Derrapagens de… Armindo Araújo: “Até metade da época teve de ser às escondidas”


A História que decidi partilhar com os leitores do AutoSport remonta ao início da minha carreira, não nos automóveis, mas ainda nas motos, já que foi por aí que tudo começou. Estávamos em 1995 e eu preparava-me para disputar a minha primeira corrida, na Trafaria, no arranque do Campeonato Nacional de Enduro desse ano. Na altura, os meus pais não sabiam, tão pouco imaginavam, que eu corria, pelo que não tive outra alternativa senão inventar uma desculpa, dizendo-lhes que ia passar o fim-de-semana a casa de um amigo. Mas como a minha equipa já tinha seguido viagem na véspera, levando a moto, a solução foi mesmo apanhar uma camioneta em Vila Nova de Famalicão, à boleia de um amigo, e seguir viagem para Lisboa, só com um saco e o equipamento. Cheguei à Praça das Cebolas cerca das duas da manhã e fui depois dormir umas horas a uma pensão na Trafaria. No dia seguinte, indiferente ao cansaço, venci à classe aquela que era a minha primeira corrida. Infelizmente, e com muita pena minha, tive de regressar bem cedo para apanhar boleia de um amigo para o Porto, pelo que não subi ao pódio nem fui à entrega de prémios. Pior foi depois em casa. É que se era fácil esconder o equipamento, o mesmo não se pode dizer das revista e jornais que falavam sobre a prova desse fim-de-semana. Até metade dessa época teve de ser assim, às escondidas

dos meus pais. Mas depois chegou uma altura em que já impossível esconder todas as revistas e evitar os comentários de amigos.

Não tive outro remédio senão abrir-lhes o jogo. Apesar de muito apreensivos, lá me derem luz verde para terminar o campeonato. Fui vice-campeão nacional nesse ano aos comandos de uma KTM.

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