ELMS, Henrique Chaves: “A endurance é muito mais do que condução pura”

Por a 11 Abril 2018 16:47

É estreante no campeonato mas nos dois dias de testes em Paul Ricard que antecedem o início da temporada 2018 do European Le Mans Series, Henrique Chaves foi o mais rápido no cômputo geral das cinco sessões de treinos que totalizaram 17 horas em pista com a brilhante marca de 1.41.018. Um bom início, que o jovem piloto português espera conseguir traduzir num bom resultado na primeira corrida do ano que acontece neste mesmo traçado no próximo fim-de-semana.

O bom resultado deixa Henrique Chaves orgulhoso mas ao mesmo tempo ciente que ainda há muito trabalho para fazer: “Foi um resultado muito bom para quem se estreia no campeonato como é o meu caso e da própria equipa. É o indicador de que estamos a trabalhar no caminho certo e isso deixa-nos muito satisfeitos. Serve de motivação adicional para o início da temporada”, começou por dizer.

Este resultado não tira no entanto o foco ao piloto português: “Foram dois dias muito bons em termos de trabalho e adaptação mas temos a expectativa de continuar a melhorar sobretudo em consistência de corrida. Já percebemos que somos rápidos numa única volta mas temos de ser constantes. Há trabalho a fazer nessa área mas também ao nível do tráfego. É uma realidade nova para mim e para o meu companheiro de equipa. Em resumo, foi muito bom ser o mais rápido nestes dois dias mas queremos sê-lo também em prova e isso irá exigir muito trabalho e dedicação”, concluiu Henrique Chaves otimista para a primeira prova, que se realiza já no fim de semana.

“Não íamos com grandes expetativas e fomos unicamente com o objetivo de aprender e conhecer melhor tanto o carro como a pista.  Já tinha testado o carro em Aragão mas a equipa está ainda numa fase de descoberta. Fizemos um excelente trabalho, conseguimos rodar bastante e fazer muitas voltas, assim como fazer um tempo muito bom, embora acredite que o carro tem potencial para mais ainda. Mas foi uma volta muito boa e deu para perceber que há potencial no carro, nos pilotos e na equipa. Falta trabalhar um pouco mais o ritmo de corrida, e lidar com os outros carros em pista. Temos de nos focar nos aspetos essenciais como a gestão do combustível de dos pneus, um trabalho que vai ser desenvolvido nos testes antes da prova. O tempo também nos beneficiou pois tivemos uma meteorologia instável que nos permitiu andar em piso seco e em piso molhado o que nos deu uma base de conhecimento muito mais abrangente para o futuro. As condições para a corrida do próximo fim de semana deverão ser semelhantes e já temos o conhecimento de causa ao nível do comportamento do carro e das afinações para enfrentar esse tipo de condições. ”

Confrontado com a nova realidade que agora começa a descobrir, Chaves mostrou grande satisfação por estar no endurance e que a aprendizagem tem sido muito positiva: “É um mundo diferente. Tem muito mais do que condução pura. É um conceito muito apelativo para os pilotos  e estou a gostar imenso da experiência, da parte estratégica e da gestão que temos de fazer. Exigem mais perspicácia e por isso estou a adorar. Claro que há ainda muito para aprender e a troca de pilotos é algo que ainda temos de afinar, tendo em conta que tanto eu como o meu colega de equipa vimos dos Fórmula e é algo a que não estamos habituados. Conduzir à noite foi um desafio, mas adaptei-me bem a isso assim como ao facto de agora estar num carro fechado que no início foi um problema agora já deixou de o ser. A adaptação está a ser rápida e os resultados já estão à vista.”

Os objetivos para a prova do próximo fim de semana passam por aprender o máximo possível, evitando erros e tentando o melhor resultado: “Vamos ter quatro horas para aprender tudo o que temos de aprender sobre a corrida e sobre situações novas para nós. Mas o objetivo é não cometer erros, evitar penalizações, fazer paragens sólidos e sem problemas. Queremos ser consistentes e evitar toques para assim tentarmos chegar ao top5, que acredito que seja possível, dado o andamento que demonstrámos até agora. E uma vez no top 5, poderemos começar a olhar para o pódio com mais ambição ainda.”

Para um piloto que está habituado à realidade dos Fórmulas, mudar a mentalidade com que se encara uma corrida é mais um desafio na lista dos vários que terá de enfrentar nos próximos dias: “Mudar o chip em corrida irá ser um desafio. No primeiro teste estive praticamente sozinho em pista, aqui já tive oportunidade de correr com LMP3 e GT e treinar as dobragens. Reconheço que o início foi complicado interpretar a velocidade dos carros a dobrar, mas adaptei-me rapidamente e no segundo dia já lidei melhor com o tráfego e fazer voltas mais consistentes.  Vou para a pista para aprender e ver como os pilotos mais experientes se comportam em pista e assim prepara-me melhor para a corrida seguinte onde estou certo que estarei melhor.”

O entusiasmo é palavra de ordem e Henrique Chaves mostra-se muito otimista e motivado para este novo ano: “Estou muito entusiasmado com esta nova fase da minha carreira. Tive 3 anos complicados na Fórmula Renault, mas no final do ano passado tiver a oportunidade de correr com um carro mais rápido e consegui vencer no Bahrein. Isso deu-me uma motivação extra. Estar agora num campeonato tão competitivo com o ELMS, adaptar-me a um carro diferente, com mais de 600 Cv e aprender o máximo possivel tem sido excelente e é algo que me motiva ainda mais. Estes resultado que tivemos nos testes são fantásticos e vou trabalhar ainda mais continuar a melhorar,”

Le Mans é um objetivo que está na mente do piloto mas para já está apenas focado em mostrar o seu talento. Se no entanto surgirem oportunidades, o português não irá recusar: “A equipa não tem entrada para Le Mans e como é uma estrutura nova não sei até que ponto poderá ser bom. Mas nunca se sabe se poderei ir ou não. Se o ano começar bem, com boas prestações e surgirem equipas interessadas em mim irei com todo o gosto. É lutar  e trabalhar bem para que apareçam as oportunidades.”

Para concluir, Henrique Chaves considera a troca para o Endurance positiva embora continue a sonhar com a F1: “Foi uma troca positiva para mim. Trocar o sprint pelo endurance foi bom para mim e o top das corridas sprint é a F1 e sabemos o quão difícil é chegar lá. Mas temos agora o exemplo do Brendon Hartley que foi do endurance para a F1 por isso o sonho ainda não acabou. Mas acredito que foi o passo certo para mim.”

O European Le Mans Series arranca em Paul Ricard, França a 15 de abril e será composto por mais cinco jornadas, a última em Portugal. O piloto português integra a AVF ao volante de um Dallara P217 – Gibson LMP2 e partilha a condução com o russo Konstantin Tereschenko.

FOTOS JB PHOTO/José Bispo

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