Memória, Paul Frére: O especialista

Quem fala de Paul Frère, fala sempre do piloto-jornalista. E é verdade. Belga nascido na cidade francesa de Le Havre, tornou-se, ao longo dos anos, num especialista. Especialista, enquanto piloto – e, mais tarde, enquanto reputado jornalista, profissão a que se dedicou a tempo inteiro desde que pendurou o facto de competição, em 1960, logo após ter ganho as 24 Horas de Le Mans, com Olivier Gendebien. Editor da revista Road & Track, foi consultor de diversas marcas, como a Honda e a Mazda. Durante 15 anos, correu nas mais diversas competições, mas jamais pensou em assumir a faceta de piloto a tempo inteiro. Nos monolugares, Frère venceu o Grand Prix des Frontieres, em Chimay, no ano de 1952. Fê-lo ao volante de um HWM e, com isso, deu um passo para a equipa Ferrari. Em 1956, conquistou a sua melhor posição numa prova do Mundial de F1 – o segundo lugar no GP da Bélgica, partilhado com Peter Collins, com um Lancia-Ferrari.

Frère – que, curiosamente, começou nas duas rodas logo a seguir ao final da Segunda Guerra – participou em 11 provas de F1 pontuáveis para o Mundial, bem como num número ainda maior de eventos extra-campeonato. Mesmo depois de abandonar as competições, enquanto especialista, Frère nunca se

negou a “experimentar” as mais modernas máquinas de competição. Com 89 anos, ao volante de um Audi R8, fez três voltas a Le Mans, rubricando tempos que não deixariam envergonhado qualquer piloto mais jovem. Pouco antes de comemorar 90 anos, sofreu um acidente quando testava um VW Golf, no Nurburgring, que o deixou em coma. Nunca recuperou totalmente, morreu a 23 de fevereiro de 2008.

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