LEMBRA-SE DE, LOTUS 29, 34 e 38: Fronteira entre dois mundos


Inovador e visionário são palavras que se podem associar ao nome de Colin Chapman. A estas pode acrescentar-se o título de mercenário, uma vez que a principal motivação do engenheiro inglês em participar nas 500Milhas de Indianapolis era a recheada bolsa de prémios. Claro que Colin Chapman não foi lá para brincar. Depois da aventura da rival Cooper em 1961 com Jack Brabham, o dono da Lotus aceitou o convite de Dan Gurney para assistir às 500 Milhas como espectador. Conhecido por construir carros leves e ágeis, Chapman logo identificou as dimensões titânicas e o peso excessivo dos “roadsters” americanos como uma falha a explorar.

Em 1963, Chapman apareceu na Indy 500 como dono de equipa, trazendo dois Lotus 29 para Jim Clark e Dan Gurney. O Lotus era superior em tudo em relação aos “roadsters”. Pesava quase 300 kg a menos, tinha suspensões independentes e um motor Ford V8 mais compacto e com melhor distribuição de peso que o tradicional Offenhauser de quatro cilindros, cujo design remontava à década de 30.

A equipa britânica não deixou os seus créditos por mãos alheias e Jim Clark terminou em segundo apesar de fazer três piões. Chapman protestou no final da corrida, pois o carro do vencedor Parnelli Jones estava a largar óleo e não foi penalizado com bandeira preta. Chapman não se deixou desanimar e regressou em 64 com o Lotus 34, equipado com um motor de injecção, para compensar a falta de potência. Infelizmente, a degradação dos pneus Dunlop causou uma quebra da suspensão do carro de Clark quando liderava, e Chapman mandou Gurney entrar nas boxes mais tarde com o mesmo problema.

A vingança seria deixada para 1965, com o Lotus 38, desenhado por Len Terry, como os seus antecessores, utilizando uma estrutura em monocoque. Jim Clark não deu qualquer hipótese à concorrência e liderou 190 das 200 voltas, conquistando a primeira vitória de um carro de motor central. Em 1966, o Lotus 38 de Clark foi batido pelo Lola de Graham Hill e em1967 Clark e Hill abandonaram com problemas de motor.

Nessa altura, os designers americanos já copiavam o esquema da Lotus, e Chapman tentou inovar em 1968 com um carro equipado com turbina, o Lotus 56, do qual já vos contámos a história nesta rubrica, na edição 1511.

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