O Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 realizou-se em Portugal de 1958 a 1996. Numa primeira fase, disputaram no Circuito da Boavista (Porto), em 1958 e 1960, com a prova de 1959 a realizar-se no Circuito do Monsanto. 24 anos depois em 1984, o Autódromo do Estoril recebeu a primeira de 13 corridas do Mundial de Fórmula 1.
Aí, viveram-se momentos inesquecíveis desde a primeira vitória de Ayrton Senna ao terrível acidente de Riccardo Patrese, passando pela esperança portuguesa com Pedro Lamy.
Depois dos três pioneiros, o GP de Portugal de F1 regressou em 1984, após uma ausência de mais de duas décadas. Palco escolhido: o Autódromo do Estoril, então a única pista permanente em Portugal capaz de albergar corridas de F1. Durante 13 anos, a prova realizou-se religiosamente, sempre no final da temporada – com exceção da segunda edição, em 1985, que decorreu em abril. Depois da morte de Ayrton Senna, as exigências da FIA relativamente à segurança das pistas que podiam organizar Grandes Prémios condenou a continuação da corrida portuguesa. A sua última edição, em 1996, coincidiu – ou talvez não… – com o desaparecimento de César Torres, o grande mentor e responsável pela existência, em Portugal, de provas dos dois principais campeonatos do Mundo: F1 e Ralis. Entre 1984 e 1996 tiveram lugar 13 Grandes Prémios de Portugal de F1. Cada um, com a sua história, a sua glória e, bastas vezes, o seu drama.
GP Portugal de 1958 (Circuito da Boavista, Porto)
Nona e antepenúltima corrida do Mundial. Stirling Moss ganhou, mas a prova ficou marcada por alguma polémica, quando Mike Hawthorn, que terminou em 2º lugar, foi desqualificado alegadamente por ter sido ajudado pelos espetadores após a prova ter acabado, a empurrar o seu Ferrari, que ficou parado na berma. Porém, no final da corrida, Moss – que tinha até parado no local, para avisar o seu compatriota de que deveria recusar a ajuda das pessoas que queriam ajudá-lo – deslocou-se junto dos comissários e garantiu que Hawthorn não tinha feito aquilo de que era acusado. Os comissários aceitaram o testemunho e voltaram com a decisão atrás reclassificando Hawthorn que, desta forma, acabou por garantir sete pontos, que se revelaram preciosos mais tarde na luta pelo título com… Moss, que venceu por 1 ponto. Maria Teresa de Filippis tornou-se a primeira mulher a pilotar um carro de F1. Casimiro de Oliveira destruiu o seu Maserati 250F contra um dos muros candeeiros da pista, nos treinos e colocando dessa forma um ponto final na sua carreira.
GP Portugal de 1959 (Circuito Monsanto, Lisboa)
Oitava corrida do Campeonato. Esta foi a terceira vez que o GP de Portugal teve lugar em Monsanto, mas a primeira com carros de F1 e a primeira a contar para o Mundial. Largando da “pole”, Stirling Moss dominou totalmente os acontecimentos, dando pelo menos uma volta de avanço a todos os seus rivais. A corrida ficou marcada por diversos acidentes, como o que sucedeu entre Graham Hill (Lotus/Climax) e Phil Hill (Ferrari), logo na 6ª volta e o de Jack Brabham, na volta 22, de que teve muita sorte em sair ileso. Primeira e única vez em que Nicha Cabral correu em Portugal, terminado a prova em 10º lugar num Cooper/Maserari com o nº 32.
GP Portugal de 1960 (Circuito da Boavista, Porto)
Oitava corrida do Campeonato do Mundo. Stirling Moss foi desqualificado, a quatro voltas do final, depois de andar em sentido contrário na pista, após ter feito um pião. Primeiro pódio de Jim Clark. Jack Brabham, que venceu a corrida na frente do seu colega de equipa na Cooper, garantiu o seu segundo título de campeão, pois as equipas inglesas não foram ao GP de Itália, três semanas depois. John Surtees foi o mais rápido em pista, ao fazer a “pole” e a melhor volta da corrida mas desistiu na 37ª volta, com problemas no radiador do seu Lotus/Climax.
1984 – O GP de Portugal de 1984 foi decisivo para o desfecho das suas contas, que estavam pendentes entre os dois pilotos da McLaren, Alain Prost e Niki Lauda. O francês, para ser campeão, estava obrigado a vencer – mas Lauda tinha que ser terceiro ou menos e conseguiu-o quando Nigel Mansell fez um pião a 18 voltas do fim. Alain Prost venceu, mas perdeu o título por meio ponto. CLIQUE NO VER NO YOUTUBE
1985 – O GP de Portugal de 1985 ficou marcado pela primeira vitória em Grandes Prémios de Ayrton Senna, sob uma chuva torrencial de abril, a primeira e única vez que a prova portuguesa naquele mês. Um momento inesquecível, todos a escorregarem na água da pista, como Prost fez em plena reta da meta e, com trajetórias incríveis e nunca vistas, o jovem brasileiro a levar o Lotus na ponta das unhas até ao final da prova, passando incólume a sustos que se revelaram fatais para muitos outros pilotos. Foi o início da magia Senna. CLIQUE NO VER NO YOUTUBE
1986– No GP de Portugal de 1986, Ayrton Senna fez a pole, mas ficou sem gasolina e deixou a vitória a Nigel Mansell, terminando em 4º lugar. Na partida, Mansell largou melhor do que Senna e assumiu o comando, afastando-se do brasileiro. Após as trocas de pneus Mansell continuou bem na frente. Senna tinha o segundo lugar garantido, mas ficou sem gasolina, ‘ofereceu’ o pódio a Alain Prost e de Nelson Piquet, e ficou fora da luta pelo título.
