portugal/Vinho do Porto 87: “Vinha com uma equipa privada, que era da Ford Espanha. A primeira classificativa decorreu no Circuito do Estoril, onde obtive o melhor tempo. Claro que fiquei satisfeito mas ainda mais quando consegui novo ‘scratch’ no troço do Préstimo, e era segundo ou terceiro da classificação geral quando fui obrigado a retirar-me, devido a um problema do turbo. Claro que estava contentíssimo, mas o rali para mim durou muito pouco, pois fiz apenas cinco ou seis troços”. Decorridos dois anos, chegava o momento do grande ‘salto’, embalando definitivamente para uma carreira de sucesso ao mais alto nível: “Fiz seis ou sete ralis com a Toyota, foi uma época muito importante. Primeiro, a Ford deu-me a oportunidade de fazer cinco provas do ‘Mundial’ com o Sierra de duas rodas motrizes, mas o ano da explosão aconteceu em 89, quando ingressei na Toyota.”

E quando te é colocada a questão se alguma vez, no início, imaginaria que seria capaz de chegar tão longe, Sainz acelera: “Sempre tive confiança e muita força de vontade para vencer. Passei por todos os escalões, fui ganhando provas e adquirindo experiência. Claro que depois de me sagrar campeão de Espanha, o passo seguinte era saltar para o Mundial, com o objetivo de vencer um rali e depois sagrar-me campeão. Queria sempre mais…” Tive anos bons e maus, como sucede a qualquer piloto, daí que não queira destacar nenhum em especial, explicando, a propósito: “Sempre que tive um carro competitivo lutei por vencer o campeonato e isso para mim é o mais importante e está acima de qualquer outra coisa.

Pessoalmente, também era muito importante ser um piloto completo, capaz de vencer em todos os tipos de terreno, como na neve ou no gelo de Monte Carlo, no asfalto da Córsega, nas picadas do Safari ou nas velozes classificativas da Finlândia. Só me faltou ganhar na Suécia, fui segundo a 21 segundos em 2016 fiquei a 16, mas nunca consegui vencer!…” Carlos Sainz piloto de ralis durante mais quanto tempo? Perguntámos na altura, 1997: “Enquanto me sentir bem fisicamente e os ralis me divertirem, mas se a FIA continuar a aumentar o número de provas, não me interessará fazer todo o campeonato. Aí talvez decida disputar menos ralis, mas fazê-los bem, para ajudar uma marca a conseguir o título de construtores. Se houver cada vez mais ralis não estou interessado em estar 350/360 dias por ano a competir, porque isso me aborreceria e aí, pura e simplesmente, teria que deixar de correr”.

Correu no WRC até 2005, e hoje em dia continua ativo.

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