GP Singapura F1: Análise Autosport (Parte I)

Por a 18 Setembro 2018 17:38

Naquela que é provavelmente a pista mais exigente do calendário da F1, um homem voltou a destacar-se. Lewis Hamilton foi rei e senhor na 15ª ronda do mundial de Fórmula 1.  A Ferrari era cabeça de cartaz para esta prova mas o melhor “show” foi mesmo o da Mercedes, que pode ter dado aqui a machadada final às aspirações da Scuderia.

 

Mercedes – Um Hamilton de outro mundo

A prestação de Hamilton em Singapura foi histórica. Numa pista onde a Mercedes não se dava nada bem, o britânico subiu mais uma vez o nível e apresentou-se de forma absolutamente arrasadora. O que ele fez na qualificação foi algo de mágico, uma das suas melhores voltas de sempre, e na corrida “limitou-se” a gerir os acontecimentos, ainda com um susto à mistura, quando Verstappen tentou roubar-lhe o lugar no meio da confusão com retardatários. O mérito também tem de ser atribuído à Mercedes que encontrou o antídoto para a “praga das pistas mais lentas” e apresentou um carro provavelmente mais rápido que o Ferrari. Depois do golpe no ego dos italianos, este “upercut” pode ter sido o murro que acabou com as aspirações da Ferrari. Bottas foi… discreto, para sermos simpáticos. Nunca foi capaz de se chegar ao andamento do seu colega de equipa e embora estejamos a falar de Hamilton, espera-se que Bottas fique mais próximo, dada a maquinaria que tem à disposição. Foi mais uma vez colocado em segundo plano, o que é claramente negativo. Quanto à Mercedes… uma equipa com esta capacidade merece o devido destaque. Deixaram de ser favoritos e adaptaram-se ao papel de perseguidores com sucesso. Há muito dinheiro, mas há também liderança, visão e talento.

Lewis Hamilton: Nota 10

Valtteri Bottas: Nota 7

Mercedes: Nota 10

 

Red Bull – Verstappen ainda sonhou 

Max Verstappen foi um dos melhores em pista. Fez uma volta de qualificação fantástica e uma corrida soberba, gerindo muito bem o ritmo. Foi agressivo na primeira volta a defender-se de Vettel (que pareceu querer evitar ao máximo o toque) e não perdeu a compostura quando Hamilton começou a rodar mais rápido no fim do primeiro stint e quando tanto o #44vcomo Vettel começaram a desaparecer. Ao contrário da atitude infantil em Monza (“não quero saber de Vettel”) teve uma postura fria e madura, alicerçada numa excelente estratégia, que lhe rendeu um saboroso segundo lugar e ainda cheirou o primeiro, admitindo que não tinha andamento para Hamilton. Tudo isto com um motor com soluços a baixas rotações, que deu dores de cabeça e que dará uma penalização na próxima prova. Um dos melhores fins de semana de Verstappen do ano. Ricciardo… passou completamente ao lado da corrida. Muito longe do que se esperava do piloto que venceu no Mónaco (e que desde aí tem vindo em queda livre). Teve muitos azares até agora, mas a prestação de Singapura, onde era um dos nomes apontados para os lugares da frente, desapontou. A estratégia montada pela equipa parecia prometedora, mas Ricciardo não foi capaz de fazer magia como noutras ocasiões.

Max Verstappen: Nota 9

Daniel Ricciardo: Nota 6

Red Bull: Nota 9

 

Ferrari – Tanto desperdício só podia dar nisto

A Ferrari desperdiçou e continua a desperdiçar oportunidades de ouro. Fizeram um trabalho soberbo ao nível técnico e têm um carro fantástico, mas por algum motivo não conseguiram capitalizar excelentes oportunidades. Ou foi a estratégia que foi mal gizada ou foi Vettel que falhou… o certo é que o alemão chegou a Singapura com 30 pontos e com vontade de atenuar esse fosso. Não só não concretizou os seus intentos, como também viu a diferença aumentar para os 40 pontos. A diferença no campeonato de construtores é de 37 pontos. A Ferrari começou bem o fim de semana e nos treinos livres pareciam de facto os mais fortes, mas um Hamilton imparável e um Vettel no meio do trânsito acabou com as esperanças de uma pole na corrida para o gerânico. Vettel deu sinais de desagrado e questionou a estratégia da equipa e em corrida foi mais do mesmo. Fez um bom primeiro stint, passou Verstappen no braço, mas voltou às boxes para calçar ultra-macios numa decisão que se revelou errada (à espera de um Safety Car?). Vettel voltou à pista atrás de Verstappen e de lá nunca mais saiu, preocupado em gerir os pneus até ao fim da prova. A relação da Scuderia com Vettel começa a ficar tensa e depois da decisão questionável de não dar primazia ao líder do campeonato na qualificação de Monza, a equipa voltou a ter decisões menos felizes. 2018 tem-nos dado surpresas atrás de surpresas mas não parece que possa dar a surpresa maior, que é a Ferrari dar a volta à situação. Kimi foi mais um homem sem grande coisa para dizer. Não teve argumentos para passar Bottas no final da corrida e o seu ritmo não foi nada de espantoso. Uma exibição longe da qualidade e exuberância de Monza.

Sebastian Vettel: Nota 8

Kimi Raikkonen: Nota 7

Ferrari: Nota 6

 

McLaren –  Alonso voltou a ser… Alonso

Os traçados citadinos têm o condão de destacar os grandes talentos, diminuindo as diferenças das máquinas. Em Singapura, Alonso voltou a mostrar porque é criminosa a sua saída da F1. Na qualificação não foi à Q3, mas a estratégia montada pela equipa trouxe o melhor do espanhol, que passou um pouco despercebido na corrida, mas que foi o melhor do “campeonato B”. Uma prestação de alto nível, como se espera de Alonso, que terá tido aqui provavelmente um dos últimos melhores resultados da carreira na F1. Foi pena não ter mais tempo de antena e é ainda mais triste ver um talento destes abandonar a F1. Quanto a Vandoorne… é difícil fazer a sua defesa com prestações assim. Numa liga abaixo da de Alonso ( e outros pilotos) o belga teima em não mostrar o que muitos pensam que ele seja capaz (incluindo este que vos escreve). Uma prestação que não ajuda à sua causa, na busca de um novo lugar na F1, numa altura em que se fala de Wehrlein e Kvyat para a Toro Rosso.

Fernando Alonso: Nota 9

Stoffel Vandoorne: Nota 5

McLaren: Nota 7

 

Renault –  Sainz gosta de Singapura

O espanhol já tinha tido um bom resultado no ano passado em Marina Bay, pela Toro Rosso e voltou a estar bem pela Renault. Não foi também muito visto na transmissão, tal a falta de companhia que teve ao longo da corrida, mas fez o que lhe foi pedido e arrecadou pontos valiosos para a sua equipa. Já Hulkenberg voltou ao modo “relógio suíço”. Não foi exuberante, mas não falhou e viu de cadeirão a “borrada” de Pérez com Sirotkin, que fez questão de aproveitar. Já vimos exibições melhores, mas não se pode dizer que o alemão e a Renault tenham estado mal no fim de semana de Singapura.

Carlos Sainz: Nota 8

Nico Hulkenberg: Nota 7

Renault: Nota 8

 

 

Continua

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