1987– Prost assinou a sua 28ª vitória na F1, ultrapassando o recorde de Jackie Stewart. A corrida foi marcada por um acidente múltiplo na largada, provocado por Piquet e Alboreto e que envolveu ainda Warwick, Nakajima, Brundle, Danner, Alliot, Arnoux e Campos. Apenas Christian Danner não pôde alinhar na segunda partida. O vencedor foi Prost que, ao saborear o seu 28º triunfo, ultrapassou Jackie Stewart e se tornou, então, no piloto mais vitorioso na F1.
1988– Foi uma corrida polémica. Teve três partidas. Foi o ano do famoso ‘chega para lá’ de Senna a Prost, na partida, contra o muro das boxes, a mais de 280 km/h: o francês não se intimidou e não levantou o pé, ficando na frente do brasileiro na primeira travagem, ganhando a corrida, mas as relações entre ambos nunca mais foram as mesmas. Mansell acertou no McLaren de Senna, quando ambos tentavam passar Jonathan Palmer e desistiu, com o brasileiro a atrasar-se. Venceu Prost, mas o herói foi Ivan Capelli, 2º com o March equipado com um motor atmosférico.
1989–A corrida do célebre toque entre Mansell e Senna, no final da reta da meta, numa altura em que o britânico tido já recebido bandeira preta, por ter feito marcha atrás nas boxes, ignorando-a deliberadamente. Gerhard Berger, alheio a estas confusões, aproveitou para vencer, na frente de Prost e de um surpreendente Stefan Johansson, ao volante de um Onyx. Prost garantiu assim virtualmente o terceiro título de campeão do Mundo. – CLIQUE NO VER NO YOUTUBE
1990–Nigel Mansell ganhou depois de um empurrão deliberado a Philippe Alliot, a nove voltas do fim, quando o francês fez pião com o Ligier na Curva 2 mesmo à sua frente. Foi o segundo triunfo da Ferrari.
1991 – Pedro Chaves falhou a pré-qualificação e deixou a Coloni e a F1. Esta foi a corrida em que Mansell perdeu uma roda nas boxes e foi desqualificado por ter sido assistido no pitlane para lhe ser colocada uma nova roda no Williams, o que era contra os regulamentos. O seu colega de equipa, Riccardo Patrese, fez a pole e dominou os acontecimentos com facilidade, batendo Senna por quase 21s.
1992–O acidente entre Berger e Patrese, em plena reta da meta, com o italiano quase a fazer um looping, a centímetros da passagem superior da pista, saindo ileso, foi o acontecimento mais impressionante da corrida. Que foi ganha por Nigel Mansell, com o outro Williams. – CLIQUE NO VER NO YOUTUBE
1993– Pedro Lamy fez pela primeira vez a prova portuguesa: ao volante de um Lotus, foi 18º nos treinos, mas abandonou com um pião a dez voltas do fim, quando estava perto dos pontos. Michael Schumacher levou o Benetton/Ford a uma confortável vitória à justa sobre o Williams de Prost,que garantiu o seu 4º título e anunciou o abandono da F1 no final da temporada. Esta corrida ficou também marcada pelo acidente de Berger, que cruzou a pista na frente de Warwick, quando saía das boxes, embatendo de frente nos ‘rails’, do outro lado.
1994–Os Williams foram imparáveis, com Damon Hill a vencer na frente de David Coulthard, que liderou até ser atirado para fora de pista por Erik Comas, na volta 28. O escocês foi despedido após a prova, por ter alegadamente assinado com a McLaren, sendo substituído por Mansell nas três corridas que faltavam disputar.
1995–David Coulthard venceu… com o Williams, equipa em que foi obrigado a ficar pela FIA, pois o seu acordo com a McLaren era ilegal! Schumacher foi 2º, numa corrida em que Ukyo Katayama voou sobre o pelotão na largada, capotando e sofrendo ligeiros ferimentos. Pedro Lamy foi 17º nos treinos, mas abandonou à 7ª volta com problemas na caixa de velocidades do Minardi.
1996 – A última corrida de F1 em Portugal no Séc. XXI foi ganha por Jacques Villeneuve, autor de uma fenomenal ultrapassagem a Schumacher, em plena Parabólica, por fora! O alemão alegou ter-se distraído com o bem mais lento Giovanni Lavaggi e terminou em 3º, atrás ainda do outro Williams, de Hill. A prova manteve-se no calendário de F1 para 1997, mas acabou por ser cancelada, por motivos obviamente económicos… e políticos.- CLIQUE NO VER NO YOUTUBE
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