Lembra-se de: Ford C100 (1981-1985), a eterna promessa


Com o seu negócio de fornecimento de motores na Fórmula 1 a decair com o advento dos motores turbo, a Ford aproveitou a criação anunciada dos novos regulamentos para o Campeonato do Mundo de Sport para se lançar neste campeonato com um novo projeto, denominado C100. Desenhado por Tony Southgate e equipado com um motor Ford Cosworth DFL de 3955 cc, parecia ter um futuro brilhante à sua frente ao obter a pole-position na sua estreia, nos 1000 Km de Brands Hatch de 1981, apesar de ter abandonado durante a prova.

No entanto, o projeto acabou mal-nascido devido à dispersão de interesses de cada centro de decisão da Ford: os americanos estavam interessados em correr na IMSA GTP, enquanto os britânicos preparavam o Escort RS1700T para o Mundial de Ralis, pelo que apenas a filial alemã avançou com o projecto. 1982 viu o C100 ser vítima de um elevado número de problemas mecânicos, e a Ford acabou por abandonar o carro. Reza a lenda que Southgate contava a um jornalista estava a pensar mudar a posição do motor de arranque, quando recebeu um telefonema.

Voltando à conversa com o jornalista, disse que ia deixar o motor de arranque no mesmo sítio, pois a Ford acabara de pedir-lhe para deixar de trabalhar. O único resultado de relevo foi apenas um quarto lugar nos 1000 Km de Brands Hatch, pela mão de Jonathan Palmer e Desiré Wilson, convidados a guiar o terceiro carro da equipa, acabando por derrotar os regulares Klaus Ludwig, Marc Surer, Manfred Winkelhock e Klaus Niedzwiedz.

Um chassis foi para Inglaterra, onde David Kennedy e Martin Birrane. que ainda participaram uma época nos Thundersports. A Zakspeed, encarregue do programa desportivo no Mundial de Sport nesse ano, decidiu continuar a evoluir o carro por conta própria, transformando-o no C1/4 (motor 2.2 Turbo) e no C1/8 (motor 3.3 V8). O carro acabou por ser mais competitivo nas corridas mais curtas do DRM e da Interserie, disputados quase integralmente em território alemão. Niedzwiedz foi 3º no DRM em 1983 e campeão da Interserie no ano seguinte. O destino final de um chassis de reserva do C100 foi servir como base para a criação da Transit Supervan 3, em 1984. Era capaz de chegar aos 240 km/h.

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